Blue

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Harry's P.O.V.

Nos últimos dias dormir, pra mim, tem sido uma tarefa quase impossível! Toda vez que encosto minha cabeça no travesseiro minha mente começa a passar várias imagens em flashes, como um triste e horripilante filme de terror. Toda santa vez que fecho meus olhos eu consigo ver o rosto dos homens que matei, seus corpos ensanguentados, seus olhos frios e vazios por já estarem sem nenhum mísero resquício de vida. Eu vejo o coração de Bryan em minha mão, consigo até mesmo sentir o pequeno órgão pulsar como naquela vez, naquele dia. Minha mente não me dá um único segundo de paz!

Eu também vejo as cenas do dia em que vi Grimshaw pela última vez. A imagem do ômega que me assombrou durante todos esses anos e que eu pensava já ter esquecido voltou a me perseguir. Assim como aqueles homens, também vejo Nicki amarrado com seu pescoço cortado. Eu quase consigo me sentir como naquele dia. A dor quase se torna real.

- Porra! - Ralho, rolando na cama pela centésima vez.

Imagens asquerosas, imagens tristes e medonhas, porém a imagem que mais atinge sempre é a de Louis. A cada vez que me lembro do pequeno ômega com aquela criança morta em seus braços eu sinto meus olhos se encherem de lágrimas, e meu coração transbordar de dor e tristeza. De todas as cenas que eu já vi aquela com certeza foi a que mais me marcou. Toda vez que deito minha cabeça no travesseiro minha mente me transporta de volta para aquele quarto, e toda vez eu consigo ouvir aquele choro esganiçado e carregado de dor.

Eu nunca, em toda minha vida, pude imaginar que um dia sentiria tanta dor como naquele dia. Quando ouvi Louis chamar por mim com seus olhos cheios de lágrimas e um pequeno corpinho imóvel em seu colo eu senti como se minha alma tivesse sido arrancada. A sensação de vazio, fraqueza, impotência, revolta, tristeza... Nunca imaginei que alguém pudesse sentir tamanha dor! Eu preferia que tivessem arrancado meus braços e pernas, meus olhos ou qualquer outra coisa, mas perder o meu filho foi uma das piores dores que já senti!

Olho no relógio ao lado da minha cama e vejo que já são 03:37 da manhã, então decido levantar logo e tomar um banho. Mais uma noite em claro não é nada se comparado ao que logo terei que enfrentar! Pego uma toalha limpa e vou direto para o banheiro do meu quarto. Ao chegar no cômodo apenas tiro minha cueca e entro debaixo da água quente, sem muitas delongas.

- Puta merda... - Não sei porque mas me sinto frustrado. Frustrado e irritado por ao menos saber porque me sinto assim!

Não pretendia demorar muito, porém acabo me perdendo em meus próprios pensamentos. Enquanto a água quente escorre de forma constante sobre mim a minha mente me leva e me faz vagar por lugares onde realmente não queria ir. Sinto um aperto tão grande no peito, quando dou por mim estou chorando. Minhas lágrimas se misturam com a água e vão embora, deixando um rastro azul pra trás (N/A: Azul é considerada a cor da tristeza, então quando dizem que algo é azul querem dizer que é algo triste!).

De repente o telefone toca, me fazendo despertar de meus devaneios. Desligo o chuveiro e me seco de forma rápida, logo pegando o aparelho. Me surpreendo ao ver o nome que está escrito na tela, e por alguns instantes hesito me perguntando se deveria atender ou não. Por fim atendo.

- Alô?

- Alô... Harry? - Sua voz é sempre tão doce e suave, parece um anjinho.

- Sim... Aconteceu algo, Louis? Você está bem?! - Pergunto um pouco preocupado, afinal, não esperava por uma ligação sua de forma tão repentina.

- Eu estou bem, Hazz... - Suas falas me fazem suspirar aliviado. - E você? Como está?

- Eu estou bem. - Minto. - Está tudo bem, até então.

- Oh, entendo... Isso é maravilhoso!

Deus, quando uma simples conversa entre nós se tornou algo tão estranho?

DUPLE (Larry A.B.O.)Where stories live. Discover now