Capítulo VI

258 29 24
                                    

Uma semana já havia se passado desde que Jorge voltou para casa, não havia tido mais febres e nem outras complicações. Ele passava maior parte do tempo na cama, e quando não estava nela, era porque sua mãe havia o convencido a passar alguns minutos no jardim da casa. Silvia não ficava muito ao seu lado, não porque ela não queria, mas pelo fato de Carmen esta sempre ao lado dele, coisa que também o deixava irritado.

Hoje seria seu primeiro dia na fisioterapia, ele já havia tomado banho, com a ajuda da mãe, e agora estava sentado em sua cadeira de rodas esperando a fisioterapeuta. Estava em seu quarto lendo um livro, desculpa que ele havia usado para ver a esposa, por mais que a tratasse de forma grosseira e demonstrasse que a queria longe, era tudo fingimento, só estava iniciando a fisioterapia por causa dela, e mesmo com a distância que eles tiveram desde o acidentes, vê-la pela manhã ainda era a melhor maneira de começar o dia.

- Você ainda está aqui - Silvia disse quando saiu do banheiro, surpresa por ter encontrado o marido ainda no quarto, quando ela pensou que ele estivesse no andar de baixo, esperando a fisioterapeuta.

- Eu não posso nem mais ficar no meu quarto? - ele perguntou, à encarando.

- Você pode fazer o que quiser, querido.

Dito isso, ela entrou no closet e não demorou mais que dez minutos para sair, vestindo um vestido justo preto e salto alto também preto, tinha feito a maquiagem leve que sempre fazia durante.

- Vai sair?

- Sim, vou na empresa, já faz mais de um mês que não vou lá, não posso deixar tudo pra Luna administrar sozinha, não é?

- Eu achei que você fosse ficar aqui hoje, por conta da minha fisioterapia...

- Você quer que eu fiquei? Se você pedir eu fico, posso ir trabalhar amanhã...

- Não! - ele exclamou a interrompendo - pode ir pro seu trabalho, ele sempre foi mais importante não é?

- Não começa, Jorge, é claro que o meu trabalho é importante, mas eu nunca coloquei ele a frente do nosso casamento, você sempre foi a minha prioridade - ela disse seria e um pouco irritada - diferente de você, que preferiu uma maldita viagem à seu casamento, você me deixou e preferiu ir atrás de um sonho que era do seu pai, não seu. Você botou seu trabalho como sua prioridade, e  agora não venha querer me acusar de dar mais importância ao meu trabalho do que a você, porque nós dois sabemos que não é assim!

Depois de falar isso, ela saiu do quarto batendo a porta com força. Estava tão irritada com o que o marido falou que por pouco ela não chorou. Limpando uma única lágrima de caiu de seus olhos, ela desceu as escadas dando de cara com a sogra, que andanva de um lado para o outro, impaciente.

- Cadê o Jorge?

- Está vendo ele aqui comigo?! - Silvia respondeu de forma seca, caminhando até a saída da casa.

Não demorou mais que vinte minutos para que a castanha chegasse na Sex Works. Quando os funcionários da empresa viram a chefe chegar ficaram surpresos, não esperavam a ver por alí tão cedo. Silvia caminhou direto para a sala dela, cumprimentando alguns de seus funcionários com um breve aceno.

- O que faz por aqui, chefinha?

- O mesmo que você, Max, trabalhar.

- A Luna já foi informada que você voltou ao trabalho?

- Porque ela teria que ser informada?- a castanha perguntou, abrindo a porta de sua sala e dando de cara com um homem loiro, que estava sentado na sua mesa.

- Por isso - Max murmurou.

- O que está fazendo na minha sala? - Silvia perguntou encarando com cara de poucos amigos, o homem que também parecia está surpreso.

Memory • Parte IIWhere stories live. Discover now