Capítulo 1 - Centauros (Parte 4)

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Com um clayn, Kayan pôde abrir a enorme porta de pedra e ver o que havia na câmara do outro lado. Para seu espanto e agonia, viu Sarah presa a uma porta parecida com a que ele havia passado. A diferença para esta era uma enorme runa inscrita acima da cabeça da garota, que estava completamente nua e presa através de quinze selos mágicos.

O mago não teve tempo de admirar o belo corpo da jovem presa à sua frente, pois havia três centauros para enfrentá-lo; sendo um deles a fêmea que havia sequestrado Sarah.

As criaturas arremessaram um pequeno disco com uma runa. Kayan não esperou para ver o resultado disto e pulou para o lado. A descarga elétrica passou muito longe de atingi-lo.

Ele usou as duas mãos para disparar o feitiço durhan tangrea que saiu rasgando o chão de pedra; dividindo-se, a seguir, em três raios negros. Ele poderia até fritar pelo menos um dos centauros com aquilo, mas sabia que eles eram quase tão vítimas quanto Sarah. Sendo assim, o feitiço serviu apenas para dividi-los.

O mais próximo foi o primeiro a sofrer o ataque fulminante do mago, que lançou um poderoso pulso de energia direto contra o peito humano da criatura. Enquanto o centauro estava desnorteado, ele saltou para cima deste e usou um encantamento para derrubá-lo ao chão.

Uma chuva de flechas se seguiu da queda do primeiro adversário. Kayan usou um clayn e criou uma barreira de pedra para conter o ataque. Após isso, saltou para o lado e conjurou uma explosão de fogo.

As chamas invadiram o recinto e acabaram por danificar muitas das várias pilastras de pedra que sustentavam o local. Os centauros estariam caídos se a fêmea não portasse uma runa de barreira consigo.

A fumaça e a poeira dificultaram a visão do mago, que acabou levando um tempo grande demais para reagir ao novo ataque. Esquivou-se de várias flechas correndo para o lado. Porém uma delas lhe atingiu direto no ombro esquerdo, perfurando-o. Nada mais do que um abafado gemido de dor foi expelido da boca de Kayan, que saltou para trás de uma das pilastras logo após.

– Maldito! Como dói! Um segundo de distração e olha o que acontece!

Encostado na pilastra, ele segurou firme a flecha de energia que ainda estava penetrada em seu ombro. Uma boa quantidade de sangue escapava-lhe do ferimento, molhando levemente a túnica de manga longa que ele estava usando. Pressionou a flecha com sua aura e ela se desfez, deixando um ferimento um tanto quanto grave, mas que não impossibilitava a movimentação do braço.

Em uma situação adversa, Kayan esperaria pelos centauros para contra-atacar, mas lembrou-se de Sarah presa daquele jeito ao portal e decidiu acabar logo com aquilo; nem que, para isso, acabasse ferindo um centauro. Para tal ato pretendia utilizar o feitiço giudecca e assim o fez.

A lâmina negra se formou com perfeição no antebraço direito de seu criador, que correu para a direita expondo-se a mira dos adversários. Estes não perdoaram a oportunidade e começaram a disparar flechas, que eram evitadas com agilidade e, ás vezes, com um golpe da lâmina.

Chegando ao primeiro centauro – a fêmea –, que tentou se afastar do inimigo, ele se impulsionou em uma das pilastras e golpeou o arco do adversário; evitando, assim, a morte do mesmo.

O outro centauro foi surpreendido por um poderoso ryado, que não pôde ser evitado à pouca distância. Este acabou com o corpo completamente congelado.

A fêmea – agora sem o arco – tentou agarrar o mago por trás, mas este foi mais rápido e desfez o giudecca enquanto tocava o corpo do adversário disparando um tangrea. A centauro caiu no chão, inconsciente.

Com a mão sobre o ombro dolorido, Kayan pôde reparar melhor no local enquanto corria para ajudar a amiga. A câmara também era iluminada por lamparinas mágicas, como o longo corredor anterior. Mas estas estavam em um número menor, o que dava uma aparência lúgubre ao local.

A Ordem de Drugstrein - Volume IIWhere stories live. Discover now