capítulo XIV

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A castanha piscou algumas vezes, até acostuma-se com a luz que vinha da janela do quarto. Ela olhou para os lados mas não viu ninguém, sua visão ainda estava embaçada, então Silvia fechou os olhos e não percebeu quando voltou a dormir.

- Onde a minha esposa está? - o ex piloto perguntou quando chegou perto de Max.

- Está no quarto, ela desmaiou - disse ele tentando deixar o homem calmo - a Silv estava indo te encontrar, antes de atravessar a rua ela desmaiou, a trouxemos de imediato para o hospital, ela já foi examinada e está tudo bem com ela e com o bebê.

Jorge respirou aliviado, sua irmã que antes estava empurrando sua cadeira, sorriu aliviada por não ser nada grave.

- Eu posso entrar pra vê-la?

- Claro, Salinas - o assistente da castanha disse e deu um sorriso amarelo - eu só estou aqui fora porque quartos de hospitais me dão pânico.

O ex piloto entrou no quarto sozinho, com certa dificuldade por conta da sua cadeira de rodas, fechou a porta com cuidado para não acordar a esposa e só então percebeu que ela já estava acordada. Silvia olhava fixamente para a janela, parecia não ter notado a presença do marido no quarto, até que ele falasse com ela.

- Oi - ela respondeu, virando o rosto em sua direção e sorrindo - desculpa por isso, eu tinha que desmaiar logo hoje que iríamos descobrir o sexo do bebê?! Sou uma verdadeira inútil.

- Hey!! Não se refira a você dessa forma - ele disse quando chegou ao seu lado, tocando sua mão - você sabe que essas coisas não tem como controlar, é normal desmaiar no seu estado e podemos fazer a ultrassonografia outro dia, ok?

Ela assentiu sorrindo.

- Eu quero ir para casa - a castanha disse voltando a olhar para fora da janela - odeio hospitais, principalmente esse.

- Faz você lembrar do seu acidente? - ela assentiu novamente - eu só me dei conta que era o mesmo hospital agora - Jorge sorriu, então apertou a mão da esposa - eu vou falar com o médico e perguntar se você já pode ir para casa.

Depois de alguns minutos conversando com o médico, ele autorizou que a castanha fosse para casa, pediu para que ela se alimentasse direito e isso causou algumas pequenas brigas. Silvia ficava irritada com o marido cada vez que ele a oferecia comida, por mais que uma parte dela achasse toda aquela preocupação que ele estava tendo fofa, outra, grande, parte da empresária odiava tudo aquilo. Depois de muito tentar, Silvia conseguiu convencer o marido a passar mais horas na fisioterapia, tudo para se livrar da super proteção que ele tinha com ela. Havia se passado três semanas desde que ela desmaiou e foi parar no hospital, desde então ela começou a trabalhar apenas em casa -foi assim que ela convenceu o Jorge a passar mais horas na fisioterapia, ele iria se ela começasse a trabalhar em casa, e a empresária aceitou-.

- Não estou conseguindo falar com a Luna, droga!- Max exclamou enquanto andava de um lado para o outro no escritório da casa da chefe.

- Não vale a pena tentar, parece que o Henry vai nascer hoje - ela disse quando desligou o telefone - então, nem ela e muito menos o Felipe vão atender o telefone, só se você for médico.

- E por que você não está lá com ela?

- Max! Eu estou com essa barriga enorme e temos um monte de coisa para resolver na empresa, eu vou para o hospital quando souber que ele nasceu - ela disse ficando de pé - meus pais ainda estão aqui, a Jhenny parece que não vai embora - ela passou as mãos no rosto e encarou o assistente - eu não transo faz um século.

Max sorriu fazendo uma negativa com a cabeça, enquanto seus olhos acompanhavam a chefe que caminhou até o sofá deixando seu corpo relaxar nele.

- Eu nunca imaginei que fosse escutar isso vindo de você - ele disse caminhando para sentar ao lado dela - e o Jorge, como ele está com esse tempo de abstinência?

Memory • Parte IIOnde histórias criam vida. Descubra agora