Capítulo 4 - Batalha de Garyjan (Parte 2)

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Kayan permanecia em pé. Seus punhos estavam cerrados e tremiam de raiva. Seus olhos tão negros quanto a noite mais escura encaravam o taurino à sua frente. Neles seu ódio estava ainda mais evidente.

O motivo para isso jazia logo aos pés do mago. O corpo de Guin estava inerte e começava a perder o calor. O general Turenhead sorria de forma sádica e sombria, a cicatriz no local onde antes havia seu olho esquerdo lhe dava um ar ainda mais sinistro.

O primeiro movimento foi executado. Kayan movimentou o braço direito de modo a formar uma meia lua e um raio de energia negra se precipitou contra seu inimigo. O feitiço seguiu rasgando o solo por onde passava. Levantava poeira e escombros para todos os lados, danificando ainda mais o cenário. Por fim, atingiu seu objetivo e chegou ao taurino, que demonstrou seu poder de um modo que impressionou até mesmo o autor do ataque. Turenhead envolveu ambas as mãos em aura e amparou o raio negro com as próprias mãos. Seu corpo foi arrastado por alguns centímetros pelo chão e, assim que parou, fagulhas negras voaram pelo ar junto com arcos voltaicos da mesma cor.

O mago de cabelos negros não desistiu de sua investida. Levou a mão esquerda junto a direita e forçou ainda mais o feitiço. Gritou junto ao enorme esforço que fazia na tentativa de atravessar a defesa adversária, que se mantinha estável. O taurino simplesmente mantinha-se de pé, amparando o feitiço com as próprias mãos. Em seus lábios grossos, um sorriso de superioridade estava grafado. A energia, antes una, se dividiu em vários raios, atingindo as rochas e ralas vegetações próximas, que eram destruídas ou danificadas no ato.

Aparentemente cansado daquele embate sem futuro, o general forçou as duas mãos para frente e, em seguida, para ambos os lados. O feitiço sofreu um contra-golpe poderoso, que acabou por desestabilizar o mago que o lançara. Kayan desequilibrou-se e teve de dar um passo para trás, passando por cima do corpo que jazia ao chão.

– Não pode ser – disse com os olhos arregalados de espanto. Sabia que aquele taurino era poderoso, mas não imaginava que seria a tal ponto de impedir seu feitiço mais forte com tamanha facilidade.

– Assustado? Esse outro mago também mostrou essa mesma expressão antes de morrer. Embora deva admitir que seu poder é muito maior que o dele.

O Atreius sentiu seu sangue ferver novamente. Sua expressão de surpresa deu lugar a uma de ira. Estava determinado e iria enfrentar aquele inimigo até o fim, não importando qual seria ele. Correu em direção ao inimigo. Iria levar uma luta corpo a corpo, que era sua especialidade, apesar de ser um mago. Era um movimento arriscado, pois esta também era a preferência de seu adversário.

Sem dizer sequer uma palavra, as chamas negras de um durhan crisis surgiram em suas mãos. A seguir, o mago investiu contra o taurino com sua mão direita. Uma rajada poderosa de chamas se precipitou de sua palma aberta. O general, porém, esquivou-se para o lado com velocidade e perícia, escapando do ataque com facilidade.

Kayan, no entanto, não desistiu de sua investida e girou com agilidade. Seus pés dançaram no chão empoeirado durante a manobra e ele apontou a mão esquerda para o inimigo de modo a fazer com que o fogo das trevas seguisse formando uma meia lua.

O taurino flexionou os músculos de suas pernas e saltou a uma altura impressionante para seu peso. Seu corpo seguiu para cima de uma rocha de tamanho colossal, onde as chamas negras se chocaram e se extinguiram.

Algumas gotas de suor desceram da testa do Atreius até seu queixo. O jovem mantinha os dentes e os punhos serrados. Aquele bárbaro estava brincando com ele o tempo todo. E o pior: não tinha tirado o sorriso do rosto nem por um segundo. Seus dentes afiados se mantinham ali, sendo exibidos como se fossem a prova de sua superioridade.

A Ordem de Drugstrein - Volume IIWhere stories live. Discover now