1

32.5K 2.1K 2K
                                    

Em alguma parte do meu cérebro, provavelmente a parte sensata que parecia ter desaparecido no momento, eu sabia que deveria desistir e ir embora, preservar o que restava da minha dignidade. Em vez disso, abracei a cintura dele com mais força e colei o rosto em seu peito. Definitivamente, não era a razão que estava em comando do meu cérebro e sim o desespero, e mesmo sabendo que não era nada atraente eu não conseguia evitar.

— Sina, sinto muito.

— Você não pode simplesmente esperar? Eu disse para minhas amigas que você estava vindo.

— Não. Você só quer que elas me vejam?

— Não é verdade. É que a gente namora faz 3 meses e você nunca conheceu elas. Elas acham que eu sou mentirosa. - Na verdade, só a Jules. Ela sempre tentava jogar minhas outras amigas contra mim, sua última teoria era que eu tinha inventado sobre namorar nos últimos meses. Então sim, eu queria que elas vissem que eu não estava mentindo, que era ela que tentava acabar com a nossa amizade e dividir nosso grupo ao meio. — Hm, namorava né - eu disse baixinho e engoli seco, eu não imaginava que ele terminaria comigo bem no estacionamento no baile, eu gostava dele mas agora que ele tinha se mostrado um babaca eu só queria que ele entrasse, provasse que existia e desse um soco no estômago da Jules por mim e depois fosse embora. Só isso! É pedir muito?

— Eu já disse que sinto muito. - ele repetiu e olhou para trás distraído com um carro que tinha acabado de chegar e estacionado ao nosso lado, um casal desceu do banco de trás. Não reconheci. — Eu preciso ir. A viagem de volta é longa. - ele se desgrudou de mim e se afastou.

Cruzei os braços e respirei fundo finalmente encontrando o que restava de dignidade em mim. Pena que era tarde demais.

— Vai.

— Você devia entrar, está linda.

— Cara, é meu baile de formatura e eu não tenho um acompanhante porquê meu namorado acabou de terminar comigo. Acho que eu não quero entrar lá e comemorar - eu ri — Mas é sério, você não pode me xingar ou algo do tipo? Não posso te achar legal depois disso - Engoli o que sentia, acho que apesar de tudo ele era realmente legal.

Ele sorriu brincalhão e aumentou o tom de voz, quase gritando:

— Não quero mais falar com você. Acabou. Entre lá sozinha.

— Odeio você, babaca! - entrei na brincadeira e ele riu subindo na moto e me mandando um beijo. Fiquei olhando até ele sumir e então finalmente tirei o sorriso do rosto e me sentei na calçada, minha vida era oficialmente uma droga. Eu não podia entrar lá e deixar Jules achar que estava certa o tempo todo, na verdade, eu nem queria mais entrar lá, não tinha ânimo nenhum.

— Você ta bem? - ergui a cabeça e vi o cara descendo do carro que tinha acabado de chegar um pouco antes.

O que aquele cara estava fazendo no carro aquele tempo todo? Será que ele tinha escutado nossa conversa? Porquê ele ficaria o tempo todo dentro do carro enquanto tinha uma baile rolando? Então lembrei: o casal que tinha descido do carro. Ele tinha ido levar alguém, provavelmente a irmã ou irmão mais novo.

Dei uma avaliada no cara enquanto ele esperava por uma resposta, ele era bonito.

— É...você escutou? - perguntei

— Um pouco. Tem algo em que eu possa te ajudar?

— Não, a não ser que você queira fingir ser meu namorado e entrar comigo nesse baile - eu disse irônica mas logo sorri, poderia funcionar né? — Você estuda aqui? - Se sim, eu nunca tinha visto.

— Não, minha família se mudou pra cá tem pouco tempo mas estou terminando o ano na minha antiga escola. Só estou esperando minha irmã, ela que estuda aqui.

(fake) love  • noartHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin