Capítulo 5 - Batalha de Gynoloock (Parte 2)

368 58 1
                                    


Apesar do susto que Kayan e Sarah receberam ao serem atacados por um aliado, ambos conseguiram bloquear o ataque com uma barreira em conjunto. A imponente rajada elétrica chocou-se contra o escudo de energia em um estrondo seco, forçando ambos a utilizarem todos os seus esforços para se protegerem.

Passado o susto, um outro de mesma magnitude os atingiu. Anikin, ainda de olhos fechados, levantou-se de maneira lenta e silenciosa. A seguir, sua face voltou-se na direção dos dois jovens ali presentes. Kayan prestou muita atenção em seus movimentos, para ele, parecia que o granmestre estava em uma espécie de transe incomum.

Ele, então, estendeu o braço e, consequentemente, a mão direita em direção ao casal. Um poderoso turbilhão de chamas surgiu da palma estendida e se dirigiu a eles. Num ato de puro reflexo, eles se encaram e cada qual saltou para seu lado. Um enorme explosão se seguiu, destruindo grande parte do solo e alguma vegetação presente. Aquilo alertou muitos anões e alguns magos das intermediações.

Kayan pensou rápido e decidiu que a melhor escolha seria chamar a atenção de seu agressor para si mesmo, e desviá-la de Sarah. Assim o fez e disparou uma rajada de fogo com toda a força que conseguiu reunir. As chamas, porém, chocaram-se contra uma parede invisível e espalharam-se em várias direções deixando o alvo intacto. Ao menos o plano do mago deu certo e Anikin – ainda de olhos fechados – voltou-se contra ele, praticamente ignorando a garota.

O mago de cabelos negros preparava-se para se defender ou esquivar de qualquer ataque que fosse dirigido contra ele. A maga de cabelos castanhos, por sua vez, preparava-se para atacar o agressor na tentativa de poupar o amigo e companheiro de equipe de tal agressão. Nenhuma dessas coisas aconteceu.

– Hargyou.

De repente Anikin parou seus movimentos e, lentamente, abriu seus olhos de maneira desconcertada. O casal de magos desviou a atenção para a pessoa que havia dito a palavra que havia acalmado o granmestre. Era um homem de meia idade. Os cabelos lisos e divididos ao meio continham algumas mechas esbranquiçadas, mas eram de um tom castanho escuro. Sua pele era muito clara e a capa branca com detalhes prateados impunha respeito. Ao lado esquerdo de seu peito estava um brasão da ordem de Kaz Elenak.

– Vocês dois estão bem? – perguntou, por fim.

– Sim – respondeu Kayan em nome dos dois.

– Eu... sinto muito pelo ocorrido. Pensei que ninguém entraria dentro do meu perímetro – o granmestre falou pela primeira vez. Sua voz era calma e melodiosa.

– Como assim? – perguntou Sarah.

– Sinto-me desonrado em ter atacado companheiros, mesmo que essa não fosse minha intenção.

O semblante do granmestre era de uma profunda amargura. Naquele exato instante, os dois magos de Drugstrein, assim como os anões que haviam se aproximado, perceberam que ele realmente não fez o que fez por sua própria vontade. Porém, antes que qualquer um pudesse dizer algo mais, Anikin saltou, impulsionado por sua aura, em direção da construção mais próxima. Em seguida, impulsionou-se novamente e pousou apenas na montanha que a cercava para, então, sumir da vista de todos os presentes.

– O que aconteceu aqui? – perguntou Kayan, ainda muito confuso.

– O granmestre Anikin desenvolveu um encantamento sobre si mesmo que faz com que ele seja capaz de se defender mesmo estando inconsciente – o mestre de Kaz Elenak começou a explicar. – Quando ele está meditando, é como se estivesse inconsciente, então o encantamento se ativa se alguma coisa ou alguém entrar em sua área de alcance.

– O granmestre é uma pessoa honrada, mas não deveria arriscar-se no meio de tantas pessoas – disse um anão que se aproximava.

– Realmente foi um erro, mas ele nunca iria esperar que alguém se aproximasse dele aqui. Era um local bem isolado.

A Ordem de Drugstrein - Volume IIWhere stories live. Discover now