Dia 29°

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Mental (autor @diogho Fernandes)

A ordem era para chegar ao fim do labirinto. Mas quem disse que era fácil? Cada curva ou bifurcação que entrava, meu eu queria desistir. A cada perigo pela frente o medo é o primeiro a tomar forma.

Precisei sair correndo e tapar os ouvidos, a música elétrica e alucinógena deixava-me em um transe de esquecimento. A única maneira de silenciar é chegar até fim. De todas as curvas, uma única à esquerda, levaria para saída. Mais qual? Eu não me lembro a minha esquerda ou direita. O monstro com antenas afiadas aproximava-se cada vez mais com sua melodia hipnótica, junto aos gritos de desespero pelo caminho.

No último momento, a fera de cabeça achatada vinha com tudo, e eu corria para a direção da placa que  apontava á esquerda, mas no fim. Era sem saída!

Quando meu corpo parou, caindo junto à música, senti o ardente bafo seguido de sua saliva. Escorria no canto da sua boca aos montes sobre meu cabelo. Ele ruivo, e quando ia me abocanhar, comecei  debater-me com os braços e pernas, como se tivesse levado um choque. Então, acordei deste terrível pesadelo. Foi um pesadelo bem como os outros. Estranhos como das noites passadas. Ao olhar em meu redor e ver todos amontoados, chego a seguinte conclusão. Preciso fugir deste manicômio, antes que eu comece a enlouquecer.

ANTOLOGIA 1Where stories live. Discover now