Capítulo 8 - Cerco em Gynoloock (Parte 1)

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Turenhead bufou quando a fumaça invadiu suas narinas. Seu único olho bom visualizava tudo o que acontecia ao seu redor. Ele praticamente não lutava, apenas comandava os seis clãs de taurinos que havia conseguido reunir sob seu comando.

Desde o meio da tarde até a atual hora, próxima da meia noite, a batalha havia se estendido. Eram poucas horas, se comparadas com outras batalhas memoráveis, mas fora um tempo longo suficiente para que os anões começassem a se cansar.

As chamas dos taurinos reis ou shamans permeavam os céus e os austeros campos de pedras. Os artesões dos anões combatiam o fogo com rocha, porém, muitas vezes, as explosões faziam com que as barreiras cedessem.

Aquele cerco já durava quatro dias, sendo que todo dia uma nova batalha era travada.

No primeiro combate os anões tentaram enfrentar os inimigos num campo aberto, numa vã tentativa de impedir que eles invadissem a fortaleza e colocassem as anãs e crianças em perigo.

O número de magos era muito diminuto, apenas alguns poucos remanescentes de Kaz Elenak, que fora obrigada a retirar a maior parte de seus reforços por algum motivo não revelado.

Sendo assim, a aliança se viu obrigada a recuar para não ser completamente esmagada e dizimada pela incrível força dos oponentes.

A atual batalha era a terceira que eles enfrentavam indiretamente. Os que eram hábeis a utilizar a magia o faziam; aqueles que não eram, lutavam utilizando o arco e flecha.

Além de chamas e explosões, os taurinos agrediam os anões com lanças de mais de três metros, que eram arremessadas contra a fortaleza através da força esmagadora de seus guerreiros.

Assim que a lua cruzou o meio do céu, Turenhead ordenou que os ataques cessassem e que todos voltassem para os acampamentos. Os anões, aliviados pela pausa na batalha, estavam exaustos e visivelmente mais arrasados que os taurinos.

– Será que Drugstrein nos abandonou? Já faz doze dias que pedimos reforços.

Um mago de cabelos dourados comentou com a companheira de equipe enquanto ela conjurava um ressin em um grave ferimento que havia sido causado por uma lança.

– Há duzentos anos conheço os magos humanos e sei que eles honram seus aliados – disse Thrull Turulhin, o patriarca de sua casa. – Eles virão, podem ter certeza disso.

A noite e o cansaço fez com que todos se recolhessem para dormir. Sabiam que, no próximo dia, mais uma batalha seria travada, mas não sabiam por quanto tempo ainda poderiam resistir.

* * *

À beira da exaustão prosseguia a reduzida comitiva de magos vindo de Naubusec. Os últimos dias foram extremamente cansativos, pois as quatro equipes de Drugstrein e sete de Kaz Barak precisavam se locomover na maior velocidade possível para reforçar os anões e magos de Kaz Elenak em Gynoloock.

– Spaak, vamos parar, por favor! Eu não aguento mais – Nathie protestou para o líder da comitiva.

– E já estamos no meio da noite. Estamos começando a ficar com sono – um mago jovem da outra ordem uniu-se as reclamações.

O mestre ponderou as objeções dos magos, mas preferiu ignorar, pois estavam ficando sem tempo. Foi quando Aghata demonstrou sua opinião:

– Não adianta nada chegarmos lá esta noite se não pudermos lutar, Spaak. Olhe para os magos, eles não têm tanta energia quanto um mestre. Até mesmo, dois mestres de Barak demonstram sinais de exaustão.

– Devemos parar e dormir por pelo menos seis horas. Antes mesmo de amanhecer partiremos renovados e alcançaremos a fortaleza dos anões – expressou-se Jonathan.

A Ordem de Drugstrein - Volume IIWhere stories live. Discover now