XX - Conexão de Sangue

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"Só pare de chorar, vai ficar tudo bem. Eles disseram que o fim está próximo, nós temos que dar o fora daqui" - Sign of Times, Harry Styles

O tique-taque do relógio pendurado no alto da parede era o único som a interromper a atmosfera silenciosa do escritório, onde John e Alison trabalhavam sentados frente a frente

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O tique-taque do relógio pendurado no alto da parede era o único som a interromper a atmosfera silenciosa do escritório, onde John e Alison trabalhavam sentados frente a frente.

Bennet Jones detestava conversas, barulhos e distrações durante a jornada de trabalho, e ambos estavam cientes disso.

O garoto examinava uma pilha de processos, organizando-os em ordem alfabética, enquanto Alison checava a agenda do pai que estava sentado no centro da sala, redigindo um longo recurso, com os olhos focados na ampla tela do computador.

Eram pontualmente quatro horas e trinta minutos quando o vibre de um aparelho celular sobre a escrivaninha de madeira interrompeu o longo silêncio. John Rutherford espiou a tela por cima da pilha de papéis e reconheceu o número do hospital imediatamente.

Sentiu seu coração dar um salto no peito, e suas mãos suaram frio ao agarrar o aparelho.

Ele sabia que só poderia significar a notícia boa que tanto estivera esperando ou então a pior de todas elas.

Alison observou atenta quando ele saltou da cadeira sem qualquer cerimônia e correu para o lado de fora para atender a chamada. Mesmo que ele evitasse se abrir, ela conhecia John o suficiente pra ser capaz de notar quando tinha algo de mais errado com ele.

O garoto quase sempre parecia preocupado e disperso, mas tinham momentos em que era notável que tinha algo a mais, como era o caso daquele, então, ela mordeu os próprios lábios e apertou os próprios dedos como costumava fazer quando se sentia nervosa.

– John Ruherford – a voz feminina chiada chamou do outro lado da linha, e ele assentiu. Sua mão estava trêmula e agarrada fortemente ao aparelho. – Estou ligando porque acabamos de receber a informação de um coração compatível com o seu pai.

Uma onda de alívio preencheu o seu corpo imediatamente, e ele sentiu o corpo derreter dentro dos trajes sociais sufocantes. Era a melhor notícia, e não a pior delas.

Estava ocupado de mais assimilando aquela informação para sequer ouvir o som do estalar dos saltos finos seguindo-o pelo corredor.

– É um procedimento delicado, e nós temos pouco tempo para que não ocorram danos ao órgão. Nós estamos preparando o senhor Rutherford para a cirurgia, mas eu preciso que venha até o hospital para assinar os papéis do seguro.

– É claro, eu só... – Ele apoiou a cabeça sobre a parede lembrando-se que ainda não houvera descoberto como iria pagar a coparticipação do seguro de saúde. – Eu estou indo para aí imediatamente.

Tão logo desligou a ligação, caminhou rápido em direção ao elevador e pressionou o botão. O curto silêncio foi interrompido pelo barulho dos saltos finos colidindo contra o porcelanato, se aproximando cada vez mais dele. Não precisou esperar a voz suave de Alison Grace chamar o seu nome para saber que se tratava dela, então apenas virou-se para encará-la.

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