Uma xicara quebrada

156 19 20
                                    

     Capítulo 3 da fase
"Cruzeiro musical"

    Depois daquela situação indesejável, Stephanie procurou uma desculpa qualquer e deu ao chefe de cozinha pra poder voltar imediatamente ao seu quarto e não precisar se aproximar daquelas mesas vip outra vez. A não ser que o desconhecido, coincidentemente, resolvesse visitar a cafeteria em seus horários de atendimento.

    A tarde chegou e ela voltou a cafeteria. Acompanhada por Jéssica começou a servir as mesas. Atenciosa, percebeu que a tal senhora, acompanhante daquele jovem desconhecido, saiu de uma mesa reservada para clientes vip. Ela andava devagar e com bastante elegância. Stephanie servia as mesas para o público em geral, e muito se alegrou por não ser notada. Foi então que o chefe de cozinha chamou-a. Ela atendeu de imediato.

   — O que posso fazer pelo senhor? — perguntou amistosa.

   — Não é nada difícil. Apenas te chamei para informar que é você quem atenderá as mesas dos clientes vip, novamente.

   — Eu!? — Stephanie teve a sensação de está prestes a viver um dejavú. Até sabia quem eram os clientes.

   — Basta ser gentil com aqueles cujo senso de humor você acha entediante.

   — Lamento se dei essa impressão, chefe. — Stephanie se desculpou a contragosto. Estava perturbada e acuada. Começou a ficar com as mãos suadas.

   — Parabéns, Ste. — alegrou-se Jéssica. -—Te vejo mais tarde, não vai esquecer do show.

     Como se já não fosse tensão  demais, Stephanie ainda encontrava dificuldade pra rejeitar o convite feito por Jéssica de irem ao segundo show do Ryan Williams com alguns passageiros.

    — Sente-se. — pediu aquele mesmo jovem da manhã, quando Stephanie aproximou-se de sua mesa.
Ela estremeceu.

   — Não posso. Não devo ter afinidades com os clientes. — respondeu. — Deseja fazer seu pedido?

   — Por ordem de quem não pode ter afinidades comigo?

   — Daqueles que me contrataram, senhor!

   — Bom, nesse caso poderá conversar comigo. — ele gesticulou para ela sentar.

    Stephanie não entendeu, mas obedeceu hesitante e certificando-se de que o chefe não apareceria para repreender-la.

   — Você não precisa se preocupar, Stephanie, nada vai acontecer a você se ficar conversando comigo por quinze minutos. É sempre assim tensa?

   — E você é sempre assim autoritário? — retrucou de imediato fazendo-o sorrir.

   — Sou, o tempo todo.

   — Nesse caso, tenho pena das pessoas que fazem companhia pra você. — Stephanie foi irônica.

   — Que alívio, minha companheira de poucos instantes atrás, não está aqui, ela teria se ofendido com isso.

   — E você ouve tudo que ela diz? — Céus, se eu não tomar cuidado logo estarei desempregada. O que há nele que me faz agir dessa maneira. Pensou ela.

   — Eu tento. Há pouca gente que obedeço e ela é uma delas.

   Por que ela paga suas contas? Ela o sustenta? Stephanie gostaria de perguntar. — Entendo. — foi o que pronunciou.

   — Minha querida Stephanie, está achando que eu sou gigolô dela? E essa idéia a incomoda, por que? O mundo está cheio de mulheres que vivem da renda dos maridos sem mover um dedo. Por que deveria ser diferente quando a situação é inversa?

Uma Paixão InterrompidaWhere stories live. Discover now