Oileán - Deiridh

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"Você tem que lutar." Vovô dizia após me acordar depois de mais um pesadelo.

Lutar contra quem? Eu não sabia.

Não quando os monstros estavam na minha cabeça.

..............

NAGATO ABRIU OS OLHOS DE IMEDIATO AO OUVIR A VOZ SUAVE.

"Tio Naa"

Alarmado acendeu a luz de cabeceira, espantando o sono ao ver a figura pequena perto da sua cama. Apesar da pouca luz tinha uma visão clara dos olhos cansados do seu sobrinho, o cabelo bagunçado pelo sono enquanto ele o olhava incerto, abraçado a raposa de pelúcia.

Nagato passou a mão no próprio cabelo olhando de relance a luz do relógio digital na cabeceira. Três da manhã. Sorriu para o sobrinho, notando as olheiras e a pose quase solene que não deveria ser possível em uma criança de cinco anos, muito menos uma com pijama do Harry Potter e abraçado a uma raposa de pelúcia quase do tamanho dele.

—O que faz de pé, Naru? — perguntou sentando-se, espantando o sono com a mão. Sabia que Kushina e Minato não haviam chegado de viagem ainda, só os esperava no outro dia.

—Kurama teve pesadelo. Ela pediu pra dormir aqui. Pode? — O loirinho sussurrou, os olhos desviando para o chão. Nagato bateu na cama ao seu lado e viu com certa diversão o sobrinho escalar a cama com dificuldade. Sabia que ele negaria ajuda até o fim, por isso apenas esperou com paciência a criança pequena conseguir se sentar a seu lado, as mãozinhas brincando com a penugem do brinquedo enquanto se recostava no tio por conforto. Notou o rosto pequeno ainda com os rastros de lágrimas e suspirou, sentindo um peso no peito.

—Claro que a Kurama pode dormir aqui. Com que ela sonhou? — perguntou, sabendo que a criança se projetava no brinquedo. Ouviu um pequeno fungado, passando um braço ao redor do pequeno enquanto voltava a deitar, o levando junto. Era algo muito comum. Naruto nunca dormiu bem. A irmã já havia o levado para terapia, mas nada funcionava.

—Com um homem mau. — O loirinho sussurrou perto do seu ouvido. — Ele queria fazer coisas ruins. Aeron disse que ele tem que morrer.

Nagato ficou tenso, olhando a cabeça loira perto de seu peito de forma preocupada. Engoliu em seco. Tinha que falar com Minato e Kushina sobre isso. Por alguns segundos não sabia o que falar.

—Ele disse... — o menino começou, e então se calou de forma repentina. Sentiu as mãozinhas agarrando seu pijama de forma mais forte, quase tirana.

—Naru? O que Aeron disse?

—Ele disse que...se eu não matar o homem mau ele vem atrás de mim. — O sussurro cheio de medo o fez apertar o sobrinho mais forte. Ouviu um soluço sentido. — Mas eu não quero matar ninguém tio, Naa.

—Shh, tudo bem Sunshine, não vai acontecer nada disso.

—Mas Aeron disse...

—Aeron não sabe de nada. Você acha que seu pai, sua mãe, seus avôs e eu aqui, você acha que íamos deixar alguém machucar você? Shh.

Os soluços cessaram aos poucos enquanto Nagato pedia mentalmente para que Kushina e Minato retornassem logo. Naruto precisava deles ali. Aqueles pesadelos só pioravam. Começou a cantarolar baixinho para o sobrinho, a música que Kushina sempre cantava para ele quando criança, e que ele acabou acostumando-se a cantar para Naruto. Algo dos três, que sempre parecia os acalmar.

Aos poucos a respiração do outro se acalmou. Nagato sorriu de forma triste para o sobrinho, uma mãozinha agarrada ao seu pijama, a outra agarrada a Kurama com força.

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