19° Dia

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Vida suja! (autor @giovanniandrade)

Sujo! Estava tudo sujo! Uma bagunça sem igual, as paredes manchadas, o chão escuro, no canto da banheira havia velas e dentro dela, ela! Destruída, seu corpo estava sem vida, à morte para si chegou mais cedo, pois naquele tempo, seu pai havia sido preso, sua mãe havia se suicidado, seu irmão no mundo se foi, havia a abandonado, agora só ela restou, seu cheiro de álcool, nas sujeiras da vida e afundada em drogas, o banheiro era sua única casa, seu único quarto, pois a descrevia, representava sua vida, seu momento, e de tanto drogas usar, agora na droga de sua vida, o fim encontrou, quando a overdose enquanto chorava no mundo sozinho a levou!

Sujo! Estava tudo sujo! Uma bagunça sem igual, as paredes manchadas, o chão escuro, no canto da banheira havia velas e dentro dela, ela! Destruída, seu corpo estava sem vida, à morte para si chegou mais cedo, pois naquele tempo, seu pai havia sido...

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O tempo (autora @milenasilva)

Não sei ao certo, o que sinto nesse momento. É como se dentro de mim estivesse sendo arrancado um pouco do meu eu.

Saudade e tristeza melhor descreviam-me, eu acho.

Um lugar onde tenho minhas melhores lembranças, desde o meu andar até a pessoa que me tornei hoje. O que aconteceu? Eu também procuro essa resposta e infelizmente não a encontro.

Os móveis empoeirados, teias de aranhas nas portas e paredes, uma pia com vestígios de alimentos, um banheiro bagunçado, sujo e que transmite frieza só de olhar, ratos e baratas. Para onde terá ido minha casa? Aquela boa, velha, mas aconchegante casa!

Hoje, após anos, vejo que esse clichê que as coisas mudam com o tempo é realmente verdade.

Porém ainda me lembro com clareza, da criança inocente que eu era correndo e brincando por esta mesma casa, das brigas e discussões de mamãe e papai, que sempre terminava em passeios.

Trancar essa porta agora é como trancar boa parte da minha vida, mas a tranco feliz, por saber que ela vai estar aqui, quando o coração apertar e a saudade bater novamente.

Trancar essa porta agora é como trancar boa parte da minha vida, mas a tranco feliz, por saber que ela vai estar aqui, quando o coração apertar e a saudade bater novamente

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Não é o fim (autor @dioghofernandes)

Não consigo viver com tantas manias. Chego a pensar ser o fim da picada. Minha vida esta travada pelo impulso descontrolado da limpeza. Já perdi meus amigos, meu emprego, distanciei dos meus pais e até meu casamento foi prejudicado. Meus dois filhos procurava diariamente me ajudar nessa transição inacabável. Aos fins de semana eu os obrigava a me deixar e partir para casa de seu pai. Ele já os queria em sua vivencia diária, para que ficassem longe de mim. Eu apoiei para que fossem morar com ele, mesmo assim eles tinham amor e fé sobre minha melhora e não queriam me abandonar.

É duro para uma mãe, conviver todos os dias com luvas, álcool e varias outros materiais de limpezas em minha cintura. Até mesmo na hora de dormir, se eu fosse para cama as 20h00min, só iria me deitar às 23h30min ou mais. Ali era um campo de guerra. Primeiro tirava o lençol, depois afofava e alisava o travesseiro e em seguida estendia a coberta. Assim eu ia me deitar. Em questão de minutos eu via toda cama atrapalhada e meu corpo automaticamente se levantava e começava todo processo novamente. No fim, era vencida pelo cansaço, e caia de sono na cama do jeito que estava.

Certa manhã sobre a mesa do café, eu estava preparando meu lanche impecavelmente, quando fui levar o pão até a boca, com o canto do olho avistei a casca dele cair sobre a mesa. Neste momento eu voltei o pão para o prato sem ter mordido e me segurei para não tentar limpar a simples e quase invisível sujeira. O esforço de não limpar era para não demonstrar aos meus filhos que estavam do outro lado da mesa.

O carro buzina e os dois saem em disparada para o colégio. Deram-me um beijo no rosto e saíram. Ali presa sobre a mesa, eu me beliscava. A dor me deixava por certo momento tranquilizada. Quando a porta bateu, uma lagrima em mim escorreu. Eu chorei, chorei muito!

Estava em uma luta maior neste momento. Aumentei mais forte os beliscões sobre meu braço. Minha mão queria limpar o rosto, mas não podia limpar o beijo carinhoso que ganhei dos meus filhos. Senti-me amaldiçoada por não retribuir carinho a eles, e ainda meu corpo sentia nojo do toque, era somente a morte a solução para esta doença lenta e incontrolável.

Não foi fácil para mim, aceitar que eu tinha Misofobia, mas fui obrigada a procurar tratamento quando na ida em um supermercado, dois bandidos me sequestrarão e me levaram para uma casa abandonada. Eu teria sido pega por engano. Eles me trancaram no banheiro, e foi lá onde tive um surto tremendo, vendo toda uma sujeira acumulada há anos. Depois de toda confusão eu consegui sair das garras dos bandidos, mas não consegui voltar para casa e continuar vendo meus filhos sofrerem junto a mim. Eu poderia ter tentado o jeito mais fácil para livrar-me deste sofrimento. A morte era uma boa e útil opção, mas a vontade de viver e ver meus filhos foram maiores. Então pedi para ser internada e receber tratamento. E não, não estou curada. Mas luto todos os dias. Meu maior incentivo além de meus filhos e Deus é querer viver!

ANTOLOGIA 1Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora