Dedos com calos de guitarra

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      Capítulo 2 da fase
"Cruzeiro musical"

    O ambiente na cozinha estava muito agitado, o chefe dava informações sobre o cardápio para o jantar daquela noite e mais bolos saíam prontos dos fornos.

   — O que isso lhe parece, mocinha? — brincou o chefe da cozinha com Stephanie lhe apontando sua redonda pança.

   — Nunca fui muito boa em biologia, mas arriscaria dizer que aí dentro fica seu estômago.

   — Sim. E ele é tão grande que não consigo resistir a todas essas delícias. — em meio a descontração ele passou uma bandeja com bolos para Stephanie levar até determinadas mesas. — Como vou fazer para dar conta da minha própria doceria se eu continuar a devorar tudo isso?

    — Você consegue. Pode até ficar bem gorducho, mas vai continuar sendo eficiente. — gargalharam e Stephanie saiu com a bandeja, feliz em ajudar.

     Após acomodar todos os doces em seus devidos lugares, Stephanie circulou pelas mesas vips cumprimentando os clientes e anotando mais pedidos de chá, café, capuccino e bolo.

    — Posso deixar isso mais interessante e pedir um gim-tônica?

    Voltando-se para o dono daquela voz profunda, Stephanie enrubesceu.

   — Lamento senhor, mas não podemos servir bebida alcoólica no período da manhã e tarde. — Tentou ser o mais educada possível.

    Ao mesmo tempo foi tomada por uma sensação que paralisava e prendia suas palavras na garganta, diante dela estava um rapaz lindo e muito jovem, provavelmente rico. Tinha olhos azuis acinzentados e cabelos negros bem cuidado. Stephanie percebeu que as mulheres do estabelecimento olhavam em sua direção, apesar de sua inexperiência, sentiu o poder rival das senhoras de todas as idades. Deduzindo que estava boquiaberta, fechou a boca rápido.

    — Me trás o gim-tônica. — insistiu.

   — Preferimos que nossos clientes peçam bebidas alcoólicas um pouco mais tarde, senhor. — repetiu ela.

    — É mesmo? — ele fitou-a de modo insinuante, lhe constrangendo à falar alguma coisa.

   — Nós servimos neste horário uma enorme variedade de chás, além de cafés e capuccino....

   — Ah! Entendi, e isso é tudo que você tem para oferecer? — ele demonstrou insatisfação a provocação.

    Será que ele está flertando comigo? Stephanie se perguntou, porém lembrou-se das normas do cruzeiro sobre eventuais investidas dos passageiros.

   — Se prefere, ficarei contente por trazer o cardápio de bebidas, senhor. — sugeriu ela com esperteza.

    — Como você é atenciosa. — ele sorriu de maneira que fez o coração dela bater mais rápido. Andou até outra das mesas, sentou e chamou Stephanie com um gesto. - Eu gostaria desse chá aqui, para dois.

    — Sim, claro! — Stephanie baixou o olhar com um desagradável desapontamento, então o jovem rapaz estava acompanhado.

Uma Paixão InterrompidaWhere stories live. Discover now