Ano 22, 11 de Abril (Parte 5)

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HER

Jungkook

Ano 22, 11 de Abril

No final, meu desejo foi realizado. Eu, propositalmente, esbarrei nos delinquentes na rua e fui espancado tanto quanto queria. Continuei sorrindo enquanto apanhava, e por isso eles me bateram ainda mais, me chamando de louco. Inclinei-me contra a porta fechada e olhei para o céu. Já era noite. Não havia nada no céu totalmente preto. Um único amontoado de grama localizava-se não muito longe. Estava plano diante do vento. Era exatamente como eu. Forcei-me a rir para impedir as lágrimas de caírem.

Com meus olhos fechados, eu via meu padrasto limpando a garganta. Meu meio-irmão estava gargalhando. Os parentes de meu padrasto estavam ou olhando para outro lugar ou conversando sobre assuntos inúteis. Eles agiam como se eu não estivesse lá, como se minha existência não significasse nada. Na frente deles, minha mãe ficava nervosa. Ela se forçava a levantar do chão, fazendo uma nuvem de poeira subir no processo e tossia. Doeu, como se alguém estivesse cortando até o fundo do meu estômago.

Eu subi até o telhado da construção. A cidade à noite se projetava em cores medonhas. Subi ao topo do corrimão, estendendo meus braços e caminhei. Por um momento, minhas pernas vacilaram e eu quase perdi o equilíbrio. Apenas mais um passo e eu morreria, pensei. Mas se eu morresse, estaria tudo acabado. Ninguém ficaria triste se eu desaparecesse.

The Notes - Love Yourself ♥Where stories live. Discover now