Namhaid

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Observações: Muitas mudanças nesse capítulo, principalmente no encontro de Naruto e Obito. Fiquem alertas.

Muitas crianças tinham medo do escuro, eu tinha medo de fadas.

As fadas que meu avô me retratava não eram como as dos desenhos: eram cruéis. Elas se mostravam na forma humana para trazer a desgraça e má sorte para a pessoa infeliz que se aproximasse delas.

Como eu as odiava.

Como eu temia o fato de algum ser usar o sentimento de alguém para destruí-lo.

O problema, é que os sentimentos, quanto mais fortes por alguém, mais dor podem trazer.


NA MANHÃ SEGUINTE NARUTO SE SENTIA MELHOR, apesar de um corte por dentro do lábio e alguns hematomas onde recebeu golpes do bastardo. Por sorte não havia recebido nenhum soco no rosto, diferente do outro. Naruto quase riu enquanto passava pomada em um hematoma no peito, mas se conteve ao se lembrar da visão.

Depois do pavor inicial pela perspectiva de estar entrando em surto depois de anos, conseguiu pensar no conteúdo da alucinação que teve.

Ele estava beijando Sasuke.

Não havia entendido ainda o que havia acontecido realmente. Ele se lembrava de ter tido total percepção, ele sentiu tudo: o corpo do outro, as cócegas, depois seus lábios frios e molhados se movendo sobre os seus, a língua... interrompeu o pensamento, não era prudente se lembrar daquelas sensações.

E não é prudente achar que aquilo foi verdade. Foi somente um delírio. Achar que um delírio é a verdade é como a situação piora. Recitou para si mesmo.

Acenou positivamente olhando-se no espelho, logo tampando a pomada e a recolocando na caixinha de primeiros-socorros. Devia agradecer ao pai depois.

Pegou a camisa e a vestiu, passando pelo pescoço a gravata. Saiu do banheiro vendo Sai terminar de ajeitar o blazer no corpo, enquanto olhava-se no espelho. Naruto o fitou pelo vidro e Sai devolveu o olhar.

Ele se virou sorrindo falsamente.

— Está de melhor humor hoje? – Sai foi pegar o caderno na escrivaninha, pegando o do colega também. – Já que ontem...

— Ontem foi ontem, Sai, esqueça. – Naruto pegou o caderno que lhe era oferecido e saiu rapidamente. Tentava não pensar em como acordou pela madrugada com o outro o acordando de mais um pesadelo, que nem mesmo lembrava o conteúdo. Pelo menos ele não estava fazendo piada disso.

O seu colega de quarto o seguiu pelo corredor. Naruto sentiu os olhares de esgueira que recebia. Olhares um tanto curiosos, conseguiu notar.

— Naruto, o que foi aquilo?

— O quê, Sai? – Se fez de desentendido. Não estava preparado para contar a alguém o que viu. Até porque não sabia o que realmente havia visto.

— Você teve um colapso ou desmaiou? Eu não entendi... – Sai disse em voz baixa, já que havia vários olhares voltados para os dois. A fofoca sobre a briga havia se espalhado tão rápido quanto fogo em palha.

— Eu mesmo não sei, só apaguei. – Deu de ombros. Estavam terminando de atravessar o jardim em direção ao pavilhão de aulas quando sentiu aquilo novamente, e ele sabia. Sasuke estava ali.

Se virou reflexivamente a tempo de flagrá-lo esticando o braço para lhe tocar o ombro. Naruto parou, Sai a um passo de distância se virou. Seus olhares se encontraram, e Naruto sentiu a mesma sensação de quando teve a visão, aquele calor lhe subir... E corou envergonhado ao se lembrar do beijo.

SeachtWhere stories live. Discover now