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— Nem vem com ideia. - Joalin disse quando eu sentei em um dos bancos na biblioteca.

— Que odeia? - eu perguntei e algumas pessoas nos olharam feio. Lógico, era uma biblioteca.

— Você e meu irmão. Numa viagem de horas sozinhos. Não. Ele não merece ser magoado de novo.

— Não vou magoá-lo Joalin, e não estou com ideia nenhuma. Juro. - Bom, era mentira, eu tinha algumas ideias mas estava tentando não pensar nelas. Se Noah fosse entrar na minha vida de verdade precisaria abrir o jogo de verdade. Principalmente porque Jules não parecia disposta a abrir mão das suspeitas.

Joalin franziu as sobrancelhas.

— Vou com vocês, só pra ficar de olho. Não porque gosto de você.

— Qual é, pensei que fôssemos amigas.

— Não sou amiga de pessoas que não reconhecem minha existência em público.

— Não é como se você reconhecesse a minha, sem contar que se minhas amigas souberem que você é a garota do baile estraga tudo.

— Claro. - ela revirou os olhos.

— Eu estou falando com você agora.

— Estamos na biblioteca, ninguém vem aqui. De qualquer jeito, não me importo. - ela disse e saiu.

Passei o dia incomodada com a conversa que tive com Joalin. Por isso, quando Heyoon e eu seguíamos para o estacionamento na hora do almoço eu a vi e gritei:

— Oi Joalin, Bailey! - acenei.

Eles me olharam surpresos, Joalin deu risada e sorriu. Eu sabia que no fundo ela estava começando a gostar de mim.

— O que foi isso? Quem é ela? - Heyoon perguntou enquanto nos afastávamos. Ela estava segurando uma caixa na mão e não tinha prestado atenção.

— Joalin. Ela que me arrumou o encontro com o irmão.

— Foi ela?

— Sim.

— Vocês são amigas agora?

— Acho que ela não quer ser minha amiga. Estou tentando.

Me virei olhando para Joalin que se afastava junto com Bailey.

Logo eu e Heyoon chegamos ao carro, onde Any e Jules já estavam esperando.

Contornei o carro depois que Heyoon destravou as portas e quando vi Jules abrir a porta do passageiro, parei. Heyoon me olhou confusa e eu sorri, me sentando no banco de trás.

Quando Heyoon dirigia eu sempre sentava no banco do passageiro. Era bobo, mas eu começava a me sentir excluída com essas pequenas coisas. Como se elas não precisavam mais de mim.

— Então, Sina. Ainda fazendo caridade para o irmão de desconhecidas? - ela riu e ligou o rádio. Heyoon bateu no braço dela. — Ai, só estou comentando.

— Ainda tão desocupada a ponto de se importar com minha vida? - pensei em responder mas em vez disso peguei o celular e mandei uma mensagem para o Noah.

"Estou sendo muito paciente com minha amiga. Isso conta para ser uma pessoa melhor?"

"A amiga que eu conheci, Julia?" - ele respondeu.

"Jules. E sim, ela."

"Ser uma pessoa melhor não significa aceitar abuso, Sina."

"Ela não é abusiva."

(fake) love  • noartWhere stories live. Discover now