Silenciador.

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Capítulo vinte e três


Mark abriu os olhos com dificuldade naquela manhã, o sol incomodava um pouco. Ao seu lado, meio largado de lado meio acomodado entre as cobertas, Youngjae ressonava baixinho. Sentou-se na cama e olhou de um lado para o outro, não havia sinal de Yugyeom ou Jaebum, talvez eles tivessem acordado antes e já se ocupavam no andar de baixo. Mark foi até o banheiro e lavou o rosto, uma dor de cabeça horrível o atingiu assim que se levantou enfim da cama. Jogou uma água gelada pra acorda-lo de vez, trocou a camiseta suja de salgadinhos e arrumou Youngjae antes de descer. O moreno sequer acordou, estava absorto demais no próprio sono para se importar com seu corpo sendo remexido. O americano desceu as escadas lentamente ainda recobrando totalmente seus sentidos. Os cômodos estava estranhamente silenciosos, e ao olhar pela cozinha e quarto dos fundos obteve o motivo de tamanha quietude: não tinha ninguém em casa. Estranhando a situação Mark olhou para a praia procurando qualquer sinal dos dois garotos, mas não viu nada fora o mar azul se debatendo para lá e para cá. Alguma coisa doeu em seu peito, tinha algo de errado. Mark subiu correndo as escadas atrás de seu telefone.

Ele estava quase descarregado, mas isso não importava no momento. Haviam algumas mensagens, algumas ligações de minutos atrás, nada de Jaebum ou Yugyeom. Mark estava prestes a ligar para algum deles quando seu telefone voltou a tocar. O chamador desconhecido na tela apenas o assustou mais.

— Alô?

Finalmente, Tuan — Mark arregalou os olhos — Você por acaso morreu e voltou do seu passeio no inferno só agora? Cruzes!

Seungjun.

— Cadê os dois?

Ah, seu namoradinho e aquele estranho? — soltou um risinho — Vieram passear comigo, somos amigos agora.

— Eu não estou brincando com você, isso é chamado sequestro e vocês não tem poder aqui nessa cidade. Não me faça envolver a polícia nisso.

Eu tenho poder em qualquer lugar, Mark, e você sabe disso. Eu tenho dinheiro, armas, drogas e contatos corruptos, não preciso nem continuar, né?

— O que você quer de mim pra deixa-los ir? Quer que eu volte a correr com vocês? Se for isso eu volto.

Nah, eu desisti de você e de suas habilidades com o volante — riu — Seu irmão passa você com treino, eu sei que ele consegue. Eu só quero acertar as contas em uma última corrida.

— Você acha que eu não sei que você vai tentar me matar igual da última vez? — abaixou o tom de voz ao ver Youngjae se remexer — Eu não estou brincando de pega-pega, se eu souber que você andou machucando Yugyeom ou Jaebum—

Corra comigo, Tuan. Igual aos velhos tempos, hm?

— Você está ouvindo o que eu—

Vou te passar o endereço, apareça hoje ao pôr do sol. Não se preocupe com seu carro, eu trouxe um especial pra você e sei que você irá reconhecê-lo. Apareça se quer vê-los respirando novamente.

A ligação foi cortada.

Mark largou o telefone em cima do espaço vazio da cama e passou a mão pelos fios já bagunçados, os puxando de leve e soltando um suspiro pesado. Seus olhos se encheram de lágrimas naquele momento, ele simplesmente não conseguia entender o que tinha dado de errado em seu plano. Ninguém tinha os seguido no ônibus, o lugar era praticamente impossível de se descobrir aleatoriamente, Daniel provavelmente não o denunciaria levando em conta o ódio dele quanto ao próprio Seungjun. Alguma coisa tinha falhado nesse meio, talvez Youngjae ou Jaebum tivessem sido seguidos também, isso explicaria o intervalo de tempo que levou para serem pegos pelos outros garotos.

Absorto em vocêWhere stories live. Discover now