raiva

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Louis

Levava um cigarro até meus lábios e fumava minhas frustrações para fora, porque o sexo não foi capaz de resolver e no fundo eu sei que isso não é capaz de resolver a confusão que se embola dentro de mim, talvez nem o cigarro resolva, mas me dá uns minutos de paz e mente vazia. Apoiado com os cotovelos na janela aberta de um motel qualquer, eu observava a paisagem de mais um episódio monótono da minha vida. Senti braços envolverem minha cintura nua e uma cabeça se encostar em minhas costas, um sussurro sendo ouvido ao que eu escutava ter sido um "Tommo" eu sorri pequeno e neguei com a cabeça levemente, olhando pras mãos entrelaçadas na minha cintura mas era como se não tivesse ninguém aqui comigo, eu me sentia vazio. O que era normal pra mim.

Me virei de frente pra garota na qual eu tinha conhecido em uma festa e ela sorriu pra mim, se agarrando mais a mim e aquilo me incomodou um pouco. Grudenta demais. Ela falava coisas que eu não prestava muita atenção, apenas deixava que ela continuasse a falar e me abraçar, enquanto eu acabava de fumar meu cigarro.

Escutei o barulho de mensagem chegando no meu celular e olhei pra cama, onde estava minha calça junto com meu celular. Eu me desfiz do abraço que a garota dava em mim e caminhei até a cama apenas de boxer. Vi que quem tinha me enviado uma mensagem era meu tio Jimmy. Olhei pra garota que havia vindo atrás de mim novamente e se agarrou mais uma vez no meu corpo perguntando quem era. Eu mal a conhecia e ela já estava agindo como se fosse minha namorada? Revirei os olhos sem que ela percebesse. Eu apenas falei que tinha que ir pra casa, e mesmo ela fazendo uma manha desnecessária, ela apenas vestiu o restante de suas roupas. Eu paguei a conta do motel e deixei a garota em frente à casa dela.

— Ei, Tommo, você vai me ligar de volta? — Ela perguntou animada e eu fiquei com pena de dizer que não, então apenas assenti, vendo ela dá pulinhos fora do carro e bater palmas, no final esticando a cabeça para dentro do carro e me dando um selinho.

Eu sorri e voltei a dirigir, no meio do caminho jogando o papel com o número da garota no lixinho do carro. Como eu sempre fazia.

Estacionei o carro na casa do meu tio, já que tinha ido o visitar. Quando eu entrei encontrei Amie, filha de Jimmy, sentada no sofá da sala assistindo algum desenho, e quando ela me viu corou fortemente, me encarando por alguns segundos antes de voltar a encarar a tela da tv. Eu ri com aquilo. Ela sempre era tímida demais. Quando eu vou embora, Jimmy diz que ela chora e pede pra trazer de volta o " Tio Lou" mas quando venho ela fica tão tímida que chega a me ignorar.

Eu fiquei alguns minutos na sala com ela, assistindo os desenhos e comendo doces, até Jimmy ter que por ela pra dormir pois estava realmente tarde. Eu continuaria a assistir os desenhos se meu tio não tivesse me chamado.

Fui até seu mini estúdio de música que ele tinha em sua casa e me sentei ao seu lado.

— Você não arranhou o carro do seu pai não, né? — Jimmy perguntou e eu ri, vendo ele mexendo em algum programa de música no computador.

— Não. Se eu o fizesse de novo estaria pedindo pra morrer.

— Ainda bem. E por você estar aqui seu pai seria capaz de dizer que a culpa seria minha, o tio malvado. — Ele ironizou. Sabíamos que seria assim mesmo. Meu pai sempre diz que eu nunca puxei ele e sim Jimmy. Em certos aspectos eu até concordo, e meu pai senti mais ciúmes ainda por saber disso, e por eu sempre quando posso venho passar uns dias na casa do meu tio. Mas fazer o que se meu pai nunca está em casa e quando está mal me dá atenção? Aquilo me deixava triste. E bom, eu não deveria ter vindo porque estou correndo contra o tempo para as minhas notas do colégio melhorarem. Mas meus pais viajaram e eu não queria ficar sozinho em casa. Mesmo que em frente ao meu quarto tivesse Harry.

4 Rules - larryWhere stories live. Discover now