Esse é o terceiro dia que estou na fazenda e descobri que tudo aqui está além de um retiro. O quarto onde estou é muito equipado e decorado, bem isso se dá por essa fazenda ser também um hotel e grande parte da extensão quilômetrica ser cultivada soja.
O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo. Dessa maneira que a fazenda e todas as áreas dessa enorme casa estão em ótimo estado.
Tudo isso foi explicado por uma Carolina muito esperta e exibida, que fez questão de tomar a frente do pai e me explicar minuciosamente como funcionava tudo por aqui. Quando questionei se o hotel rendia um bom dinheiro foi a vez do Pastor Sérgio explicar que nada era cobrado dos hóspedes, esse lugar era um sonho dele e de sua esposa para ajudar pessoas que passavam por conflitos consigo mesmo.
Um lugar confortável e perto da natureza é o lugar perfeito para se conectar consigo e com o Senhor. -Ele dissera de forma convicta com um sorriso simpático.
Desde então, percebi que o plantio da soja é um ótimo negócio, apesar de tudo por aqui não ser extremamente exagerado, grita dinheiro.
-O que você vai fazer por agora? - A garota está com um vestido que chega até seus joelhos e botas marrons.
Ela sempre está com botas. -Faço a nota mental e entrego o meu cronograma para ela.
-Palestra com Josefine. -Ela ler e um sorriso surge em seus lábios.
-O quê? -Pergunto um tanto curiosa por sua expressão após ler sobre a palestra.
-Ela é meio doida. -Diz me entregando de volta o cronograma.
-Meio doida? -Questiono.
-Digamos que você nunca mais verá uma pregação como a dela.
-O que exatamente há de tão anormal nela?
-Essa palavra não é lá a mais adequada. Acredito que exótica se encaixa melhor.
-Pare de enrolar Carolina. Desembucha tudo de uma vez.
-Esquentadinha você hein. -O que posso dizer? - Ela eleva um dedo ao queixo e faz uma expressão pensativa.
-Carolina você está me atrapalhando. Eu já vou indo.
-Espera. -Ela toma minha frente e seus olhos brilham como se tivessem achado o tesouro perdido.
-O que foi dessa vez?
-Ela tem cinquenta anos e tem o cabelo azul. -Diz não contendo o entusiasmo.
-Azul? -Repito muito mais para me convencer do quê outra coisa.
-Isso e digamos que ela adora causar.
-Você está brincando comigo?- Cruzo os braços e a encaro.
-Por que eu iria inventar isso?-Ela revida.
-A minha mãe iria surtar com isso. Ela mal atura o meu batom. -Peço minhas mãos a boca para tocar meus lábios que estão pintados com a cor laranja.
-Acho que Josefine vai adorar o seu batom.
-Eu tenho que ir.
-Espera. -Ela grita novamente.
-O quê?
-Quando você terminar lá, por acaso você gostaria de ir nadar ou montar a cavalo?
-Nadar na piscina? -Pergunto ao lembrar a enorme piscina que vi ao chegar.
De repente a idéia de nadar pareceu estremamente atraente.
Eu trouxe biquíni?
-Não. Eu nunca te chamaria para nadar na piscina. É tão chato. -Ela revira os olhos como se fosse a coisa mais óbvio do mundo.
-Então?
-Existe uma cachoeira. O meu lugar favorito e secreto.
Observo a garota franzina na minha frente que sempre parece tão convicta em sua palavras e percebo que o brilho no olhar dela é o que não vejo muito tempo em mim.
-O que você me diz?
-Eu não tenho um biquíni, acho melhor levar um amigo seu.
Carolina revira os olhos pela segunda vez em menos de um minuto e como efeito dominó reviro os meus, por pura irritação.
Ela consegue me tirar do sério tão rápido como Felisberto.
-Pare de revirar os olhos. -Digo para a garota que me responde com um terceiro revirar de olhos.
Respira e inspira, mantenha a calma Lucinda.
-Pare de falar asneiras então. -Ela diz.
1,2,3...
-Eu não tenho muitos amigos aqui.Se você percebeu não há muitos com minha idade. -Sua voz parece triste e isso consegue me comover extremamente.
-Tudo bem,eu vou. Mas ainda não tenho biquíni.
-Não tem problemas. Como eu disse o lugar é secreto e por mim você pode tomar banho com calcinha e sutiã ou roupa, você escolhe.
-Tudo bem, agora me deixe ir.
-Vá rápido. A Josefine odeia atrasos. -Ela diz como se não fosse a culpada pelos meus dez minutos de atraso.
Deixo pra trás uma Carolina saltitante e corro para a pregação da tal Josefine.
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Antes do Sim (CONCLUÍDO)
ChickLit"Ele acredita que o casamento é uma história falida. Ela sonha em se casar." Os livros de romances sempre fizeram parte da vida de Lucinda. Enquanto, para Felisberto o romantismo sempre fora motivo de recuar. Quando são obrigados a perceberem a pr...