Capítulo III

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Nota: desculpem esse capitulo pequeno e sem graça, tenho certeza que vocês esperava mais, porém eu estou sem criatividade para essa parte da fanfic, espero que entendam.

PS.: mudei a narrativa para a terceira pessoa, espero que gostem.

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Silvia chegou ao hospital pela tarde e surpreendeu-se ao perceber que o marido não estava no quarto, ela então foi avisada por uma das enfermeiras que ele havia sido levado para a cirurgia, o que a fez caminhar até a sala de espera onde encontrou a sobre e Jhenny que havia chegado a dois dias,  sentadas em silêncio.

- O que aconteceu? Por que ele está em cirurgia? -  ela perguntou assim que parou em frente a sogra.

- Calma, o Jorge pediu para receber alta o mais rápido possível e o médico dele resolveu adiantar a cirurgia para o Jorge poder ir pra casa em algumas semanas.

A castanha respirou fundo e sentou na cadeira ao lado de Jhenny.

- Não precisa se preocupar - Jhenny disse - essa cirurgia é só para que o processo de recuperação dos movimentos das pernas dele seja mais rápido, isso não significa que ele vai voltar a andar depois da cirurgia, é só pra que a fisioterapia dele tenha efeito mais rápido.

Silvia apenas assentiu, não estava preocupada com aquilo, ela estava preocupada porque ela havia marcado uma consulta para fazer o aborto em uma clinica perto do hospital e agora teria que faltar a essa consulta. Já havia se passado duas semanas desde que descobriu a gravidez e sabia que se quisesse continuar com o seu plano, teria que tirar aquela criança logo.

A operação durou oito horas e o médico informou que ocorreu tudo bem. Luna que havia chegado à algumas horas para ficar com a amiga, sorriu com a notícia e continuou com Silvia que quis esperar até que Jorge fosse levado até o quarto para poder ir pra casa. Quando as duas saíram do hospital a  castanha percebeu que já havia escurecido.

- Quer  que eu durma com você essa noite? - Luna perguntou quando as duas entraram no taxi.

- Não.

- Olha que eu durmo de conchinha - ela brincou e Silvia fez uma negativa com a cabeça.

- Eu não vou ficar em casa, vou só tomar em banho e vou voltar  pro hospital, a Carmen e a Jhenny também estão indo pra minha casa, não quero que o Jorge fique sozinho.

Luna sorriu.

- É incrível como você se preocupa com ele mesmo depois dele ter te tratado como um lixo...

- Como você sabe?!

- A Angeles me contou, ela me disse que você ficou muito abalada e que ele havia te humilhado na frente de um monte de gente.

- Esquece isso, o Jorge está em negação com sí mesmo e por isso esse comportamento hostil - ela tentou explicar, mas isso a fazia lembrar da forma como foi tratada e também a lembrava o dia que descobriu a gravidez.

Depois que se despediu de Luna, a castanha entrou em casa e se encaminhou para o seu quarto onde tomou um banho demorado e colocou uma nova roupa. Estava saindo quando Carmen e Jhenny entraram.

- Onde você vai?- Jhenny perguntou curiosa.

- Eu vou voltar pro hospital, não quero que o Jorge passe a noite sozinho.

- Você não precisa...

- Mas eu quero - ela disse interrompendo o que Carmen falaria.

Não demorou muito para que Silvia chegasse ao hospital, e quando percebeu já passava das 00:00. A castanha sentou na cadeira ao lado da cama do marido e passou a mão no rosto dele.

Ela segurou a mão dele e ficou o encarando por alguns segundos sem conseguir acreditar na confusão que a sua vida havia se tornado nas ultimas semanas, não deixou de se perguntar se quando ela foi atropelada Jorge ficou como ela estava, com medo, como se estivesse afundando em um poço escuro e sem prévia pra sair dele.

Estava pensando em como seria se ela decidisse levar essa gravidez em diante, quando sentiu a mão que ela segurava se mexer. Rapidamente  ela ficou de pé e sorriu ao ver que Jorge abria os olhos.

- Silv...

- Jorge - ela sussurrou ficando em frente ao campo de visão dele - como você está se sentindo?

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, piscando algumas vezes.

- Como você acha que eu estou? - ele perguntou - ainda não consigo sentir minhas pernas.

- Você sabe que a cirurgia não era pra você voltar a sentir suas pernas - ela disse encarando a mão dos dois qua ainda estava unida.

Jorge não respondeu e apenas virou o rosto, encarando a janela por alguns segundos antes de voltar sua atenção para a castanha.

- O que você está fazendo aqui, Silvia?

- Eu não queria que você passasse a noite sozinho, achei  que você só fosse acordar pela manhã.

- Eu não estou sozinho, estou em um hospital é impossível eu ficar sozinho, você pode ir pra casa.

- Não! - ela exclamou de imediato, por fim separando a mão da dele - por quanto tempo você vai agir assim? Como um cretino? Porque eu quero saber quanto tempo eu vou ter que ser forte.

- Ninguém esta mandando você ser forte, Silvia, você pode sair quando você quiser, se você quiser o divórcio eu assino, eu te liberto do peso que vai ser ter que tomar conta de um paralítico.

Ela fez uma negativa com a cabeça.

- Eu não vou deixar você - ela disse - quando casamos eu fiz um juramento, e vou cumprir ele, se você quiser me humilhar, tudo bem, quer me tratar como se eu fosse um lixo, tudo bem também, eu não vou te deixar, não vai ser eu quem vai ter que te  aguentar, vai ser você que vai ter que me aguentar, a cada tentativa sua de se livrar de mim, eu ficar mais ao seu lado e é bom você ir se acostumando porque em três semanas você vai voltar para casa e vai ser impossível ficar longe.

Jorge não respondeu, continou em silêncio encarando a castanha que se afastou da cama, respirando fundo antes de voltar a olhar para o marido, sem que ela percebesse Silvia pousou a mão sobre a barriga como se quisesse buscar força para algo.

- Você deveria chamar um medico.

- Como?

- Pra avisar que eu acordei - ele completou.

- Já passa da 00:00, provavelmente amanhã cedo virá um medico atender você, eu estou cansada demais pra sair a procura de um medico pra você.

Sem que ela esperasse Jorge começou a sorrir de maneira exagerada.

-  E ainda fala que não quer se livrar de mim.

- Por favor, Jorge, deixe de fazer drama, está tarde demais e se for pra você começar a me tratar como lixo faça isso pela manhã não agora.

Ele silenciou-se por alguns minutos, mas logo voltou a falar.

- Não vai mesmo chamar um médico?

- Eu já disse que não!- ela exclamou impaciente.

- Megera - ele sussurrou de forma que ela não conseguiu ouvir, em seguida fechou os olhos voltando a dormir.

Memory • Parte IIWhere stories live. Discover now