Aquele sentimento especial

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      Capítulo 5 da fase
"Cruzeiro musical"

       No momento que entrou na cafeteria, para seu alívio estava tudo muito calmo. Stephanie achou isso ótimo. Minutos atrás quem estava lhe acompanhando não se tratava de um passageiro comum e ela tinha convicção que naquele ambiente não passava de uma garçonete, por tanto, as regras severas aplicava-se ali rigorosamente, o que a impedia de qualquer aproximação maior com Ryan. A não ser que ele entrasse na cafeteria como um cliente. Animada e ofegante seguiu direto para a cozinha em busca de seu avental, bloco de notas, caneta e também uma bandeja com xícaras de chocolate quente para um casal muito jovem em lua de mel, cujo ela já estava acostumada servir e sabia que eles não consumiam cafeína. Depois de confirmar com o chefe quais mesas já haviam sido atendidas foi pegar nota das mesas seguintes. Ela servia os clientes de forma sorridente naquele início de tarde. A cada parada Stephanie recordava de tudo que havia conversado com Ryan. Cada palavra. Cada detalhe. Também recordava das mãos de ambos entrelaçadas e como ele se divertiu em vê-la desfrutar de todo luxo. Pensou em seus olhares e recordou o beijo pressionando os lábios.

      — Stephanie. — o chefe a encarou com um sorriso devastador.

      — Sim? — perguntou gentil, concentrando sua atenção ao trabalho novamente.

      — Minha querida, preciso que vá recepcionar as salas vips. — falou e muito gostou de certificar-se que ela obedeceu sem perca de tempo. Ela estava um tanto distraída hoje, mas não deixava de ser eficiente.

     Stephanie tomou um susto e deixou cair sua caneta quando avistou Ryan em uma das mesas vips. Haviam se apartado a tão pouco tempo que nem em sonho ela esperava vê-lo ali. Ele estava relaxado na cadeira luxuosa com as mãos entrelaçadas, possibilitando ela de poder observar como seus dedos eram longos, braços fortes, claros, e como se realçava a pulseira de ouro do relógio que ele usava. Seu semblante foi de alguém que estivesse se divertido quando levantou da cadeira e apanhou a caneta que ela deixou cair. Entregou-a em suas mãos e se voltou a mesa que estava, acenando a alguém que acabava de entrar pela porta principal. Automaticamente Stephanie acompanhou o olhar dele e foi um choque para ela notar que o convidado desconhecido era uma jovem, linda, rica e loira que veio sorrindo e se acomodou no lugar indicado por Ryan.

       — Sente-se! — ele puxou a cadeira pra a loira, que agradeceu a gentileza.

      O chefe fez um gesto com a mão pra Stephanie e ela se aproximou um pouco mais da mesa até onde Ryan estavam, achando um pouco difícil disfarçar as pontadas que seu coração sentia. Se perguntava o que a loira fazia ali com ele e porque ele não escolheu outro lugar se sabia que ela trabalhava lá. Ela não era ciumenta, mas aquilo a corroía. Quem seria aquela jovem?

      — Como posso ajuda-los? — perguntou fazendo esforço para não deixar a decepção transparecer e nem a voz falhar.

      — Por favor, traga o que sempre consome a minha mãe, e creio que a Natália vai querer o mesmo também.

     Natália simplesmente fez um movimento positivo.

      — E pra você? — perguntou sem olhar em seu rosto. Ele acabava de se referir a jovem pelo primeiro nome. Provavelmente tinham intimidade.

     — Eu não vou querer nada, só estou aqui fazendo um favor pra minha mãe, porque ela precisou voltar no seu estabelecimento pra buscar algo. — respondeu Ryan de forma explicativa.

      Stephanie sentiu a face ficar corada. E sem olhar pra trás foi providenciar o que lhe foi solicitado. Concluiu que não foi ele que marcou com a loira. Voltou trazendo o pedido feito e, constatou que a acompanhante de Natália agora era Roberta. Elas falavam entre si com elegância. E enquanto as servia, Stephanie pode ouvir algumas palavras.

       — Não se arrependerá por conversar comigo. — falou Roberta.

      — Evidentemente não. — Natália assentiu.

      — Direi o que você vai precisar fazer hoje a noite. — Roberta sorriu. — Fique comigo no deque.

     — Acho uma ótima idéia.

     Stephanie não se aproximou mais da mesa de Roberta até que o recinto começasse a esvaziar, e percebeu de soslaio que a Natália levantou-se primeiro, depois Roberta deixou umas cédulas de dólares na mesa e se retirou também. Apesar do trabalho cheio no cruzeiro, Stephanie estava se sentindo vazia quando seu expediente acabou. Passava das vinte e três horas quando seguia devagar pelo deque. Jéssica assim como outros passageiros ainda estava na sala de show. Embora encerrado o som, as pessoas ainda aproveitavam ao máximo aquele lugar, bebendo, sorrindo, conversando...

     Ela atravessou a rampa e olhou para o corredor que dava até as suítes de luxo. Caminhou para o chalé de Ryan sentindo-se nervosa por estar infringindo o mais grave de todos os regulamentos existentes ali. Um final de tarde sem falar com ele depois daquilo na cafeteria e uma noite inteira com a idéia de que Roberta via em Natália a nora perfeita, a deixava aflita. Queria estar com ele, toca-lo. Encontrou a porta entreaberta, deu uma olhada em volta, perguntou-se se deveria abrir de vez ou conferir se tudo estava ok lá dentro. Inclinou o corpo segurando a maçaneta e em seguida estacou.

      — Continue. — Ryan a empurrou de leve e Stephanie se assustou.

       — Olhe, não quero que pense que faço isso... — foi incapaz de concluir porque Ryan passou os dedos em seus lábios. Depois a beijou.

       — Se eu pensasse não estaríamos aqui. — ele fechou a porta atrás deles e a pegou no colo.

        — Ryan, não sei o que sentimos um pelo outro. — aquele sentimento era especial para ela. Estava apaixonada.

      — Stephanie, o que quer que seja, é bom. - tudo daria certo no final pensou ele. — Por quê não aproveitar tão somente?

       Stephanie percebeu que nada seria capaz de impedir o que estava para acontecer. Tinha passado do ponto de retorno. Então apenas fechou os olhos. A medida que a paixão se intensificava, apenas o som das ondas do mar se ouvia. Ryan a levou pra sua cama dando-lhe beijos e fazendo-lhe carícias. Foi gentil, esperando o momento certo de seus corpos se unirem perfeitamente. Sabia que era a primeira vez dela e queria que tudo fosse especial. E foi.

      — Você é maravilhosa. — ele suspirou em seu ouvido e Stephanie apenas sorriu antes de adormecer nos braços daquele a quem se entregou.

 — ele suspirou em seu ouvido e Stephanie apenas sorriu antes de adormecer nos braços daquele a quem se entregou

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Uma Paixão InterrompidaWhere stories live. Discover now