[ 81 - Harry ]

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Apoiei a cabeça no banco, fechando os olhos por alguns segundos e bocejando. Estava cansado. A tour estava quase chegando, o que significava mais trabalho, menos tempo livre e menos tempo com a Cassie.

Abri os olhos, destrancando a porta e seguindo pelo estacionamento até a entrada da universidade. Já era tarde, mais tarde que o normal, para Cassie estar ensaiando. Queria vê-la. Não faz tanto tempo que não nos vemos, mas para mim, sinto como se fosse meses. Sinto falta do seu sorriso e das respostas irônicas. Quero sentir seu corpo entre meus braços novamente.

Sorri, pensando que em poucos minutos estaria trocando carinhos com minha namorada.

Não estava com pressa, apesar de ter me preocupado no inicio, quando vi o seu carro no estacionamento, meu coração se tranquilizou, ela provavelmente ficou até tarde ajudando a professora.

Porque essa era minha Cassie.

Sorri novamente.

Ela sempre foi uma pessoa prestativa. Querendo o bem do mundo e normalmente se esquecendo de si.

Enfiei as mãos no bolso da calça jeans e avistei a placa que dizia "auditório" com uma seta nos indicando para seguir em frente. Observei os murais de cada curso e seus trabalhos expostos com orgulho. Imaginei Cassie pendurando os folhetos do Programa com seu sorriso radiante e sua voz mandona para seus colegas fazerem um bom trabalho.

Cassandra. Eu sinto sua falta, amor.

Suspirei, voltando os olhos para o chão.

Meu coração a ama, mas eu sei que minha mente adora me jogar contra isso. Eu não consegui parar de pensar nos rumores. E um lado meu acredita que tudo não passa de mentira, afinal, eu conheço Cassandra, ela não faria algo do tipo. Não quando trocamos todas as declarações de amor, ditas ou silenciosas.

Mas outro me diz que eu deveria ser mais desconfiado.

Passei as mãos pelo meu rosto.

Eu sou acostumado com pessoas me rodeando apenas pelo meu dinheiro. É a coisa mais comum na minha vida. Eu sempre tentei confiar nas pessoas que entravam na minha vida sem nada, mas toda vez que isso acontece, o universo me mostra que eles não estão ali por mim ou por quem eu sou. Eles só queriam os cinco minutos de fama que acompanhava meu nome.

É frustrante.

E solitário.

Eu não quero mais me sentir sozinho. Não quero mais que esse sentimento de desconfiança prevaleça. Eu só quero ser feliz e saber que quem esta ao meu redor, está porque me ama e me conhece por quem eu sou.

Avistei uma das portas do auditório depois de cinco minutos caminhando.

Encostei na maçaneta, mas antes que pudesse abrir, senti meu celular vibrar.

Manager: Temos uma reunião amanhã de manhã as 7am.

Manager: [endereço]

Eu: Estarei lá.

Guardei o celular, escutando uma batida leve ao longe. Ponderei por um momento.

E se eu atrapalhar o ensaio? Chequei o horário novamente, decidindo que já era tarde o suficiente e que não estaria atrapalhando tanto.

Encostei os dedos na maçaneta, rodeando levemente e ouvindo o click.

Já estava sorrindo quando dei o primeiro passo para dentro, meu coração pulando de felicidade por finalmente, vê-la.

E então, senti-o morrendo. Aos poucos. Minhas covinhas desaparecendo, meus dentes sumindo e lábios selados novamente. Meu coração não queria acreditar no que meus olhos viam. Não é possível, certo? É apenas uma parte do ensaio.

Troquei o foco, olhando para as cadeiras e esperando encontrar a professora sentada, coordenando a cena. Mas estavam vazias. Não havia ninguém lá.

Voltei a olhar para os dois. Era claro que não era uma cena.

O modo que ele passou os braços em volta de sua cintura, jogando seu roteiro no chão e o sorriso entre o beijo.

Aposto que ele estava sentindo o gosto de chiclete de melancia que ela adorava comer e sendo sincero, era inebriante, o beijo de Cassandra nos afundava num sonho. Era como beijar uma flor, cheirosa e delicada. Eu conheço a sensação de se afogar nos encantos daquela mulher, sentir seus braços ao redor do meu pescoço e seus dedos acariciando meus cabelos. Sentir a vontade de nunca mais a largar.

Seria engraçado se não fosse melancólico. Ver a cena de filme acontecer diante dos meus olhos. A mocinha se entregar ao beijo, jogando os papéis ao vento como se nada mais importasse a não ser o seu grande amor. Seu sorriso foi a bala que entrou no meu peito. Porque ele deveria ser para mim, deveria ser entre o nosso beijo e o nosso momento.

Mas ela o estava dando para outro.

Meus pés pareciam fincados no chão, sem forças o suficiente para caminhar até lá e socar a cara de Alex. Ou para olhar pela ultima vez para Cassandra.

O amor da minha vida.

Ela estava ali, me mostrando que estava saindo da minha vida da maneira mais dolorosa. Todas as noites que passei em claro, pensando que nosso relacionamento funcionaria, querendo dar tudo de mim para que no final tudo não passasse de uma fase ruim.

Talvez era apenas eu que desejava ficar ao seu lado. Provavelmente não tinha mais espaço em sua mente para pensar em nós, ou em seu coração para amar-me.

Quando senti a dor tornar-se insuportável, virei-me, alcançando a maçaneta sem muito esforço. Eu me senti perdido, com raiva, mas principalmente, com dor.

Meus olhos ardiam, conforme me dirigia pelo mesmo caminho que usei para chegar até aqui. Fechei minhas mãos em punhos, tentando passar a frustração e dor para outro lugar, sem ser minhas lágrimas que ameaçavam cair.

Pensava que o dia que fossemos por caminhos diferentes, seria o dia que um de nós tivesse deixado esse mundo. Eu sonhava em construir uma vida com você.

Ri sem emoção.

Você me chamava de romântico incurável por isso, dizia que éramos muito jovens pra pensar em um futuro tão sério como o que eu planejava em minha cabeça. Eu sabia que não era por mal, que você nunca fora a garota que sonha com casamento. Mas nunca pensei que você não sonhava em passar o tempo comigo, seja qual for a duração.

É assim que vamos terminar?

~**~

...

Oi?

Tudo bem?

Hum... Então! Joguei o capitulo e saí correndo. O próximo já tá pronto, talvez eu poste amanhã.

Espero que gostem e votem e comentem e é isto aksjdkaj

Bjs de luzzzzz (:

Who would believe it? [H.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora