capítulo 27

114 13 8
                                    

   Não sei o motivo no qual todo hospital necessita ter um piso de azulejo branco, pra passar calma e trazer tranquilidade para todo o ser que adentra lugares como esse, talvez? - Com certeza não posso afirmar pelo resto da humanidade , mas odeio hospitais e eles me deixam nervosa e azulejos brancos não ajudam em nada , provavelmente se colocassem uma cor mais animada, laranja quem sabe, me deixasse mais animada, branco me deixa apática.

Mais e mais minutos passam.

-Isto está demorando uma eternidade. -Mamãe reclama pela centésima vez entre sussurros e berros. -Conheço mamãe ela está tentando chamar atenção de algum médico para ver se consegue alguma notícia.

Não a culpo. Estou quase tendo um colapso aqui.

  Vejo Shirley, a enfermeira passar pela quinta vez em menos de vinte minutos o que me fez decorar seu nome, vejo o sorrisinhos que ela lança para Beto e isso me deixa ainda mais irritada. Será que ela sabe que ele é um médico? Eles podem se diferenciar entre a multidão ou ela só o acha  atraente?. Na verdade, isso não me importa o fato é que eu já estou no clímax do estresse e se essa enfermeira passar novamente e lançar mais sorrisinhos amarelos na direção errada ela irá agradecer por estarmos em um hospital.

-Estou com falta de ar. - Falo chegando no limite da minha preocupação. Já faz mais de duas horas que Miranda está naquela sala de parto.

-Relaxe , Linda. - Beto acaricia minhas bochechas com seus polegares enquanto me olha nos olhos transmitindo confiança. - Respire comigo, está bem? - Apenas balanço a cabeça em confirmação.

-Melhor? -Ele pergunta. - Sim. - Respondo prendendo seus olhos em mim.

-Você é médico não pode ir lá e averiguar o que está acontecendo? - Mamãe o encara com esperança e vejo um por favor em seus olhos.

-Ainda não sou um médico oficialmente. Ele afirma e meus olhos reviram automaticamente.

- Vou tentar obter alguma informação e eu conheço um amigo , pode ser que ele me ajude. -Não demoro. -Ele instala um beijo no topo da minha cabeça e acaricia meus ombros de forma a me deixar mais tranquila e parte atrás de alguma resposta. -Visualizo pelo canto de olho e espero que ela tem observado tudo.

Ele é complicado demais pra você. Vá por mim , ele não é de romance querida, então pare de fantasiar com ele, Shirley.

-Nasceu...

Alguém vem em nossa direção gritando quase como se esse lugar não fosse um hospital e silêncio não fosse uma ordem revestida de pedido.

Augusto, meu cunhado corre eufórico em nossa direção e não se importando de levar caras feias. Ele chega nos abraça e me levanta rodopiante pelo sala de espera.

-Nasceu cunhadinha. É um garotão tão lindo. - Sua alegria é transmitida por cada expressão do seu rosto aos movimentos do seu corpo.

Ele nasceu. Miranda conseguiu.

Onde ele está? Podemos vê-lo e Miranda como está?- Mamãe descarrega palavras em cima de palavras.

-Não seja apressada sogrinha, tudo no seu tempo.

-Menino deixe de besteira e me leve até minha filha e meu neto.

- Calma sogrinha, só estou dizendo que agora eles estão sendo cuidados e daqui à pouco todos poderemos mimar meu filho e minha mulher. -Ele tem a minha cara. - Augusto fala todo orgulhoso e encara-lo nesse momento é instigante.

-É uma lástima para o bebê. O melhor é que eles mudam durante o crescimento. -Felisberto alfineta chegando por trás e com sorriso no rosto ele também demonstra felicidade.

- Vocês são parentes da paciente Miranda? -Uma enfermeira que apresentava ter entorno dos seus quarenta anos nos pergunta gentilmente.

-Sim.- Digo sem delongas.

-Ela está liberada para visitas e está com o bebê no momento.

Todos fomos de uma vez.

-Parem. -Um por vez . -A enfermeira gentil ressalta nos olhando como se fôssemos uns loucos.

-Sou o pai e tenho prioridade. -Augusto fala e dispara sem escutar nossas reclamações.


Antes do Sim (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now