| Capítulo 24|

808 83 7
                                    

Trigger Warnings| Aviso de gatilho:

Trago um aviso de gatilho neste capítulo para proteger alguns leitores,  pois serão anunciadas cenas potencialmente "cruéis/ pesadas" que podem gerar descoforto no telespectador. Se você se sente mal ao ler/ouvir/imaginar situações que envolvam: Automutilação, transtornos alimentares ou deterioração da própria imagem, com sinais de baixa autoestima, sugiro que não leia esse capítulo. Se preferir, peça nos comentários um resumo que eu não me importo em fazê-lo para que você continue normalmente a leitura da estória.

Aos outros, tenham uma boa leitura.

                          • 

Todos os funcionários de Dooferhill estavam organizados em uma fileira atrás do balcão, mas nenhum deles se movia. Olhavam para uma presença rara na cozinha. Roman Atwell tinha um avental azul em torno do suéter preto de gola alta, e andava de um lado para o outro, falando ao celular. Os trabalhadores não tinham a obrigação de estarem ali, mas estavam, seja para ajudar o patrão caso precisasse de ajuda, ou para rir dessa história depois, quando estivessem sozinhos.

"- E agora, Maeve? O que eu faço?"- Ele lavava as mãos após quebrar dois ovos na frigideira. Fez uma breve bagunça e, com um olhar de desculpas para as mulheres da cozinha, Roman limpou o fogão.

"- Se eu não te conhecesse, diria que está culpado." - A voz de Lucien soou ao longe, mas Maeve  pediu gentilmente para que o homem calasse a boca.

"- Façamos uma coisa de cada vez, Roman. Não deixe os ovos queimarem, e faça-os mexidos, são os favoritos dela." O outro assentiu, o celular entre o ombro e a cabeça. Mais uma vez, o Atwell negou a ajuda que a senhora Wayne ofereceu. " Eu preciso fazer isso sozinho" repetiu."- Ok, enquanto faz isso, pode me contar o que aconteceu? Não me explicou nada!"

O homem respirou fundo enquanto mexia os ovos.

"- Nós tivemos uma pequena discussão ontem. Ela se trancou no quarto. Tentei conversar a noite toda, mas Bea me ignorou. E chorou também, o que foi bem difícil de ouvir. Agora, ela não desceu para o café da manhã. E eu não tenho opções se não entrar lá, oferecer um café feito por mim para que ela veja que eu me importo. " Roman fingiu não perceber a expressão debochada dos empregados quando disse "pequena discussão". A casa toda havia escutado. Não foi tão pequena assim.

"- Certo..." - Maeve parou um pouco. Parecia estar comendo também. "- Sabe que só um café da manhã feito por você não vai adiantar nada, não é? Se ela quisesse comer algo bom, teria pedido a Wayne."- A outra se permitiu rir do outro lado da linha."- Tá bom, é sério. Você e Beatrice precisam se resolver. Mas enquanto nenhum dos dois cederem, isso vai sempre continuar acontecendo. Você, como homem, devia pedir desculpas, Roman. Precisa ceder. Precisa mostrar  que estar de bem com ela é uma urgência bem maior que seu orgulho. Precisa fazer as vontades da sua filha e mostrar que compreende as necessidades dela."- Mais uma pausa de Maeve. Enquanto isso, o homem despejava os ovos em um prato e corria para terminar de cortar os morangos que faria o suco."- Sei que você sempre esteve no controle, mas as coisas não funcionam assim com ela. Ela não é um empregado que teme ser despedido, ela é sua filha. E, me desculpe, mas Bea tem todos os motivos de estar desapontada. Então, abra o jogo. Chega de mentirinhas, Roman. Responda o que ela perguntar, por mais que seja difícil, é sua filha, então vale a pena. Não pense em privá-la das coisas. Beatrice já tem idade o suficiente para decidir se algo a afeta ou não. Só assim as coisas vão finalmente se resolver."

Quando ela terminou, Roman precisou limpar o suor da testa. Não porque era um dia quente. E sim porque ele tinha dificuldades para escutar verdades. Ele tinha a absoluta certeza de que Maeve estava certa. Colocou gelo no copo e o organizou na bandeja.

[Livro 2] Onde cê tá meu amor? [Concluída]Where stories live. Discover now