1° Dia

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Destinos que se atraem - (autor Cleiton Correa)

Trabalhar como bombeiro não é uma profissão fácil, você precisa manter o corpo sempre em condições para qualquer eventualidade. A mente tem que estar sã e sóbria como a de um juiz. Por esse e outros motivos que Rafael corria pela trilha, para manter a forma, orar e aliviar os pensamentos. Embora tudo estivesse perfeitamente do seu costumeiro agrado, o ambiente, a brisa matutina, o sereno que se formava o orvalho cristalino, algo o incomodava:

- Mas como lidar com aquele beijo? O que vão pensar de mim? Maldita hora em que me deixaram de sobreaviso justo na noite de natal. Por que aceitei aquele convite?

E o pior dos questionamentos:

- Por que aquele cara não sai da minha cabeça? Em cada questionamento sua cabeça balançava em desaprovação às suas atitudes.

Algumas pessoas que por ali caminhavam, reparavam, mas sem entender nada. Era nítida a sua preocupação.

Rafael retirou um lenço da calça de moletom para limpar as lentes de seu suado óculo e um filete de suor que escorria de seus cabelos ruivos acobreados até a testa. Ao recolocar os óculos e retomar a corrida, não pôde acreditar, era Marcelo, o dono de seus pensamentos a sua frente.

 Ao recolocar os óculos e retomar a corrida, não pôde acreditar, era Marcelo, o dono de seus pensamentos a sua frente

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Lembranças apagadas na floresta - (autor @DioghoFernandes)


Meus últimos dias não tem sido fácil ao dormir. Durante uma semana tive o mesmo sonho, sempre começava calma em uma estrada na floresta, mas depois um grito estranho vinha em minha direção. Eu tentava correr, era impossível me mover, às árvores começava a se balançar sem nenhum vento, e quando me virei para ver o que vinha em minha direção eu acordava sempre nesta hora com uma tremenda dor de cabeça.

Acordava frustrado durante a madrugada, e ao restante das horas ficava na cama, me forçava em retomar o sonho e descobrir o que era.

Não adiantava o esforço, perdia totalmente o sono, levantava e andava pela casa deserta, eu morava sozinho, assim não precisava criar regras em uma casa que não dependesse de outras pessoas para compartilhar. Morar em repúblicas em tempo de estudo era bom, mas muitas regras tirava se a total liberdade. Assim com muito esforço comprei minha casa após formar.

Depois de noites mal dormida, o chuveiro me renovava para ida ao serviço. Chegando sexta feira, dia mais que desejado por todos, eu retornava a minha casa...

Ela me aguardava e esperava com uma bagunça acumulada durante toda semana. Ao entrar, logo jogava a bolsa de um lado, casaco e roupas de outro, seguia despido ao meu grande amigo e confidente chuveiro. Ali minutos que pareciam horas, me deixava esquecer-se do mundo, querer tirar toda semana pesada colada nas costas e reviver a paz.

ANTOLOGIA 1Onde histórias criam vida. Descubra agora