Capítulo 7 - Why him?

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Leiam a ouvir - http://www.listenonrepeat.com/watch/?v=SYFrFrcz4Mo Não se preocupem que quando a música acabar, ela começa de novo automaticamente.

"A família de Niall está toda no jardim das traseiras. Eu também podia estar, mas arranjei a desculpa de ir à casa-de-banho. É estranho estar aqui. Eu não tenho nenhum tipo de ligação para ele me apresentar à sua família..."

Eles reparam que talvez eu esteja muito tempo na casa-de-banho. Por isso, Niall veio bater à porta. Eu abro. Não adianta dizer que vim à casa-de-banho porque tinha vontade. Mais que óbvio será dizer que ele sabe perfeitamente que não foi por isso. Niall pousa os olhos azuis em mim e no livro na minha mão. Esqueci-me de o guardar e ele ri.

- A sério. - Niall ri adoravelmente - Vieste à casa-de-banho para escreveres no diário? - ele pergunta retoricamente, mas eu assinto no mesma. Porém, também abano a cabeça negativamente.

- Desculpa. - eu desculpo-me, nem sei bem porquê.

- Elas não te vão morder. Anda conhecer o Pudim. - ele diz.

Quando chego ao jardim, mudo logo as minhas ideias. Não é por gostar imenso de pudim, mas juro que pensei que o "anda conhecer o pudim" era levar-me a lanchar e o lanche ia ser pudim. Só que não. O Pudim era o cão do Niall. Ou a cadela, e era linda, ou lindo.

Como tem uma coleira cor de rosa e com muitos brilhantes, sei logo que é cadela. Sorrio e ajoelho-me à beira da Pudim. Para além de crianças, eu adoro animais. Especialmente cães. São seres incríveis. Compreensíveis, amigos e fieis. Adoro cães. A cadela lambe-me a cara e eles riem amavelmente. Durante os seus risos, eu passo o meu braço pela cara, limpando a baba da Pudim. Contudo, ela volta a lamber-me.

Tenho de voltar à casa-de-banho para ir lavar a cara e agradeço a Deus pelo facto de o Niall ter uma cadela que gosta de lamber pessoas. Os meus pés alcançam novamente os azulejos brancos da casa-de-banho e eu fecho a porta. Respiro fundo. Quando vou ao telemóvel, tenho dezesseis chamadas não atendidas da minha mãe. Não perco tempo e ligo-lhe logo.

- Dianna! - ela grita. Vem sermão.

- Desculpa, mãe. - eu desculpo-me, mordendo o lábio inferior.

- Onde estás! - ela continua em pânico e a gritar.

- Estou bem... - respondo. Sei que não mostra onde estou, mas pode sempre acalma-la.

- Onde estás!? - a mãe repete e eu acho piada a isso, logo rio - Achas piada, Diih! - ela ralha.

- Desculpa. Estou em casa de uma amiga. - minto. Estas mentiras não funcionam com ela. Só tenho uma amiga.

- Da Kim!? - ela grita de felicidade.

- Não. - devia ter dito sim.

- Já fizeram as pazes? - ela interroga. Já não está tão "em pânico".

- Sim. - devia ter dito não.

- Ok. Então até depois! - ela despede-se. Desligo e rio. Ela caiu que nem um patinho.

Quando guardo o telemóvel, lembro-me do motivo pelo qual eu vim novamente à casa-de-banho. Eu ligo a água e lavo a minha cara, olhando-me ao espelho. O que estou aqui a fazer? Isto é certo? Ou é errado? Eu não estou a dar confiança a uma pessoa qualquer, estou a dar confiança ao Niall Horan, uma pessoa de quem eu devia ter muito, mas mesmo muito, medo. Os meus olhos verdes estão super brilhantes e fungo.

A minha cara passa pela toalha beje e eu seco-a. Após a largar no toalheiro, eu saio da casa-de-banho. Ao passar no corredor, vejo numa espécie de estante várias molduras. Numa delas, está um rapazinho loiro, com olhos azuis cintilantes. Ao seu lado, está uma menina bebé. Niall e Isabela, será?

E, repetidamente, eu estou a demorar, o que faz com que o Niall volte ao interior da sua casa para me vir buscar. Ele apanha-me a olhar para a moldura, porém não parece zangado. Muito pelo contrário, ele caminha até mim e observa a mesma moldura.

- Tenho saudades destes tempos, sabes? - Niall admite, num tom arrependido e desiludido - Se eu pudesse voltar atrás. - ele lamenta.

- Pois. - só consigo dizer isto.

- Vamos? O meu pai já acordou. - ele solicita.

Em vez de irmos lá para fora, vamos pelas escadas até ao andar de cima. Niall tem a sua mão no fundo das minhas costas e guia-me para o fundo de um estreito corredor, com paredes cinzentas. Ele bate à porta e depois abre-a.

Ao fundo do quarto, está uma cama de casal e, nela, está alguém deitado. Calculo que seja o pai do Niall. Ele sorri e move os seus pés até à cama, ajoelhando-se ao lado do seu pai. Eu permaneço ali.

- Estás melhor? - ele sussurra, mas eu ouvi na perfeição. Estará doente?

Não consigo ouvir a voz do senhor. Mas acho que o Niall o ouviu. Ele parece estar num estado vulnerável e eu acho que nunca o vi assim. Aqueles olhos grandes e cor de céu observam cuidadosamente o senhor deitado sob os cobertores brancos e aconchegadores. Até fico com pena, o senhor não parece estar apenas constipado ou com febre. Parece ter algo muito pior. O estado em que o Niall está mostra isso.

- Ah, é a Diih. - ele apresenta-me e acho que o pai lhe perguntou quem eu era - Não, pai, é uma amiga minha. - Niall explica e acho que o pai lhe perguntou se eu era a sua namorada - Anda aqui, Diih. - ele pede e eu vou.

O senhor está muito pálido quando eu o vejo. Ajoelho-me ao lado do Niall e cumprimento o senhor. Ele sorri e eu retribuo. Jeremy faz-me de todo o tipo de perguntas e eu só respondo sim ou não, e outras vezes rio, e outras vez só abano com a cabeça e outras vezes nem faço nada, porque não o entendi.

Ficamos a falar durante um bom tempo, depois temos de sair para Jeremy descansar. Niall fecha a porta atrás de si tristemente. Quero ganhar coragem e perguntar-lhe o que tem o seu pai. Contudo, tenho medo que ele se irrite ou que comece a chorar. Nunca sei o que devo esperar dele.

- Ele está bem? - eu questiono e Niall parece acordar.

- Vai andando. - ele murmura.

- O que é que ele tem? - interrogo ele olha para o nada.

- Ele tem uma doença... Nem sempre vivemos nesta mansão, sabes... A minha família não era das mais ricas, logo não tínhamos dinheiro para pagar um tratamento ao meu pai. Nós pedimos ajuda, mas ninguém ajudou, ninguém queria saber, por isso... - ele confessa.

- Começaste a assaltar bancos e lojas, não foi? - tento adivinhar.

Ele olha de um modo curioso para mim, fazendo um sim com a cabeça depois. Já percebi tudo. Niall não queria fazer aquilo só porque lhe dava na cabeça, às vezes. Ele queria dinheiro para ajudar o seu pai. Já se passaram quatro anos e Jeremy continua deitado numa cama.

- A minha mãe levou-o ao médico e eles disseram que talvez o meu pai tivesse de ter melhores condições, por isso comprei esta casa e trouxe-nos para aqui. Não deu resultado... Acho que ele tem algo incurável... - Niall fala da maneira mais triste que podia falar.

- Não fazia a menor ideia. - confesso.

-Ninguém faz. Eu sou procurado por todo o país e até por outros países onde nunca estive só porque não queria ver o meu pai morrer. Mas isso vai acabar por acontecer. - Niall explica e eu começo a chorar - Então, Diih. - ele diz.

- Eu posso ajudar... - eu murmuro - A minha mãe é médica. - lembro.

- Não há maneira de o curar, Diih. - ele avisa.

- Mas, mas, mas a minha mãe podia tentar. - insisto.

- Obrigado, Diih, mas é impossível. - ele lamenta e eu limpo as minhas lágrimas.

Niall envolve os seus braços em torno do meu tronco e eu choro no seu peito. As lágrimas derramadas molham a sua camisola e eu começo a fungar novamente. Mundo injusto. Ninguém os quis ajudar e por causa da ignorância dessas pessoas o Niall virou algo que não queria ser.

- Foi por isso que te trouxe aqui. - ele revela - Eu queria que soubesses o porquê de eu fazer o que faço.

- Eu não fazia a menor ideia. - eu volto a lamentar e fungo novamente.

- Eu sei, eu sei. - ele afirma e passa os dedos longos pelos meus cabelos negros.

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