capítulo XVI

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A castanha soltou um gemido ao virar-se na cama, sem conseguir encontrar um boa posição para dormir, ela sentou com certa dificuldade e passou a mão na barriga de 38 semanas, seu marido estava ao seu lado dormindo. Silvia esticou a mão e tocou o ombro dele, mexendo, duas vezes até que Jorge acordasse.

- Ela vai nascer?! - ele perguntou sentando na cama, um pouco assustado.

- Não - disse a castanha sorrindo tocando a própria barriga - eu não consigo dormir.

- Está sentindo alguma coisa? Você lembra que a sua médica disse...

- Não - ela o interrompeu - ela só está acordada e não para de mexer e eu estou com fome.

- Eu posso conversar com ela? - ele perguntou e a castanha assentiu, ele arrumou uma posição em que ficasse confortável e abriu alguns botões do pijama da esposa, passando a mão em sua barriga que agora estava em evidência - Oi Anna, você novamente acordando a sua mãe no meio da noite? - a bebê chutou, o que fez o casal sorrir.

- Você acha que ela vai fazer chá com os ursinhos dela? Como o chá da tarde - a castanha perguntou fazendo com que a atenção do marido de voltasse para ela.

- Acho que não - ele disse e deu um beijo na barriga da esposa - você vai fazer chá da tarde meu amor? - ele perguntou sorrindo - você vai ser tão inteligente...

- Eu estou com medo - disse Silvia o interrompendo.

- Silvi... Shh, não pense em nada que eu vou continuar conversando com a Anna.

- Converse comigo - ela disse - você conversa com ela todas as noites por horas e as madrugadas também sempre que ela acorda, eu já estou começando a pensar que ela conhece mais a sua voz que a minha.

- Ok, eu vou conversar com você e depois que você dormir eu converso com ela.

- Não, eu adoro ver você falando com ela.

- Silvia! - ele exclamou e os dois sorriram - do que você tem medo?

- Eu tenho medo que algo de ruim possa acontecer com ela, porque se olharmos o nosso histórico vamos perceber que ele não é muito bom, eu já sofri um acidente e perdi a memória e você... Bom, sofreu um acidente de avião e não morreu, isso foi bom, mas ficou preso em uma cadeira de rodas.

- Eu não fiquei preso em uma cadeira de rodas - ele disse sorrindo - só por quase um ano e eu já estou voltando a andar.

- Eu sei.

- E se você não olhar apenas o lado ruim e trágico disso tudo vai perceber o quanto somos fortes e que apesar de brigas, uma era gelo e uma perda de memória continuamos juntos e vamos ter uma filha, a qual vamos ser os melhores pais que ela poder ter e vamos cuidar dela mais do que qualquer outro casal azarado no mundo cuida do seu filho, não vamos deixar que nada de ruim aconteça com ela.

- Você não está ajudando muito nos chamando de casal azarado - a castanha disse sorrindo, antes do marido da um beijo em seus lábios - acho melhor você voltar a falar com a Anna, você se dá melhor conversando com ela.

- Oi Anna, o papai voltou, você está mexendo tanto na barriga da sua mãe e eu estou sentindo em minha mão algo que eu acho ser os seus pés - ele sorriu - você é forte e tão linda, bom a barriga da sua mãe é linda.

Silvia sorriu.

- Mas eu tenho certeza que você é linda, eu estou muito ansioso para te conhecer e eu ja te falei isso mil vezes, você sabe o quanto eu amo falar com você. Eu acho que você vai se parecer comigo a minha genética é forte, mas se eu pudesse pedir alguma coisa eu pediria que você fosse como a sua mãe, ele é a mulher mais linda que eu já conheci e a mulher mais linda que eu tive o prazer de beijar, as vezes eu olho para ela dormindo e não consigo acreditar que uma mulher como ela, tão perfeita, aceitou se casar com um cara como eu, você precisa ver o quanto ela é perfeita e você também vai ser perfeita - ele olhou para a esposa que tinha os olhos marejados - bom, eu sempre quis uma mini Silvia, então por favor seja uma mini Silvia.

Memory • Parte IIWhere stories live. Discover now