6- Vigiada (caítulo alterado)

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   Na manhã seguinte, depois de sair do banho, fui estudar sobre deveres e afazeres de uma rainha em minha escrivaninha, enrolei meu roupão no corpo e escovei o cabelo. Ao chegar perto da escrivaninha vi que algo estava fora do lugar, um papel autocolante amarelo estava preso à tampa do meu notebook com algo escrito nele:

        Princesinha,
   É melhor para todos que use um vestido digno de uma rainha hoje à noite. O vestido está no closet.

   Um arrepio percorreu minha espinha seguido de uma raiva escaldante que me corroía. Aquele energúmeno estava tentando me dizer o que fazer? E o que era aquilo? Um convite informal para um jantar? Uma ameaça? Seja o que for eu não tinha muito o que fazer. 

   Além disso, aquela caliegrafia estava muito mal feita, muito diferente de quando trocávamos cartas anos atrás. Sua letra sempre foi muito caprichada, agora ele não parece nem se dar ao trabalho de escrever direito.


   Ameacei aquele bilhete com força e o joguei em minha lixeira azul marinho com raios.

   - Imbecíl. - rangi os dentes.

   De repente, escutei um zumbido vindo detrás de mim. Me virei para detectar de onde vinha o som mas não via nada. Me levantei e fui em direção à minha prateleira, onde meus livros e bichinhos de pelúcia antigos se alojam. Comecei a vasculhar as coisas na procura de uma câmera e então escutei o som novamente, desta vez vinha de perto da minha mão esquerda, olhei para a fonte do barulho, mas a única coisa que vi foi um ursinho de pelúcia marrom, um que eu nunca vira antes. 

   Examinei seus olhos sem muita expectativa, pois achava que ele não seria tão óbvio de implantar uma câmera nos olhos do bicho, mas me enganei. Lá havia uma visível lente de câmera por debaixo do vidro azulado que deveria ser olho direito do animalzinho. 

  
   - Te peguei idiota. - arranquei a cabeça do urso e joguei na lixeira junto de seu corpo repleto de enchimento. 

   Decidi visitar meu closet para conferir se não havam câmeras lá também e aproveitei para ver qual seria o vestido deixado lá por Tobias, torcia para que não tivesse nada lá, porque sabia que só era mais um sinal de que não só a minha, mas também a vida de Sofly corria um grave risco, mas sabia que era inevitável. Nele pude ver de cara um vestido envolvido em um plástico como se tivesse acabado de sair da lavanderia, me aproximei e peguei a etiqueta com meu nome e endereço, com certeza alguém da lavanderia, o trouxe aqui e uma criada colocou-o no meu closet. 

   Então alguém bateu na porta do quarto, saí do closet às pressas e fui abrir esperando que fosse Sofly, mas eu estava enganada. Lá, parada na minha frente com sua expressão falsa de quem se importa, estava minha mãe. A rainha. 

   - Doçura, hoje à noite teremos um jantar muito especial! Sabe aquela sua amiguinha, a Stephanie? - quase  vomito de nojo quando ela usa apelidos melosos sem qualquer sentimento envolvido.

   - Sofia, mãe. - dez anos e ela não havia decorado o nome da minha melhor amiga. 

   - Ah tanto faz! Enfim. A família dela jantará aqui hoje por negócios. Esteja arrumada. - após falar isso deu as costas e saiu com sua postura exagerada, seus cabelos cacheados artificialmente dançando de um lado para o outro em seu vestido vermelho vivo. Sua dama de companhia que nem ao menos se deu ao trabalho de me cumprimentar saiu a seguindo como uma sarna.

   Fui para o closet novamente, mas desta vez para colocar uma roupa para sair com sofly. 

   Alguém bateu na porta novamente e, desta vez, era a própria que esperava.

   - Quem está pronta para se encher de doces!? -cantarolou contente abrindo os braços e me apertando em um forte abraço. 

   - Eu mesma! - hoje iríamos sair e, como tradição, passaríamos na casa de doces.

   - Vá se trocar que te espero aqui. - disse se sentando em minha cama.

    - Certo, já volto.
    Após  escovar e secar meu cabelo - clandestinamente, porque se as criadas soubessem que o fiz sozinha elas teriam um treco - coloquei um shorts e uma camiseta da Nasa que ganhei se um súdito.
   Sofly estava inclinada na beira da cama esticando o braço em direção a lixeira. Meu coração parou por um segundo, ela alcançou a cabeça do ursinho rasgado e franziu o senho.

   - O que esse pobre ursinho te fez? - falou rindo confusa.

   - Na verdade não me fez nada, ele estava velho e começou a desfiar. 

   - Parece bem novo pra mim, mas enfim, vamos? - falou se levantando e desamassando sua saia de pregas e conferindo sua blusa laranja no espelho.

   - Parece bem novo pra mim, mas enfim, vamos? - falou se levantando e desamassando sua saia de pregas e conferindo sua blusa laranja no espelho

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                                                                                      ☆☆☆

     - Você parece meio tensa. - ela comentou entre mordidas em seu picolé. - Aconteceu alguma coisa entre você e meu irmão? Ele já é estranho naturalmente com aquela fissura pela aula de esgrima e tudo mais, mas Tommy não parece o mesmo faz um tempo.

   - Não, nada. Você sabe, só tivemos aquele encontro e só isso. 

   - Umn, ok. Mas vocês dois estão mesmo estranhos.

   - Deve ser só coincidência... - eu sabia que não era, mas ainda não faço ideia do porquê de Tobias estar estranho também, Sofia até falou que ele não parece o mesmo.

   Espero que não tenha nada à ver com o jantar de hoje a noite.

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   Amores fiz algumas alterações nesse capítulo e pode ser que faça em outros porque, como comecei a escrever faz muito tempo, algumas coisas não tem coerência com o resto da história, espero que entendam :)

Uma Rainha Em ApurosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora