Capítulo 53

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  A palavra diamante vem do grego, derivado da palavra adamas tem como significado indestrutível. O anel que minha irmã exibe em seu dedo possui exatamente uma dessas pedras, que orna perfeitamente com o circulo fino banhado em ouro. Não acredito que meu cunhado tenha presenteado a esposa pelo significado expresso que a pedra possui, afinal é um diamante e isso basta. Ele só queria dá um anel digno para a esposa, ao menos foi essas as palavras que ele pronunciou á alguns minutos atrás enquanto jantávamos todos juntos, em comemoração ao aniversário de casamento dos dois.

-Ele não é lindo? –Miranda pergunta pela décima quarta vez e sorrio murmurando um "sim".

Os olhares que o jovem casal troca é suficiente para qualquer desconhecido suspeitar da imensidade do amor que ambos possuem um pelo outro, apesar do casal mais velho não ficar nenhum centímetro atrás deles com todas as declarações de amor trocadas apenas com rápidos, porém intensos olhares.

-Então, a folgada da minha cunhadinha resolveu deixar a vida mansa e pegar no pesado? –Dou um sorriso de "Não encha minha paciência" para meu cunhado que segura o filho ainda de forma desengonçada.

-Você nunca vai aprender a segurar uma criança- O alfineto.

-Não mude de assunto e me responda quem em sã consciência lhe deu um emprego. Segundo, esta é a forma que eu coloco meu filho pra dormir.

-Eu fiquei tão animada quando mamãe nos contou que quase larguei a minha noite de folga com meu marido para ir falar com você- Miranda fala arrancando uma careta de desgosto de Augusto.

-Eu não teria deixado. Nem que eu te amarrasse ao pé da cama, apesar de te amarrar a uma cama não seja uma má idéia. –O sorriso extremamente exagerado no rosto do meu cunhado me causa ânsia e sinto a necessidade de deixar o recinto.

-Parem com isso. Eca. Não preciso saber dos pensamentos reprimidos de vocês. –Reclamo fitando-os com a minha melhor expressão de nojo.

-Relaxa aí cunhadinha, somos casadinhos. Tudo dentro dos esquema.

-E você que por isso tem o direito de falar essas coisas, por favor. Guardem esse tipo de coisa só pra vocês.

-Ok. Agora para de enrolar e me conta tudo sobre esse emprego. – Minha irmã senta ao meu lado, quase em meu colo, me deixando sem saído sobre suas necessidades de saber sobre cada detalhe da minha vida.

-É só um emprego na floricultura da Dona Zeneida. Nada demais. – Encaro os rostos entusiasmados dos meus familiares e penso por um momento se eles escutaram o que eu disse. –Será que eu falei algo sobre ganhar na loteria?

Estou certa que não.

-Não me olhem assim, estão me assustando. Digam algo. –Reclamo, ainda os encarando.

-Isso é tão maravilhoso que não dá pra acreditar. – minha irmã é a primeira a se pronunciar e me deixa ainda mais confusa.

Trabalhar é maravilhoso?

Não era ela que estava reclamando ainda ontem?

-O que há com vocês? –Pergunto atônita. –Eu disse que vou trabalhar como qualquer cidadão e não que ganhei na loteria.

Meu sobrinho dá um gritinho, típico de bebês e depois bate as pequenas mãozinhas.

Até ele?

-Essa novidade nos pegou de surpresa e ficamos um pouco atordoados, tente nos entender. –Como se suas simples palavras fossem o suficientes para explicar a reação de todos, ela dá um leve sorriso.

-Vocês estão me olhando com caras de malucos, a única atordoada aqui deveria ser eu. – Ela praticamente pula em cima de mim em um abraço sem nenhuma gentileza.

-Você finalmente cresceu. –diz ao meu ouvido, em um tom para que somente eu escute.

-Um dia isso teria que acontecer. – Brinco em tom sarcástico. Sinto o aperto dos seus braços se intensificarem em torno do meu tronco e respiro em dificuldade.

-Acho que alguém quer a mamãe aqui. –Augusto fala trazendo um Luís Felipe choroso para os braços da mãe. –Lanço um olhar de agradecimento para o meu cunhado e sobrinho,

  Finalmente livre dos braços de Miranda traço uma fuga para a pequena varanda, onde minha irmã e cunhado mantém uma bela vista. Deixando para trás mulheres e homens enamorados, observo o céu corrompido pela poluição que relutante ainda tenta manter uma bela visão para qualquer apreciador. Os grandes prédios iluminados contribuem, devo admitir, para um visão ainda mais estonteante.

Ouvi dizer que quando se tem uma estrela que brilha mais que as outras e demonstra certo afastamento, ela está com baixa magnitude. Assim, enquanto observo a estrela que se destaca das outras e transmite está bem por fora eu me identifico, apesar de todos os monstros terem sido exorcizados, ás vezes a melancolia me abate e não contenho minha imaginação que como toda garota, no fundo, só deseja um bom clichê, seu próprio clichê acompanhado de todas as verdades e erros, mas com um final feliz, afinal todo mundo uma hora ou outra só deseja a felicidade.

  Penso naquele que me fez enfrentar o medo, me fez enfrentar o vilão da minha própria história, eu mesma. Ele ainda invade meus sonhos e com sorrisos cheios de presunção invade sorrateiramente meu coração, não me importo na realidade, não mais, até por que já o entreguei faz algum tempo. Apesar de não ter mais tanta certeza que ele chegará no sinal, já que hoje faz exatamente seis meses desde a última vez que nos vimos.

-Filha? Pode me fazer um favor? – Sou retirada de meu transe de forma tão ríspida, sem nenhuma cortesia que não contenho o sorriso antes encarar mamãe.

-Claro. –Digo disposto.

-Quero que vá encontrar alguém na lanchonete L'mière. –Ela possui um sorriso satisfeito em seus lábios. Um do tipo de quem comeu e gostou e isso me deixa nervosa.

-Quem?–Pergunto em um tom que vagueia entre curiosidade e confusão.

-Alguém. – Responde de forma vaga ainda mantendo aquele sorriso.

-Não estou gostan... –Ela me interrompe ajeitando o meu visto.

O que deu nessa mulher?

-Você vai gostar querida. –Agora vá. –com tapinhas no ombro ela me deixa e por mais que minha razão me diga que isso é uma cilada, eu vou. A curiosidade sempre foi mais forte que minha razão no final das contas.

Estou parada bem em frente a bendita lanchonete que me lembra tanto dele,  minutos depois de deixar o jantar sem nenhum alarde. 

                               _√_

Recado:

Esses são os últimos capítulos, nessa reta final eu já começo a pensar na revisão e na melhora desse livro. Espero que qualquer um que tenha lido até aqui ,tenha gostado e não esqueçam daquela estrelinha 😊🌻

Antes do Sim (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now