Capítulo II

228 28 17
                                    

Navarro...

Inúmeros flocos de ne caíam dançando em Chicago, no lusco-fusco do dia de hoje.

A temperatura era de quatro graus negativos, e os delicados flocos caindo sobre o solo conversavam-se intactos depois de tocarem a calçada. O sol estava obscurecido por uma baixa camada de espessas nuvens cinzentas, que cobriam a cidade que despertava.

Cada vez chegava mais nuvens, tocadas pela brisa, envolvendo os topos dos edifícios maia altos numa névoa, fazendo com que o tempo ficasse mais escuro à medida que a aurora estendia seus dedos frágeis sobre Chicago. Não era de se esperar que nevasse e, no entanto, alguns flocos haviam cristalizado sobre Galena e tinha sido soprado para dentro da cidade.

De dentro do quarto eu podia ver toda a confusão que acontecia fora do hospital. Um motorista havia ultrapassado o que fez com que seu carro colidisse com outro, o que acarretou uma grande confusão.

- Está com frio? - me virei ao ouvir a voz de Angeles - eu trouxe esses casacos pra você, tem certeza que não vai querer ir para casa? A temperatura vai despencar mais ainda, e aqui ficará muito frio.

- Eu não irei sair do lado do Jorge - eu falei com convicção, olhando rapidamente para a cama, onde ele estava deitado com alguns aparelhos ao seu redor - os médicos estão otimistas de que ele acordará ainda essa semana, já faz algumas semanas desde o acidente, e todas as cirurgias que ele fez, ele tem que acordar essa semana.

- Tenho certeza que ele acordará, ele ter sido transferido para o quarto já foi um grande avanço, logo ele estará em casa - ela sorriu ao terminar de pronunciar aquelas palavras, e por mais que ela tentasse passar uma positividade, eu ainda podia sentir uma pontada de duvida sobre a melhora no quadro do Jorge, eu não a culpava, todos estavam duvidando de sua recuperação.

- E as crianças?

- Estão com o Vitor, eu vim ficar com você hoje - ela voltou a sorrir, porque ela estava tão sorridente - a Luna vai precisar ficar em casa, o Felipe ainda não estar totalmente recuperado do acidente, ela pediu que eu passasse o dia com você hoje.

- Você transou?

- O que? Como?

- Você estar muito sorridente Angeles, a algumas semanas atrás você estava acabada, com quem está saindo?

Ela sorriu de maneira tímida.

- Por favor não me fale que voltou com o Vitor...

- O que?! Não, eu não seria louca a ponto de voltar com aquele homem, bom, eu estou saindo com um professor do colégio das crianças, ainda estávamos nos conhecendo, mas eu não estou aqui para falar da minha vida amorosa, não é o momento para isso.

Eu sorri, assentindo antes de sentar na poltrona ao lado cama do Jorge. Desde que ele foi transferido da UTI para o quarto, eu sento ao seu lado,as vezes leio algumas história para ele, mesmo sabendo que ele não estar me ouvindo. Depois de algumas horas em um silêncio total, a porta do quarto de abre de maneira abrupta, o que me fez ter um sobressalto.

- Desculpa - Carmen fala assim que entra no quarto - vocês podem ir comer, eu quero ficar a sós com o meu filho.

- Aconteceu alguma coisa, Carmen? - pergunto levantando no mesmo momento que Angeles.

- Eu falei com o medico...- ela parou de falar, engolindo en seco - eu só quero ficar um pouco sozinha com o meu filho.

Angeles e eu saímos do quarto sem perguntar mais nada, por mais que eu estivesse curiosa para saber o que o medico havia falado para a Carmen, eu não me atreveria a pergunta-la novamente.

Memory • Parte IIWhere stories live. Discover now