Capítulo- 54 Final (última parte)

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   A sensação de ter seus braços em torno de mim traz de volta a sensação de segurança que me parecia tão inalcançável antes e a certeza de que quero ficar bem aqui, sendo amparada pelos seus braços, assim como a necessidade de beijá-lo e gritar para a sociedade que finalmente encontrei o meu lugar ao mundo, porque simplesmente eu não preciso ser uma advogada, médica, psiquiatra ou uma grande empresaria para estar realizada e dá o meu melhor ao mundo, apenas preciso está nos braços do homem que amo inalando toda a verdade que há no amor.

Talvez já estivéssemos predestinados. A nossa história já tivesse sido escrito pelo senhor, tendo as estrelas como testemunha e tudo mais. O único fato que consigo enxergar olhando diretamente para a azul incomparável dos seus olhos é que o antes não importa, não posso afirmar se existia data certa para finalmente nos acertarmos ou se tudo de fato já estava escrito, mas tenho certeza que ele é o melhor do Senhor pra mim. O homem na minha frente não me completa, ele me faz transbordar o meu melhor.

-Sabe de uma coisa. -Quebro o silêncio entre nós e lhe dou um sorriso sapeca.

-O quê? - Erguendo a sobrancelha esquerda e mantendo o olhar em mim ele me leva para mais próximo de seu corpo.

-Você ainda me deve uma história sobre cartas. -Seus lábios se curvam e me derreto toda pela terceira vez dentre poucos minutos. Ele me causa isso.

-Tão clichê. - Uma expressão questionadora me encara e então percebo que pensar em voz alta está se tornando um problema. -Nada. -Sussurro baixo quase em tom de desculpas e Beto volta a sorrir e me beija ao topo da testa.

-Não há muito o que contar, na verdade. -Ele diz virando-me e fazendo com que minhas costas encontrem seu peito.

- Deve haver algo. Conte-me tudo. -Sinto seu hálito quente soprando os fios do meu cabelo e meu corpo reage de imediato.

- Eu te escrevi pela primeira vez no segundo dia de estadia Guimé-Besseau, como você já sabe. No segundo dia, eu já estava com uma enorme necessidade de ouvir sua voz e como falar por telefone era improvável eu te escrevi.

-Quantas?

-Algumas. - Arranquei um gemido de dor de seus lábios com uma cotovelada em sua costela.

-Eu não lembrava que você era tão agressiva assim. -Seus dedos vagueiam pelos meus pontos sensíveis me fazendo cócegas. -Mordo o lábio contendo uma risada. - Aprendi no retiro.

-Retiro? -Sua voz soa confusa.

-História pra outro dia. Foque nas cartas.

-Você sempre foi mandona assim? -Giro meu corpo para olhar em seus olhos e sorrio. -Sou filha da minha mãe, nasci dando ordens em forma de pedidos. -Me fazendo girar novamente e encostando minha cabeça em seu peito, ele acaricia minha mão direita fazendo pequenos círculos.

-Isso é verdade. -Diz por fim.

-Então.

-Ok, já entendi. A primeira carta não foi respondida, achei que você não iria me escrever só que aí lembrei o bom partido que sou e pensei que a carta talvez não tivesse chegada e tratei de escrever outra.

-Convencido.

-Quieta mocinha, nada de atrapalhar a história alheia. -Rolo os olhos quase em automático.

-Não revire os olhos pra mim. -Ele reclama me cutucando.

Como ele sabe.

-Já disse uma vez. Posso ler seus pensamentos, estamos conectados. -Um arrepio corre por minha coluna de baixo para cima e não contesto suas palavras. Parecem certas demais para isso.

Antes do Sim (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now