Poucas pessoas de sua geração podiam dizer que haviam se casado com o primeiro homem por quem se apaixonaram. Luna por exemplo, sempre foi uma mulher de muitas paixões na época da faculdade, até que por fim se visse realmente apaixonada pelo então marido, Felipe. Mas com ela e o marido havia sido diferente, assim que se apaixonou por Jorge, Silvia soube que não se interessaria por mais ninguém. Essa conclusão que surgiu em sua mente enquanto jantava com ele e alguns amigos. Antes do conhecer o marido, a castanha havia decidido que não se casaria, pois pensava que seria algo que a distrairia de seus principais objetivos - abrir uma grande empresa -. Mas Jorge consegui a convencer que ela poderia fazer tudo aquilo com ele ao seu lado.
Houvera obstáculos, claro, como em todas as melhores histórias de amor: a ex-namorada, uma estudante de direito "neurótica", de quem ele havia terminado um relacionamento de três anos no momento em que conheceu Silvia, sem nem ao menos saber seu nome. Talvez ele tivesse feito uma loucura, mas Jorge havia ficado tão encantado pela castanha, que no momento que a viu, percebeu que o sentia pela namorada não era amor, e eles terminaram no mesmo dia. Quando a castanha soube disso - no jantar de noivado dos dois - , soltou uma pequena gargalhada e o chamou de louco.
Por que está lembrando de todas essas coisas?! Silvia se perguntou, encarando o marido que estava a sua frente, conversando com Luna. Ele a olhou por alguns segundos e piscou para ela, que sorriu em resposta. Naquele momento a castanha teve certeza que havia escolhido o homem certo para amar, estava novamente jantando com ele e os amigos, como no momento que percebeu que estava apaixonada pelo jovem de cabelos negros, brilhante e volumoso.
Ela ficou de pé e caminhou até o lugar que Jorge estava, pela primeira vez na noite se sentindo segura por ter escolhido aquele vestido azul que valorizava seu corpo de grávida de 17 semanas. Ele já sabia o porque da esposa está caminhando para ficar ao seu lado.
- Nós temos uma notícia pra conta a vocês - a castanha disse encarando os amigos e a sogra que voltaram a atenção para o casal.
- Vão se divorciar? - Luna perguntou fazendo todos sorrirem - não estou brincando, eles dois são loucos e teriam coragem de fazer uma jantar apenas para anunciar um divórcio, se for isso eu vou bater em vocês dois até vocês desmaiarem.
Silvia sorriu mostrando a língua para a melhor amiga.
- Idiota - disse a castanha.
- Não se preocupe Luna, eu nunca vou me divorciar da sua amiga - disse Jorge antes de beijar a mão da esposa.
- Então falem logo o que é, estou curiosa - Angeles disse encarando os amigos com um sorriso no rosto.
- Estou grávida.
Houve uma comemoração entre todos que estavam na mesa, sorrisos e palavras de carinho, todos se levantaram para encontrar a castanha, a tomando em abraços e foi assim por toda a noite. Sempre vinha alguém pergunta a Silvia algo relacionado a gravidez, como percebeu os sintomas, Angeles sorria ao dizer que já desconfiava, mas não tinha certeza de nada por isso não falou a ninguém. As semanas foram passando e a notícia da gravidez de Silvia se espalhou, a castanha quase todos os dias recebia ligações perguntando se era verdade que estava grávida, ela sorriu de forma encabulada sempre que as respondia. Não gostava muito que as pessoas se metessem em sua vida, mas parecia algo impossível.
Quatro semanas depois do jantar, ela estava no seu escritório, havia voltado a trabalhar, mas ia raramente para a empresa, preferia ficar em casa pois sentia-se melhor.
- Chefinha, não aguento mais trazer esse monte de flores e presentes todos os dias - Max reclamou entrando no escritório, com algumas sacolas na mão, enquanto tentava equilibrar três buquês, Silvia sorriu ficando em pé para ajudá-lo.
