XXII: Consequências

274 49 4
                                    

— Felipe, você precisa descansar um pouco. Ou tirar essa roupa, está cheia de sangue. Eu fico aqui.

— Eu não vou embora agora, Emma. Quero ver o Aron antes.

— Você ouviu Morgan, a Rainha está vindo, só vamos ver ele depois. Isso pode demorar bastante.

— Então eu espero até ela chegar e ir embora. Não vou sair daqui enquanto isso.

— Pelo menos come alguma coisa.

— Não estou com fome. Além do mais, a imprensa está toda lá fora. Você não vai conseguir sair. E nem adianta dizer que irá usar magia, você deve estar tão esgotada quanto eu.

Emma tentou responder algo, mas foi interrompida por uma falação que se aproximava da sala de espera. Logo, os dois não eram os únicos ali dentro. Uma mulher imponente, com uma cabeleira tomada por inúmeros cachos, liderava um grupo de pessoas. Assim que a viram, Emma e Felipe se levantaram imediatamente:

— Não precisam se dar ao trabalho. Vocês devem estar exaustos — com um sotaque estrangeiro muito carregado, a mulher os interrompeu, antes que pudessem completar uma reverência. — Onde fica o quarto dele?

— É... é... por ali — Emma ficou surpresa consigo, aquela foi a primeira vez, em toda a sua vida, que gaguejava para alguém.

A mulher soltou um sorriso e foi até o local onde Emma apontou.

— Vocês devem ser os outros dois que ajudaram ele. Olá, meu nome é Garret — dessa vez, um rapaz, de beleza estonteante, se aproximou deles e estendeu a mão para os dois. Sua aura era tão encantadora quanto da Rainha. Seus olhos esverdeados, eram ainda mais evidenciados pela pele negra. O rosto liso, deixava claro o furinho em seu queixo. Assim como a camisa de botões, que exaltava seus bem cultivados músculos. — Todo mundo fica assim, quando encontra minha tia.

— Não acredito, eu vi o vídeo de vocês diversas vezes já. Aquilo foi muito foda!!! Meu nome é Roxy — uma moça, parecida com o rapaz, veio até eles e os abraçou. Ela usava roupas escuras, o que contrastava com suas tranças rosa que iam até a cintura. Possuía alguns piercings aqui ou ali.

— Calma Roxanne, eles acabaram de sair de uma batalha. Eles devem estar doloridos. Então, não os aperte assim — uma mulher totalmente careca, de ar tão imponente quanto a rainha, se emparelhou com os outros.

— Calma tia Lexy, eles estão bem. Olha para eles.

— Já disse para me chamar de Alexia. Me desculpa, eu sou a irmã da rainha, e tia desses dois — a mulher foi tão formal quanto o sobrinho, ao cumprimentar Felipe e Emma.

— Sentem-se, não quero que fiquem em pé por causa da gente — o sorriso de Garret, era ainda mais encantador do que sua aparência.

Como se estivessem em uma reunião formal, todos se sentaram ao mesmo tempo. Menos Roxy, que ficou perambulando pela sala de espera, enquanto conversava com as paredes:

— Não se incomodem com ela. Minha irmã vê espíritos em todo lugar, ainda mais aqui — explicou Garret, sem tirar os olhos de Emma.

— Ela não tem medo? — disse Felipe, intrigado.

— Não. Ela não tem medo de nada. Se fosse eu, nunca teria essa coragem — ele riu, arrancando um riso de Emma, que também não conseguia parar de olhar o rapaz.

— Vocês foram muito corajosos, devo admitir — começou Alexia. — Não sei o que seria se não tivessem o ajudado.

— Me desculpe perguntar, mas o que a Rainha quer com Aron? — perguntou Emma.

Os Guardiões: Parte I - Correntes de FogoWhere stories live. Discover now