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Noah parou o carro em frente da sua casa, desligou o motor e saiu do carro antes que eu falasse algo. Quando parou ao meu lado e abriu a porta eu disse:

— Hm, desculpa, eu esqueci de avisar que precisava de carona. - dei risada e ele arregalou os olhos.

— Minha irmã foi te buscar? Devia ter imaginado.

— Sim. - eu ri.

— Ela é cheia de estratégias. - ele olhou para a porta da sua casa, eu esperava que ele voltasse para o carro mas ele continuou onde estava. — Você pode ficar um pouco? Quer dizer, minha irmã vai precisar de um relatório.

Olhei para o relógio. Ainda eram dez horas.

— Ok.

Andamos até a porta da frente, Noah abriu e entrou. Joalin estava sentada no sofá da sala assistindo TV mas assim que ela nos viu ela desligou imediatamente e nos olhou.

Noah me abraçou e me deu um beijo demorado na bochecha.

— Vai gostar de saber que a noite foi de muitos joguinhos e muito ciúmes. Sina fez tudo o que você fez jurar que faria. E todo mundo acreditou.

Joalin me olhou.

— Bom, agora você pode me contar com detalhes? Sem essa bobagem vaga.

Nesse momento uma mulher entrou na sala meio agitada, seus cabelos estavam presos em um coque mal arrumado preso com um lápis e ela estava usando um avental sujo de tintas e suas mãos estavam sujas de tinta também. Ela era muito bonita.

— Noah, meu amor. Sabia que tinha escutado sua voz. Preciso de você e do seu rosto.

— Mãe, estou com uma amiga. - ele tossiu e mexeu a cabeça apontando pra mim.

— E isso muda o que? Pode trazê-la. - ela olhou pra mim e sorriu.

Joalin saiu da sala seguindo a mãe chamando nós dois com a mão.

— Não adianta discutir. Ela vence, sempre. - ele me puxou pelo corredor até uma sala grande. — Eu disse, meu pai compensa sua ausência com dinheiro, é um babaca. Mas pelo menos agora eu e Joalin temos um estúdio e minha mãe também. - ele riu mas eu sabia que ele estava apenas disfarçando, óbvio que ele preferia que o pai fosse presente do que tudo isso. Joalin por mais fria que parecesse, sabia que ela pensava assim também. E provavelmente a mãe deles apenas sentia muito pelos filhos terem que passar por isso.

— Ei, não vai entrar?

— Claro. - eu balancei a cabeça e entrei na sala. Um estúdio de pintura, isso explicava o avental e as mãos sujas de tinta. Dentro da sala tinha toneladas de pinturas, algumas concluídas e outras pela metade.

— Mãe, essa é a Sina.

— Meu Deus, que falta de educação. - ela estendeu a mão mas logo notou que estava toda suja então me abraçou com cuidado. — Sou mãe dessas pestes. Me desculpa por roubar esse garoto, mas preciso dele e desse rosto. Me dá criatividade.

Noah e Joalin reviraram os olhos.

— Sempre que ela fala isso e me pede pra ser modelo eu acho que ela vai desenhar meu rosto, mas ela desenha aquilo. - ele apontou para uma pintura de um meio inseto e meia flor.

— Eles debocham mas amam ser minhas musas. - ela me analisou. — Você pode ser minha musa, tem uma estrutura óssea linda.

— Obrigada? - eu ri.

— O que ela está dizendo é que vai pintar ossos, dinossauros talvez, ou outras coisas parecidas enquanto olha pra você.

A mãe deles não parecia ofendida, ela apenas riu e começou a pintar.

(fake) love  • noartWhere stories live. Discover now