Conclusões precipitadas

93 13 12
                                    

      Capítulo 9 da fase
" Três anos depois"

    Foi com a consciência pesada, coração a pulsar e as pernas tremendo, que Jéssica retribuiu a saudação proferida por Stephanie e deixou o celular escorregar das mãos geladas pra dentro de algum pertence seu, mais próximo. Saiu de perto sem olhar pra trás. Sua amiga estava na empresa, na sala dela literalmente, que é colada com a de Holden, então, qualquer coisa ela poderia o chamar e ele poderia intervir, foi a solução que Jéssica encontrou para acreditar que Stephanie ficaria bem naquela manhã de reunião.

    De frente pra Ryan, Stephanie usou toda sua determinação e ergueu as sobrancelhas desafiadora ao desligar o telefone e encara-lo. Na sua mente pairava um pensamento: "Se ele ouviu o trecho da conversa que parecia ser comprometedora quando entrou". Ele certamente não entenderia que tudo não passava de uma brincadeira bizarra delas.

    — Não pensei que estaria interrompendo uma conversa tão reveladora. — disse ele se achando cheio de razão. Tinha suas mãos no bolso da calça comprida.

    — Então não deveria escutar atrás da porta alheia. — Stephanie cruzou os braços em demostração de desagrado.

    — As vezes conseguimos descobrir muita coisa assim. — ele olhava para ela com olhar debochado. — Mas não tive a intenção de ouvir palavras suas ao telefone quando entrei. Embora, adoraria saber quem é o bobo da vez.

    — Eis aí algo que nunca entenderá. — ela lançando-lhe um olhar vazio. — Mas pode deixar oculta sua opinião sobre o que ouviu.

    — Por que? — agora a voz dele soava gélida. — Foi um descuido discutir golpe do baú sem temer se ser ouvida, não é mesmo?

    Stephanie lembrou-se das muitas vezes que ultimamente ensaiou em frente seu espelho da penteadeira o que diria quando precisasse ter contato com Ryan novamente.   Ensaiou terminar esse assunto do suposto, planejado, golpe do relacionamento amoroso, caso ele voltasse a mencionar, ensaiou contar o que realmente aconteceu, e... tantas coisas que achou que ele poderia compreender. Porém, Ryan estava ali, mais uma vez tirando conclusões precipitadas, não permitindo muito a se dizer. Talvez o melhor fosse deixa-lo acreditar na versão que escolheu por si. Estava farta desses assuntos. Já quis se esclarecer, ja deu muita importância a se justificar, mas agora não queria continuar perdendo sua preciosa paz com algo que não ia fazer a mínima diferença nos seus dias atuais. E pra Ryan seria muito merecido pensar que foi enganado, levando em conta que ele sempre pensou assim, a suspeita fazia parte da natureza dele, que é cheio de opiniões alheias maldosas.

    — Me dê uma posição quando eu falar com você. -— Ryan estava se alterando por causa do silêncio momentâneo de Stephanie.

     — Pare de gritar, alguém pode te ouvir. — Stephanie o repreendeu. — Onde ficou seu resto de educação?

    — Não tenho a menor intenção de baixar o meu tom de voz. — seus punhos estavam cerrados, as mãos ainda enterradas nos bolsos, marcando o tecido da calça. Ryan parecia querer agredir alguma coisa com toda sua veemência. — E não tenho a intenção de pousar de educadinho.

    Stephanie arfou, automaticamente de maneira fora do normal, Ryan não poderia ser um covarde, apreciador de agressão física contra mulheres. Pois, uma coisa que Stephanie abomina é a violência, principalmente se for deflagrada contra o sexo mais frágil. Ela se rejeitava acreditar, que Ryan chegaria a esse ponto. Entretanto, por conta dos modos desconhecido que ele veio deixando transparecer, ela estava ficando desconfiada.

    — Vou te encaminhar até a sala do seu irmão, ele te espera para a reunião. — falou na tentativa de se desviar daquele olhar raivoso e frio que Ryan emitia, semelhante a um dia de inverno e que passava-lhe total desconforto.

    — Já disse para me responder quando falo com você. — a irritação era notória no rosto de Ryan. Ele almejava aquela confirmação vinda dos lábios dela. E estava disposto a permanecer ali até ser respondido.

     — O que quer que eu te diga? Que com você foi tudo pelo dinheiro? — agora era ela se encolerizando. — Tudo bem, eu só estava com você por interesse. — ela falou achando que se fosse bem convincente, ele ficaria cheio de ódio, mas também exterminariam esse estorvo entre eles. — Satisfeito? Se sim, siga logo para sua reunião.

    Ryan caminhou sem pressa em direção a Stephanie, em vez de ir pra sala de Holden. Deu a volta ao redor da mesa, parando bem próximo de Stephanie e deixando-a contra parede. Ele é especialista em deixa-la encurralada. Encarou-a, e tirou as mãos dos bolsos. Estrategicamente socou uma cadeira de encosto acolchoado com força para poder extravasar tudo que sentia, o acolchoado abafou o barulho, e ele deixou evidente a Stephanie sua indignação.

    — Desde quando começou a tramar contra mim, Stephanie? Na certa ponderou que achou uma mina de ouro. Pelos demais eu não me importo, mas por mim, quero a resposta. — a insistência dele era inquietante. — Como concluiu que eu me interessaria por você?

    — Pode pensar o que quiser. Nunca vai admitir ou reconhecer que sofreu uma lavagem cerebral, feita por sua mãe. — Stephanie desviou o olhar e ele tomou a cabeça dela entre as suas mãos sem machucar, deixando-a desenvolta para continuar a falar.

    — Como decidiu me usar? — ele falava uma vez atrás de outra sem obter a resposta desejada. — E não ouse mais prolatar o nome de minha mãe.

    Nessa hora Ryan sentiu um impacto lhe puxando pelo ombro esquerdo. Bandeou-se com fúria, e jogou o braço com uma extravagante força, o punho ainda fechado, desejando acertar o intruso que interrompia seu atrito, contudo Holden foi agilizo e desviou-se do golpe. Concluiu pelo raciocínio lógico que Ryan queria atingi-lo e que não deixaria essa oportunidade advir, por isso o atingiu primeiro na face por auto defesa. O golpe fez Stephanie emitir um grito abafado, enquanto Ryan cambaleava quase que de encontro ao chão.

    — Isso não vai ficar assim. — diz Ryan sem perca de tempo e erguendo-se completamente, foi pra cima de Holden, pegando com agressão o irmão pelo colarinho da camisa e revidando a agressão do mesmo modo.

    Originou-se entre irmãos uma briga com socos e pancadas violentas demais para Stephanie suportar assistir. Aparentemente o motivo da desavença era ela, mas na realidade eles já tinham uma rincha antiga, ocasionada pela paternidade, para se deliberar na força dos punhos. Sem saber como parar tudo aquilo, Stephanie pega sua bolsa e desce correndo os andares em busca de alguns funcionários masculino viril, aptos a apartar Ryan e Holden que rolaram sobre a mesa e agora se agrediam no chão.

   Enquanto eles eram separados pelas pessoas que subiu ao andar indicado por Stephanie, ela saiu do edifício e pegou o primeiro táxi que avistou na avenida.

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Uma Paixão InterrompidaWhere stories live. Discover now