Meu calcanhar de Aquiles

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Capítulo 5 da fase
" Reviravoltas"

O pequeno restaurante que ele a levou ficava aos arredores de Londres. E Ryan parecia ser bem conhecido pelo gerente. O bastante para passar na frente das pessoas que esperavam e logo ser levado a uma mesa no canto em meio a brincadeiras e comentários sobre o tempo que ele ficou sem aparecer por lá por lá.
Um garçom se aproximou com os cardápios e Stephanie respirou aliviada por poder se concentrar em algo diferente. Ryan levantou o olhar e começou a encarar a situação com desdém.

- Se não se agrada de minha companhia, por que me trouxe aqui? - a vontade dela era lhe dar as costas.

- Depois que ouvir o que tenho a te dizer, querendo ir embora, eu chamo um táxi. - ele apoiou o punho na mesa. De soslaio, Stephanie podia ver os outros clientes observar com descrição, esperando que algo mais dramático ocorresse. - Não vou impedi-la.

- Não se incomode. No momento propício eu vou acatar a sugestão. - ela murmurou. - Fale de uma vez o motivo que me trouxe aqui.

- Falarei. - ele chamou o garçom e pediu um whisky. Observava ela em silêncio até que seu drinque foi colocado diante de si. O garçom parecia desconfortável, temeroso de um escândalo. Ryan pegou o copo e sorveu. Em seguida ajeitou-se no acento e pediu outro whisky.

- Quero assumir a paternidade de meu filho. - ele degustou seu segundo drinque com um gole único, após ser servido.

Ela arregalou os enquanto Ryan pedia outra bebida. Já era seu terceiro drinque e ele nem se deu conta que não tinha nada diante dela. Engoliu seco.

- Por favor me traga uma água. - pediu ao garçom e viu ele sair para buscar.

- Tive dois dias para pensar sobre isso. - Ryan contou após sorver o terceiro whisky. - Nunca fui pai, e não digo que não preciso de alguns ajustes, mas assumirei que Justin é meu filho.

- Estou preparada para entrar em algum tipo de acordo com você sobre direito de visitas. Talvez duas vezes por semana e aos sábados ... - Stephanie falava atordoada, sentiu como se tivesse sido apanhada por um turbilhão. - Está bom pra começar?

- Creio que não é o suficiente. Vamos esclarecer uma coisa. Não pretendo aparecer num sábado para levar meu filho a um passeio rápido no parque, enquanto você espera em casa olhando o relógio até que eu volte. - ele riu sarcástico examinando o rosto dela.

- Acho que estou sendo justa. - ela bebeu um gole de água servida pelo garçom.

- Quando decidiram me procurar se equivocaram ao pensar que eu iria me encaixar, muito alegre, nos planos que traçaram pra mim. Se pensaram isso, erraram o alvo. Justin é parte de mim e merece um pai em tempo integral, não um estranho que ele vê as vezes.

- Não seria bom que o visitasse durante a semana inteira. - ela estava pálida e tinha a terrível sensação de que perderia seu autocontrole com uma pessoa quase ou completamente bêbada. - Gosto de coloca-lo para dormir cedo e só Deus sabe quantas horas você fica no seu escritório. Não o imagino saindo cedo para brincar com seu filho durante uma hora e meia, mais de duas vezes por semana.

Ele ficou olhando-a. A mesa que os separava era estreita, um pequeno detalhe que permitiu ao bar aproveitar bem o espaço.

- O que tem em mente? - perguntou ao vê-lo muito silencioso.

Antes que Stephanie falasse mais alguma coisa, ele apoiou o cotovelo na mesa, tocou os cabelos dela, se aproximou e puxou-a até que seus lábios se encontraram. Por um momento ela sentiu vontade de empurrar ele pra bem longe, mas devido o ato ser inesperado e o passeio lhe trazer profundas lembranças da época em que foi tão feliz com Ryan naquela cruzeiro, por isso, só por isso, e nada mais que isso, rendeu-se. Na mesma intensidade que ele se aproximou, também arredou.

Uma Paixão InterrompidaWhere stories live. Discover now