8: Meu menino perdido

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— Um menino corria rápido para a linha de corrida. Ele sorria, sabia que havia alguém o esperando no fim da pista. Enquanto deixava os outros garotos bem atrás de si, ele acelerava para encontrar o que procurava, correr o alegrava, o fazia rapidamente os pensamentos ruins longe. Quando finalmente viu a listra vermelha tocar seu corpo, ele gritou rindo. Parou segurando a respiração e sentiu o abraço forte de seu pai. 

O menino sorriu ao ver seu pai do seu lado o abraçando 

— Tritão, você foi incrível! Tão rápido!! Esse é meu garoto — Poseidon sorriu levantando o menino de apenas 6 anos enquanto o girava no ar. 

— Cadê minha mãe? — Tritão perguntou

— Ela está no salão, sabe como sua mãe não gosta de arquibancada, mas ela vai estar em casa — Poseidon tentou explicar quando viu o olhar triste do filho — Vamos, sua irmã está esperando. 

*** 

— Como assim você não foi no campeonato do garoto? — Poseidon reclamou

— Eu estava fazendo as unhas, eu sabia que ele ia ganhar, não é como se fosse tão importante, é só um campeonato infantil.  

— Ele precisava de você!! 

— Nem vêm com essa, é você que some o dia todo e só volta tarde da noite! Quando volta! Não venha dar uma de bom pai para mim. 

— Diferente de você, eu trabalho! — Poseidon revirou os olhos. 

— Não sabia que me trair era trabalho. Agora você ganha nisso também? — Anfritite sorriu maldosa

— Acredite, quando eu estiver traindo você, será a primeira a saber. Estou ficando de saco cheio de suas criancices Anfritite. 

Poseidon saiu andando rapidamente do local, preferia dormir no quarto de hospedes. Quando fechou a porta deu de cara com Tritão. 

— Pare com isso! — Tritão tentou inutilmente empurrar Poseidon 

— Estava ouvindo atrás da porta de novo? — Poseidon questionou mesmo já sabendo a resposta

— Pare de brigar com a mamãe. Eu tó bem, só não quero que brigue de novo com a mamãe entendeu? 

Poseidon sentiu seu coração doer, mas balançou a cabeça confirmando e segurou os pequenos dedos do menino e o levava para cama. Ele sentiu na cadeira e leu uma história até que o pequeno tritão dormir. 

***

— Onde vai? — Alice questionou. 

— Por aí — Tritão revirou os olhos 

— Mamãe não vai gostar de saber que saiu assim! 

— Não é como se ela ligasse muito, afinal, ela está fazendo as unhas. 

E dito isso Tritão bateu a porta e saiu. Minutos depois. tritão parou em um beco fechado encontrando alguns conhecidos. Tritão sorriu, enquanto cumprimentava a todos, seu sorriso era falso mas mesmo assim ele tentava. Enquanto entregava uma boa parte de sua mesada para um dos colegas, ele guardava no bolso uma pequena quantidade de pó. 

Ele se afastou para o lugar que amava fumar, o silêncio do local parecia o acalmar, enquanto seu nariz ia de encontro ao pó branco bem embalado. Ele sorriu sozinho. Paz, ele sentia aos poucos a sensação de vazia passar. 

Tritão não sabia quando começou, mas sabia exatamente de como era a sensação depois de sentir aquela adrenalina o acalmando. Era como se com ela, ele poderia não ligar para mais nada, Tritão as vezes se pegava pensando em o que o levará aquele ponto, mas não sabia dizer. 

Alguns diriam que era a separação a alguns anos atrás de seu pai, ou o vazio que sentia em casa sabendo que sua mãe nunca ligaria para ele não importa o quanto ele ficasse do lado dela. Porém, ele sabia que não era só isso, Tritão tinha a sua irmã, tinha amigos. Tinha tudo. O que levou a estar parado num parque com os olhos vermelhos não foi só as marcas do passado. 

Foram a do futuro, para ele, pouco importa o futuro. Enquanto ele continuar em pé e tudo continuar girando. Ele as vezes pensava em ir e nunca mais voltar, sabia que ninguém choraria em seu caixão. Afinal, ele era o garoto perdido, ele era o inútil. 

— Filho — Uma voz parecia querer puxar ele para frente, uma pena que ele nunca ouvia. 

— Ohh, é você! — Tritão começou a rir — Lembrou que tem filho? 

— Vamos para casa, sua irmã está preocupada. 

— Eu não tenho casa. — Tritão reclamou e encarou o pai, ele lembrava de uma época que tinha casa? Parecia longe de sua mente quando os sons dos gritos não incomodavam seu sono, aquela época sim poderia ser quando ele vivia em um lar. 

— Meu menino, venha comigo, eu juro que vou ser melhor dessa vez.

— Não faça promessas que não vai cumprir — Tritão sentiu seus olhos vermelhos embaçarem. 

Poseidon sentiu as lágrimas rolarem, ele poderia ser hipócrita em  dizer que não sabia onde tinha errado, mas ele sabia, sabia exatamente onde errou. 

Tritão levantou cambaleando um pouco e tentou empurrar Poseidon inutilmente, aquele gesto era mais familiar que do que pensava. 

— Você me abandonou lembra? Me abandonou com ela, mesmo sabendo o que aconteceria depois. — Tritão ria um pouco, sentindo o gosto do veneno que atirava — Você me deixou, pai. Como sempre fez. 

— Eu sempre estive lá.. — Poseidon tentou se redimir — Só não conseguia viver para sempre ali, era tóxico para mim. 

— E para mim não era? Poderia ter me levado contigo. Poderia ter me tirado de lá. 

Poseidon nem viu quando o menino caiu um pouco para o lado, tentou segura-lo mas mesmo assim ele foi ao chão. 

— Você a amava demais, não o tiraria dela.

— Fale a verdade! — Tritão gritou — Você me odeia, assim como odeia minha mãe, você odeia nossa família e é exatamente por isso que nos abandonou. Porque odeia, odeia a gente. 

Tritão sorriu e nem viu quando fechou os olhos. Assim como não ouviu o som abafado pelo choro de Poseidon

— Perdão, filho — As lágrimas rolavam sem parar ao ver o menino perdido no chão — Te amo demais, meu menino. 

***

Ouçam a música junto com o capítulo e deixem seus corações em pedaços, a música é muito bela. O que acharam de Tritão? E sobre Poseidon? 

Pouco a pouco eu vou trabalhando as questões de Tritão, espero que vocês não fiquem com raiva do quanto esse personagem tem dom de distorcer as coisas. Ele é um bom personagem e muito, mas muito difícil de trabalhar. 

A primeira pessoa a comentar foi @Marjackson2 e a segunda foi a @starco_always_234. Quero saber o que acharam do menino perdido.

Gente, algumas pessoas estão com dificuldade em visualizar alguns capítulos. @  não consegui mandar ainda por conta do tempo curto que tenho, mas essa semana eu mando os capítulos. Se você também está sofrendo dos bugues do Wattpad comenta aqui que eu vou tentar dar um jeitinho para que ninguém fique sem capítulo. Minha dica caso esteja ocorrendo é tirar e recolocar na biblioteca privada e tentar entrar pelo computador que geralmente dá menos problemas. :) 

Até semana que vêm migos! <3


Olimpus Family IIOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz