Hoje é um grande dia.

22 4 2
                                    

Capítulo 7 da fase
"Reviravoltas"

Naquela noite Ryan ficou na casa de Edith sem conseguir dormir, ansioso pela cirurgia do filho. Foi umas três vezes observar Stephanie e Justin que exausto da festinha logo adormeceu e teve um sono profundo e tranquilo até amanhecer. Stephanie acordou um pouco trêmula, mas ao receber uma ligação da Dra Addison, entrou no Corolla de Holden e seguir para o hospital com Justin e Jéssica, experimentando um enorme alívio.
Ryan e Edith seguiram na frente para entregar alguns exames necessários a Dra Addison que os esperava. Aparentavam calma, controle e descontração quando Stephanie chegou segurando o filho no colo. Ao vê-los, Ryan foi ao seu encontro e beijou Justin na cabeça.

- Hoje é um grande dia, homenzinho. - ele falou com um nó na garganta. E viu Justin apresentar um olhar atordoado.

- Não precisa ficar com medo, Justin. Tá vendo essa garotinha, aqui? - a Dra Addison apontou a menina com sua mãe ao lado. - Ela é a Hattie, tem cinco anos e também vai operar junto com você.

- Ela está muito feliz e sem nenhum medo. - disse a mãe da Hattie. - Vai ganhar um órgão novo.

- Eu só tenho medo de cobras e aranhas. Ontem tinha uma aranha muito feia no banheiro da mamãe. - indagou a garotinha que segurava a mão da mãe.

- Eu tenho medo de tubarão. - acrescentou Justin, se sentindo totalmente a vontade com a Hattie.

- Bem, anjinhos, não há desses bichos aqui. Então, vocês podem ficar tranquilos. - a Dra Addison garantiu e os dois riram aliviados.

Edith que estava atenta a todos os detalhes, olhou para mãe de Hattie e indagou no seu coração como era tão difícil reunir coragem diante daquela situação. Depois olhou para Stephanie de relance e quando seus olhares se cruzaram ela sentiu algo feliz em seu íntimo. Era o conforto familiar.
A Dra Addison conduziu as duas mães e seus pequenos pacientes a sala de preparação cirúrgica e a rotina do hospital teve início. A equipe de enfermagem que auxiliaria durante os transplantes era animada e solidária. O quarto era decorado com objetos infantis e repleto de livros didáticos para criança.

- Não é bom que as crianças fique em quartos brancos. Tudo isso colorido suavemente os acalma e eles ficam despreocupados com o que virá a seguir. - A Dra Addison era uma profissional experiente. - Não que esses pequenos tenha o mesmo medo que os mais velhos.

Justin estava com o olhar perdido e Hattie apertava a mão da mãe com firmeza. Stephanie desejou saber como Ryan, Holden, Edith e Jéssica estavam ao aguardar lá fora.

- Ryan gostaria de ter entrado com o filho. - Edith estava ressentida com a agonia do pai de seu neto. Depois que o filho entrou pra sala cirúrgica, Ryan se afastou um pouco dos demais e ficou a pensar cabisbaixo.

- Justin se sentirá melhor em companhia da mãe. - Jéssica experimentou aquele pequeno choque que a lembrava de como tudo mudou após o surgimento de Ryan.

- Jéss, pense que ele é o pai do Justin e logo será o marido de Stephanie. - Holden não desistia de convence-la a aceitar os fatos da melhor maneira possível.

- Um casamento de conveniência. - murmurou Jéssica . - É ilógico pensar que o fato de não se amarem pode causar instabilidades.

- O amor, Jéss, não é garantia de alegria. - afirma Edith. - Muitos casais se une apaixonados apenas para se ver atirando pratos um no outro um ano depois. Isso não faria Stephanie se sentir nem um pouco melhor.

Jéssica gostaria de ter argumentado. Porém, de certo, isso levaria a uma discussão sobre o assunto e aquele não era o momento, nem o lugar para isso. Era evidente que Edith gostava de Ryan e não desaprovava o casamento precipitado da sobrinha.

Uma Paixão InterrompidaOnde histórias criam vida. Descubra agora