Capítulo 3 - Batalha em Tubbler (Parte 1)

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O crepúsculo sempre chegava um pouco mais cedo naquela região. Os altos picos das montanhas tampavam a luz do sol antes que o restante do planeta Wesmeroth. Não eram nem dezoito horas e a escuridão tomava conta de todo o ambiente. Porém, existia alguém que não se importava nem um pouco com isso.

Com mais de dois metros e meio de altura, ele era muito corpulento e estava usando uma pesada armadura feita de aço, que cobria praticamente seu corpo todo. As mãos possuíam apenas quatro dedos e estavam cobertas por grossas luvas de couro. Uma enorme capa azul escuro se estendia de seus ombros até o chão. Nela havia um singular símbolo: um triângulo de borda dupla com dois riscos em cada um dos lados e um caractere desconhecido ao centro. O mais intrigante certamente era a aparência de seu rosto.

Este era coberto em uma pelugem marrom e salientava um enorme focinho de touro, que continha dentes extremamente afiados. Seu olho era em um tom amarelo vivo e emanava uma ira desenfreada. Era seu olho porque havia apenas um e, no lugar do outro, aparecia apenas uma feia cicatriz que ia da testa até o início do focinho. Em sua cabeça, dois enormes chifres transpareciam.

Corria em grande velocidade através do planalto próximo as montanhas Mirron. Para tal usava pés que mais pareciam patas de um touro e estavam quase totalmente encobertas pela armadura. Parou e verificou ao redor como se estivesse farejando algo. Um sorriso apareceu em seu focinho e ele soltou uma espécie de grunhido de excitação.

De repente, do meio da poucas árvores que havia no canto, um lobo gigante surgiu correndo em sua direção. Ele tinha a pelagem cinza e era pouca coisa menor que o taurino. Começou a circular sua possível presa, porém não avançava. Cansado da brincadeira, o taurino avançou para o lupino com uma agilidade assustadora para seu tamanho. Agarrou-o pelo pescoço.

– O que foi seu lobo de merda? Chame seus amiguinhos – disse em um tom de voz bufante.

O lupino tentou rosnar, mas apenas ganiu. O taurino afrouxou um pouco sua mão e então ele pode uivar. Mais dois lobos gigantes apareceram, um em meio as árvores próximas das que o primeiro deles havia surgido, outro veio correndo do alto de uma parte mais elevada do terreno, que ficava a esquerda do taurino. Este, uma vez que não precisava mais do lupino, apertou seu pescoço com toda a sua força, o que o fez quebrar como se fosse um graveto. Jogou o corpo sem vida no chão.

Os outros dois novos integrantes da luta rosnavam às costas do enorme ser, preparavam-se para atacar quando este soltou duas curtas palavras.

– Raz Rashon.

O taurino espalmou as duas mãos que jaziam caídas paralelamente ao seu corpo musculoso. Labaredas de chamas surgiram destas e se dirigiram aos lobos que queimaram em poucos segundos, sem terem chance alguma para reagir.

– Esses lupinos fétidos – proferiu em meio a um bufão. – Acabaram tirando meu ritmo. Não importa, chegarei antes do amanhecer.

* * *

Três deles avançavam pela direita, mais quatro pela esquerda. Eles portavam enormes maças de aço em suas mãos e os corpos estavam todos cobertos por pesadas armaduras. Todos os magos saíram de sua carruagem de imediato, o condutor se escondeu atrás da mesma com medo.

Spaak olhou ao seu redor para verificar a situação dos demais magos. Karion e sua equipe já estavam tomando a frente do combate. O outro mestre, que estava com ele e sua equipe, corria de encontro a carruagem destruída para prestar auxílio.

Sarah e Nathie ficaram perdidas em meio à confusão e um tanto quanto sem reação. Um dos taurinos saltou a uma altura impressionante e avançou para o ataque em direção às duas garotas. Kayan não esperou para reagir e usou um clayn contra o inimigo. A terra se ergueu e acabou arremessando-o de volta ao chão, sem ferimentos aparentes.

A Ordem de Drugstrein - Volume IIWhere stories live. Discover now