Meu tema é prazer, se lembra?

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Capítulo dezessete


O final de semana passou tão rápido quanto a semana que se prosseguiu a ele. Com a semana de provas começando na segunda-feira mais gelada do ano, todos os alunos da faculdade voltaram a se focar em seus trabalhos, pesquisas e estudos. Isso valeu para Jackson, Bambam e Jinyoung, que por mais confusos e intrigados que estivessem com essa situação estranha nascendo dentro de cada um, focaram-se totalmente em livros de referência, folhas de exercícios, textos de literatura moderna e outros assuntos. Também valeu para Mark e Yugyeom, com o mais velho tentando ao máximo agir normalmente perto do outro, mostrando que não acontecia nada de suspeito quando saía as três horas da madrugada e voltava uma hora depois com algumas cartas em mãos — e felizmente as provas os liberavam das aulas mais cedo, Mark voltava acabado e dormia boa parte do tempo. E obviamente, seguindo os fatos, isso também valeu para Youngjae e Jaebum, com uma estranha tensão sexual crescendo cada vez que o mais velho acidentalmente encostava seus lábios nos do mais novo ou quando o tocava em lugares que antes nunca haviam sido explorados por seus dedos longos e frios — as coxas de Youngjae eram gostosas.

Youngjae entendia bem que essa tensão não poderia estar acontecendo somente consigo, Jaebum deveria estar sentindo o mesmo. Se não estivesse, ele provavelmente não se importaria com os beijos de bom dia, de boa tarde, de boa noite, de bons estudos e de cuidado pra não dormir em cima dos livros. Ele mal se importaria com Youngjae, que cada dia mais tentava armazenar conteúdo demais em sua cabeça, tomando copos e copos de café com manchas do marca-texto colorido em seus dedos. Mas ele estava ali, sempre ali, a presença quente efervescendo as bochechas de Youngjae, as deixando em brasas. Não era só o sentimento de carinho que alimentava a tensão entre os dois, não eram apenas os toques, eram as intenções, os olhares carregados de um vazio preenchido de significados que o Choi não conseguia entender. Ele sabia que ambos sentiam a necessidade, porque se não sentissem, Jaebum não demonstraria toda a sua vontade pelas suas ações imprevisíveis — mesmo que ele tentasse esconder na maior parte do tempo.

E foi no final da semana, na talvez sexta-feira mais quente do ano inteiro — tamanha ironia — que Youngjae finalmente alcançou o ápice de sua frustração sexual. Nenhum de seus pensamentos correu como esperava durante a semana, mesmo nas provas. Tentava se concentrar o máximo que conseguia, mas a imagem de Jaebum sempre rasgava qualquer resquício de sanidade dentro de si, preenchendo seus pensamentos com imagens que Youngjae nunca se pegou pensando antes, mas se arrependia profundamente ao notar que o ambiente a sua volta já não era mais tão frio como antes, e sim mais úmido, úmido demais.

— Youngjae?

Jaebum assustou o mais novo por um momento. Este se concentrava demais nos próprios pensamentos, absorto em como as curvas dos músculos nos braços do Im ficavam extremamente atraentes quando o sol tímido entrava pelas persianas da janela de madeira. Youngjae o agradeceu por tê-lo interrompido, as coisas poderiam seguir para um rumo perigoso.

— Sim? — murmurou.

— Estou te chamando faz um tempo — sorriu fraco — Pode me ajudar com uma coisa?

Foi só ao fitar realmente o mais velho que Youngjae percebeu que ele carregava uma de suas câmeras consigo, a faixa presa no pescoço enquanto a máquina descansava solta. Ele estava sem blusa, mas isso já tinha se tornado tão rotineiro entre as revisões para as provas que Youngjae nem se assustava mais — ou perdia tanto tempo admirando o corpo do outro, apenas um pouco. Ele também carregava um banquinho mais alto, o que usara antes para ser fotografado, e o deixou no centro do quarto, próximo a sua cama.

Absorto em vocêWhere stories live. Discover now