XV: O que Acontece no Presente

268 49 2
                                    

— Isso não está funcionando... — Emma abriu os olhos. — Mas que mer...

— Oi Emma!

Quando a moça se virou, viu Eda, sorridente:

— O que eu estou fazendo ali, e porque tem duas de você?

— Poderes de necromante!

— Uau. Por que Felipe tem medo disso, isso é tão legal! Espera, o que é aquilo atrás de Aron?

Emma se aproximou da mesa triangular. Acima da cabeça de Aron, uma criatura pairava. Ele era cumprido, parecido com uma cobra. Sua pele estava apodrecida e seu maxilar inferior era inexistente, o que fazia seu rosto ser ainda mais apavorante. Os olhos eram esbranquiçados. O ser soltada um sibilo, enquanto suas mãos pareciam mexer agulhas invisíveis, colocadas dentro da cabeça de Aron.

— Controle mental — disse Eda, se aproximando. — Alguém realmente sabe o que está fazendo.

— Mas, por que?

— Acho que a pessoa só está observando. Para isso que aquilo serve.

— O que é aquilo?

— Não sei, nunca vi um espírito assim. Vamos, eu tenho que te mostrar uma coisa.

— Mas e o Aron? Nós temos que tirar isso dele.

— Isso pode ser para depois, acho melhor você uma coisa.

Assim, um portal apareceu e Eda o atravessou. Emma relutou um pouco, mas seguiu a moça.

As duas se encontravam em uma fábrica antiga. Vários trabalhadores operavam em uma esteira gigante, mexendo em uma corrente muito grande. Quando as duas chegaram mais perto, viram que elas faziam magia. Correntes menores flutuavam à sua frente, para, do nada, aumentarem exponencialmente de tamanho. Quando essas estavam massivas o suficiente, outras pessoas vinham e desenhavam runas em algumas partes do metal.

Do alto, o Anjo estava parado, olhando para os trabalhadores:

— Esse é Caio. O homem que dizimou minha ordem.

— Espera, esse é o tal do Anjo. E eu imaginando um homem horrível. Até que ele é bonito. Quem é aquela pessoa com ele?

— Não sei, não dá para ver.

Emma foi se aproximando de onde o Anjo estava, porém, algo a impediu. De repente, um dragão feito de ossos pousou na sua frente. A criatura a ameaçou com fogo. Emma desviou rapidamente.

— A gente tem que ir embora! — gritou Eda.

Emma saiu correndo até o portal que a outra moça conjurou. Em questão de instantes, elas estavam de volta na sala de início:

— O que foi aquilo? — Emma estava ofegante.

— Não era para ninguém ver a gente!

— O que era aquilo?!

— Era mais um espírito. Mas, de um dragão! Ninguém usa espírito de dragão!

— Mas, alguém usou, ainda mais em cima da gente.

— Qualquer um que esteja mexendo com a cabeça de Aron, sabe que a gente está de olho.

— O Anjo era da sua ordem, não era?

— Sim, ele aprendeu necromancia. Nós nunca o vimos usar magia.

— Não é porque não viram, que ele não possa ter aprendido.

— Acho melhor voltarmos.

— E como a gente faz isso?

— Só fecha os olhos.

Assim, Emma a obedeceu.

Os Guardiões: Parte I - Correntes de FogoWhere stories live. Discover now