Who would believe it? [H.S]

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Ótimo. Tudo que eu precisava era meu rosto estampado por todos os lugares.

Quinta feira de manhã, os olhos de toda a universidade pareciam pregados em mim. "A garota dos quinze minutos de fama", devem pensar. "Levou um fora do cantor", devem cochichar.

Agarrada aos meus cadernos sigo para a sala de música, onde sempre vou depois da aula para ensaiar minhas músicas, antes de ir para o trabalho. Ri baixo. Parecia não ser mais parte da minha rotina, na verdade, tudo parecia fora do lugar. Talvez porque eu estava focada e dando toda a importância para meu relacionamento com o Harry o que fez com que as outras coisas se tornassem secundárias e não merecessem muito dos meus pensamentos.

Eu estou com raiva.

Ontem chorei horrores, meus olhos são a prova, já que parecem duas esponjinhas de tão inchados. Não estou recuperada, claro que não. E ainda o amo com todo meu ser. Mas eu estou completamente esgotada emocionalmente e cansada de chorar.

Lágrimas não irão mudar a situação. E não faço mais questão de sofrer por amor.

Mas continuo com raiva.

Depois de toda a reflexão que me fez dormir as três da manhã, e consequentemente Brenda também, me dei conta que nada e nem ninguém vai fazer minha vida e carreira seguirem em frente. Minha felicidade não depende dos outros.

Tudo depende de mim.

E bom, se eu estou sozinha nessa, o que mais eu posso fazer além de trabalhar?

- Bom dia, Cassie. – ouvi, assim que entrei na sala. Voltei os olhos para cima, encontrando Kaileen sentada em uma das cadeiras.

- Bom dia, Kai. – sorri, mas sua expressão manteve-se a mesma.

- Como você está? – perguntou, deixando a guitarra, que até então estava em seu colo, no estande.

- Estou bem. – retruquei, deixando a mochila de lado e sentando em frente ao piano.

Ficamos em silêncio e o único som era das folhas das musicas que eu arrumava em ordem.

Nessas 24 horas a única coisa que finalmente me fez capaz de tirar os pensamentos de Harry foi a música. Dedilhei as teclas do piano, escorregando para meu mundo particular. Não sei por quanto tempo ensaiei, mas percebi que Kai não estava mais na sala e sim, Josh.

- Oi. – murmurei, forçando um sorriso. – Começando as atividades?

- Mhm. – concordou, escorado na parede. – Tudo bem?

- Será que alguém pode não me perguntar isso? – suspirei, virando para o piano novamente.

- Você precisa conversar. – retrucou e escutei-o movimentar-se. – Fugir do assunto não vai mudar e fingir que tudo está bem também não.

- Joshua. – alertei com a testa franzida.

- Cassie, eu só quero ajudar. – afirmou, sentando ao meu lado.

- Eu não estou preparada pra enfrentar isso agora, eu só quero me concentrar na minha música e nos meus projetos. – falei rápido e baixo. – Eu não quero pensar nisso porque dói. Foi ontem, Josh, eu preciso de tempo.

Apenas lembrar sobre tudo que presenciei e ainda tive que recontar para Brenda me deixa esgotada.

- É, desculpa, você ta certa. – concordou, suspirando. – Eu só estou preocupado. Você é uma das garotas mais legais que conheci, não merece passar por isso. Eu sou seu amigo, eu estou bem aqui, tudo bem?

Assenti, voltando a ensaiar.

- Cassie, acho que você precisa ir almoçar ou vai se atrasar pro trabalho. – comentou, e olhei para o relógio.