XIV - O fim inevitável

783 122 75
                                    

 "Quando nos conhecemos, eu nunca pensei que me apaixonaria, eu nunca pensei que me encontraria deitada em seus braços "  I'll Never Love Again - Lady Gaga

 "Quando nos conhecemos, eu nunca pensei que me apaixonaria, eu nunca pensei que me encontraria deitada em seus braços "  I'll Never Love Again - Lady Gaga

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Nada naquela noite gelada de sábado se parecia com todas as outras que Alison e John houveram passado juntos, embora eles houvessem passado muitas outras ali, exatamente daquele jeito.

Mas, dessa vez, as estrelas estavam um pouco menos brilhantes, a brisa do oceano não tinha o cheiro que Alison adorava, e o silêncio entre ambos parecia durar muito mais tempo que o habitual.

Isso porque nenhum dos dois queria falar sobre o dia seguinte, nenhum deles queria admitir que o fim – que antes parecia tão distante e impossível – era tão inevitável quanto o amanhecer.

Alison e John houveram passado boa parte da tarde caminhando de mãos dadas pela orla da praia. As ondas mansas da maré cobriam seus pés descalços e logo em seguida recuavam, exatamente como as suas vidas tinham que ser.

Mas enquanto tudo o que o mar quer fazer é tocar e partir, deixando a sua marca em uma extensa faixa de areia molhada, tudo o que Alison queria fazer era ficar.

Naquele mesmo dia eles haviam finalmente terminado a pintura da casa da avó, que agora tinha todos os consertos e reformas devidamente realizados. Isso significava que Alison houvera cumprido, com a ajuda de John, a importante missão que tinha vindo realizar na Geórgia.

Embora isso devesse ser o suficiente pra que ela pudesse voltar em paz para o Tennessee, era tudo menos paz que o seu coração sentia sobre abandonar a Geórgia.

Ela não queria pensar nisso, não naquele momento. Ela queria aproveitar cada instante enquanto ainda estivesse com ele.

– Você estava falando sério?

A voz de Alison era apenas um sussurro pela madrugada excessivamente silenciosa.

A melancolia da partida era tanta que, naquela noite, nem mesmo os grilos ou as cigarras cantavam, de modo que até o som de suas respirações era perfeitamente audível.

John apenas a fitava com o seu par de olhos azuis que refletiam a luz do luar. Ele nunca houvera falado tão sério antes.

– Eu sei que pode ser loucura, porque só se passaram duas semanas – ele admitiu. – Mas eu amo você, Alison Grace.

Ela sorriu quando ele repetiu aquilo uma segunda vez.

Não que fosse algo que ela já não soubesse. O sentimento que os mantinha ligados era tão forte e denso que, vez ou outra, parecia palpável. Mas nenhum deles tinha ousado admitir em voz alta.

Os fones já não estavam em seus ouvidos porque eles houveram terminado de ouvir a playlist de músicas favoritas dela por completo. Então Alison enrolou o fio branco em torno do Ipod e colocou-o na mão de John, fazendo-a se fechar no meio da sua.

Todas as Estrelas da GeórgiaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora