Capítulo 6 - Batalha na Península de Darthan (Parte 2)

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Furioso com os comentários prepotentes de Kayan, Kiliker avançou contra o mago. Sob seus pés, as pegadas eram deixadas na lama, deformadas, tamanha era sua velocidade. O jovem, porém, não esperava outra reação e avançou na mesma velocidade. Apesar do tamanho três vezes maior do punho adversário que vinha em sua direção, ele contra-atacou da mesma forma. No entanto, Kayan utilizava sua aura enquanto o fazia.

Os dois encontraram-se no ar, o mago havia saltado para alcançar o do inimigo. Os espetos de aço não chegaram a tocar a carne humana, pois o feitiço que teria força para lançar o orc para longe impedia que isso acontecesse. No entanto, a criatura de pele esverdeada não saiu do lugar. Um brilho estranho e uma ventania incomum surgiram das estranhas luvas de Kiliker.

Surpreso, Kayan foi arremessado para o alto e para trás com a mesma força que acometeria o seu adversário. O rapaz girou o corpo no ar e caiu, em pé, alguns metros para trás de Sarah, que assistia a tudo aflita. Os pés do jovem foram arrastados, através da inércia, pelo chão e ele foi obrigado a tocar o solo com sua mão esquerda para se equilibrar novamente e não cair.

O mago colocou-se novamente ereto e encarou o adversário, que sorria com a resolução da investida de ambos. Sarah, quando viu o que aconteceu, apressou-se em agir. Em meio a um feitiço crisis, chamas intensas foram lançadas contra o orc, que permaneceu em seu local, imóvel. As chamas seguiram-se em um ritmo que seria possível carbonizar o corpo do adversário completamente.

A chuva – que naquele momento começava a se tornar intensa – dissipou completamente a fumaça. Em seu lugar, apenas restou Kiliker. A única mudança em sua posição eram os braços a frente do rosto, como se quisesse protegê-lo de algo.

– Não conseguirão me derrubar com ataques tão medíocres como estes.

O mestre da guerra dos orcs desafiou enquanto cerrava os dentes. Em seguida, avançou contra a maga branca. Sarah esperou que o seu oponente aproximasse o suficiente para esquivar-se de seu golpe no momento exato. Antes que o orc pudesse atacar novamente, Kayan lançou um tangrea contra o mesmo.

O ataque elétrico também não fez o menor efeito. Kiliker foi rápido o suficiente para estender o braço esquerdo contra o raio lançado pelo mago. Ele abriu sua enorme mão e o ataque foi amparado por ela, fazendo com que arcos voltaicos se espalhassem pela região. O feitiço principal, porém, desapareceu logo em seguida.

O mago negro observava, atônito, a maneira incomum como seu adversário havia se defendido de seu ataque. Ele não sabia o que havia acontecido, mas ficou grato por ter dado tempo suficiente para que Sarah se afastasse do inimigo e se aproximasse dele.

– Quero saber quais as intenções das tropas aliadas nessa empreitada pela montanha, e quero saber agora – ordenou o orc de tamanho descomunal.

– Como se nós fossemos contar para você...

A garota foi interrompida quando Kayan passou a sua frente e lhe fez um sinal indicando que assumiria a palavra.

– Nós pretendemos atacar Naubusec.

Sarah mal pôde acreditar que Kayan havia entregado os planos dos aliados para um inimigo. Ela pensou em protestar, mas o rapaz olhou-a de canto e piscou um olho. Ele tramava alguma coisa, disso ela tinha certeza. Simplesmente confiaria nele, então.

– Atacar Naubasec. Vocês só podem estar brincando. Quando acabar com vocês dois, irei conduzir minhas tropas imediatamente contra seu exército medíocre e esmagar a todos.

Neste exato momento, Sarah percebeu o que o rapaz pretendia. Ele simplesmente tentou – e aparentemente conseguiu – fazer com que o exército inimigo não atacasse Gynoloock, pois esta estava com defesas realmente baixas.

A Ordem de Drugstrein - Volume IIWhere stories live. Discover now