— O carro está bem destruído, eu teria muito trabalho. Mas gosto dessas coisas, seria um desafio. - Noah disse assim que chegamos perto do carro. A janela estava aberta e o interior estava cheio de folhas secas e algumas parte enferrujadas. Mesmo assim Noah pôs as mãos no teto carro e se apoiou nele para entrar pela janela. Ele colocou um pulso sobre o volante e fez cada de modelo, fez um biquinho me mandando beijos e então disse:
— O que acha?
Nós rimos.
— Combina com você.
— Entra.
O banco do passageiro parecia ainda mais estragado que do motorista. Noah pareceu notar o olhar de hesitação na minha cara, claro que eu entraria de qualquer jeito porque não ligava pra isso mas Noah não esperou minha ação e colocou o braço para fora e me agarrou. Pulei para trás com um gritinho. Ele abaixou a mão e bateu a porta pelo lado de fora, como se acariciasse um animal de estimação. Eu me surpreendi chegando perto do carro e entrando pela janela, primeiro a cabeça, desabando em cima dele.
— É a segunda vez que você cai em cima de mim, vou começar a achar que é de propósito.
Sobrava pouco espaço com ele ali sentado e meu quadril batia em seu peito e no volante. Era um tanto desconfortável.
— Cala a boca, tô tentando entrar. - respondi rindo. Assim que fiz força para criar impulso no corpo minha calça enroscou em alguma coisa e eu parei, as mãos no banco de passageiro, os pés para o lado de fora e o resto do meu corpo em cima de Noah. — Fiquei presa.
— Ficou. - a voz dele sugeria um sorriso.
— Me ajuda.
Ele riu.
— Mas eu estou gostando.
— Se eu não estivesse com as mãos ocupadas, você já estaria apanhando. - tentei puxar a perna mas ouvi o barulho de tecido rasgando.
Noah riu mas segurou meu tornozelo.
— Ficou preso no pino. Vou tentar soltar, espera. - enquanto isso meus braços começavam a tremer pelo esforço de sustentar todo o meu corpo. — Consegui. - disse Noah e soltou minha perna. O impulso me jogou de cara no banco
— Ai. - resmunguei. Minhas pernas ainda estavam em cima dele; meus braços, presos embaixo do corpo. A alavanca do câmbio com certeza tinha deixado um hematoma em algum lugar. Com cuidado, rolei para a direita, em direção ao banco e ele me ajudou a sentar.
— Desculpa. Tudo bem?
— Tudo bem. - repeti e ele riu tirando uma folha do meu cabelo.
— Foi um movimento muito elegante. - bati em seu braço e ele fingiu que doeu. — Bom, espero que tenha valido a pena.
- olhei em volta e o interior sujo do carro parecia pior de perto. Mas eu conseguia imaginar como ficaria depois que Noah arrumasse.— É. Não muito. - fingi uma careta e dessa vez foi ele que me deu um tapinha do braço.
Ele se ajeitou no banco e segurou minha mão. Ok, talvez tenha valido a pena.
— Como foi hoje? A cena de "Um estranho casal"?
— Ah. Sim. Eu interpretei muito bem o cara louco, obrigado por ter me ajudado.
— Como se você precisasse de ajuda.
— Eu preciso da sua. - o tom da sua voz sugeria que não estávamos mais falando da peça.
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(fake) love • noart
Fanfictionquando o namorado de sina termina o relacionamento no estacionamento do baile de formatura ela precisa pensar rápido, afinal, suas amigas já achavam que ela estava inventando tudo isso. para não ficar com fama de mentirosa, sina tem a ideia de arrum...