Capítulo 6 - Batalha na Península de Darthan (Parte 4)

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Sob o sol fraco e parcialmente oculto por nuvens um sangrento combate teve seu início. Os gigantes bradavam seus tacapes e clavas rústicas feitos simplesmente com madeira e pedras. Os anões eram os principais seres à combatê-los, empunhando seus machados, espadas ou, até mesmo, arco e flecha. Eles saltavam contra seus inimigos mortais sem nem um momento de hesitação.

Os artesões comandavam seus golens para travar um combate de igual para igual contra a raça que mais odiavam em toda Wesmeroth. Os magos, por sua vez, mantinham-se separados em suas respectivas equipes e destroçavam os orcs sem piedade alguma.

– Aghata e Karion, vocês e suas equipes devem dar apoio aos anões ao leste! Tentem evitar que muitos deles morram!

Jonathan gritou em meio aos sons de metal contra metal e gritos de agonia do campo de batalha. Os magos tinham a obrigação de manter o maior número de anões a salvo que conseguissem, visto que a raça era corajosa, porém, muitas vezes, inconsequente no campo de batalha.

As equipes da Ordem de Kaz Barak perceberam o que as de Drugstrein estavam fazendo e decidiram imitá-los. Para eles foi relativamente mais fácil, uma vez que, ao invés de apenas quatro, eles contavam com nove equipes completas.

Conforme as horas iam passando e os magos mais jovens se exaurindo, Jonathan comandava-os para que recuassem e cuidassem apenas da retaguarda e dos anões que se feriram.

Nathie, Mark e Nicolas foram os que recuaram das equipes de Drugstrein. No caso de Kaz Barak esse número foi de oito magos, sete jovens e um de idade já avançada.

Com uma boa administração do combate, nenhum dos magos havia perdido a vida até aquele momento, apenas alguns receberam ferimentos leves, que eram curados por magia branca logo após serem infringidos. Esse fato dava mais moral aos anões que, apesar de ter perdido quase sete centenas de seus guerreiros, ainda permaneciam aos milhares e combatiam com a mesma coragem e vigor do início da batalha.

Os gigantes tinham um espírito de combate, coragem e determinação semelhante ao dos anões. Justamente por isso, recusaram-se a se retirar do campo de batalha quando os orcs deram a mesma por perdida e começaram a recuar.

Quase mil orcs conseguiram sair do campo de batalha, abandonando cerca de dois mil corpos para trás. Dentre os gigantes, que eram de um número próximo de quinhentos, não houve sobreviventes.

Foi assim, que, já ao final da tarde, a primeira e intensa batalha na península de Darthan teve seu fim. Novamente eles acamparam antes mesmo que o crepúsculo surgisse no horizonte.

Porém, mesmo com o acampamento já preparado, os anões só se deitaram após recolher os corpos de seus mortos e cremá-los, dedicando-os ao seu deus da guerra, Mijiaünirr, para que ele os levasse, como guerreiros honrados que foram, para juntos de seus antepassados.

– Isso é muito triste.

Anita, em meio a uma expressão melancólica, comentou com Nathie, que estava sentada ao seu lado enquanto assistiam os ritos fúnebres dos anões.

– Eles perderam tantos familiares, imaginem como devem estar se sentindo.

– Nós sentimos tanto quando apenas um dos nossos morre, imagine eles que perderam centenas deles.

A garota abraçou as próprias pernas enquanto sentia o pesar que deveria estar afligindo a outra raça.

– E os gigantes e orcs? Eles também devem sentir a mesma coisa. E nem podem enterrar seus mortos, já que eles ficaram aqui ao lado, nem a quinhentos metros de onde estamos acampando – complementou Nathie.

A Ordem de Drugstrein - Volume IIOnde histórias criam vida. Descubra agora