13: Ela algum dia vai me aceitar?

467 41 7
                                    

— Oi, o que faz aqui? — O menino sorriu. 

— Nada, estou pensando. — Mathew sentava numa pequena árvore, enquanto respirava fundo. Seu irmão sentou-se ao seu lado. 

— Brigou com ele de novo? — Bob sorriu tocando seu braço. 

— Não, eu só.. — Mat suspirou — Não quero ir pra casa agora. 

— Tudo bem, a gente pode passar naquela sorveteria que você ama! 

Bobby pareceu tentar animar o irmão, ele era assim. Como uma luz de animação o completo oposto do irmão mais velho que era fechado e calado. Bobby era o que mantinha Mathew em pé, o que o fortalecia todos os dias para aguentar o inferno que enfrentava. 

— Eles algum dia poderiam me entender? — Mathew soltou do nada — Ela conseguiria? 

— Eu não sei Math, eu não sei — Tentou encarar os olhos do irmão, mas não tinha forças o suficiente, era verdade, ela nunca o entenderia, nem o aceitaria. Não como ele queria. — Mas eu te aceito, eu te amo do jeito que você é. É isso que importa, que estamos juntos nessa. 

— Eu aceito o sorvete — Mathew sorriu e se levantou, continuava solitário, mas era normal aquele sentimento para ele. Tudo bem, ele dizia a si mesmo. Ele tinha os dois, era suficiente para ele. 

*** 

— Eu juro, ele falou que eu sou mimado acredita? — Mathew sorria contando para o irmão — Aquele idiota do Albert ficou implicando comigo. Juro que me deu vontade de matá-lo. 

Bob riu do irmão enquanto abria a porta da casa que viviam. Eles estavam entretidos em sua conversa que nem notavam os gritos ao seu redor. 

— Sei, matar... — Bob riu falando ironicamente — Só imagino como.. 

— Para Bob! — O menino reclamou ao dar um empurrão no irmão e se virou para frente se assustando aos finalmente notar os gritos que irrompiam o local. 

— Pare de gritar mulher! — Frederick gritou de longe vendo a mulher  descer as escadas irritada. 

— Eles não podem fazer isso comigo! Não podem, eu vou até lá — Ela gritou e somente depois de olhar para a porta notou os filhos entrando em casa. — Finalmente vocês chegaram! Eu avisei, avisei a vocês para pararem com isso! Eu quase morri do coração sabia? Cheguei a pensar que estavam mortos. 

— Os meninos só chegaram meia hora depois do horário, pare de ser irritante. — O pai comentou. 

— Eu não quero saber! Se é na hora é na hora! — Ela gritou irritada — Vocês estão me deixando maluca com isso, uma mensagem, era só mandar uma mensagem. 

Bob se aproximou da mãe e tocou suas mãos com calma, para acalma-la. 

— Tudo bem mãe, prometo ligar da próxima vez — ele sorriu e ela pareceu se acalmar rapidamente — Isso te deixa mais tranquila? 

Ela sorriu acenando e pareceu mudar rapidamente, era sempre assim, sufocante e no minuto depois calmo como se tudo tivesse bem. Porém não estava, nunca esteve. 

— Vou subir — Mat falou e seguiu para escada mas foi parado por sua mãe que tocou seu braço no ar. 

— Eu quero falar com você ainda — Ela sorriu, mas seu sorriso era, no entanto, muito perturbador. — Eu já avisei e vou avisar novamente, não quero mais você andando com aquele garoto. 

Mathew quase automaticamente fechou os olhos de raiva. 

— Por que mãe, porque não posso mais andar com Albert? 

— Porque... Bem, todos sabem o que ele é! — Ela parecia querer esconder a palavra certa, mas ainda sim mantinha o sorriso manipulador — Não quero que você fique perto dele, já imaginou se as pessoas começam a dizer que você é como ele? Nojento. 

— Gay? É isso que quer falar certo? 

— Mat pare. — Bob tentou impedir.

— Não quer que eu me transforme num bicha mãe? — Mathew continuou. 

— Querido, não é por mal, mas você sabe. Esse tipo de pessoa, nunca será bem visto e além de tudo não é natural. Não quero seu mal, se afaste do menino tá bom? Não me deixe ainda mais doente com isso. 

Mathew manteve no rosto um sorriso falso enquanto suspirava essas pequenas mentiras. 

— Claro, mãe. Faço tudo pelo seu bem. 

Ele subiu as escadas com violência enquanto tentava conter as lágrimas que desciam, Bob o seguiu tentando alcança-lo. 

*** 

Mathew desceu as escadas no meio da noite, procurava por um copo de água. Ele encontrou seu pai sentado com a cabeça apoiado no balcão. Sempre que o menino encarva seu pai ele via a inersia que ele vivia, era reconfortante não ser o único. 

— Ela está piorando — Mathew comentou fazendo seu pai levantar a cabeça para encara-lo. 

— Ela vai ficar bem. 

— Ela tem que ir ao médico! — Mathew falou com um tanto de raiva. 

— Sim, ela tem — o homem não tinha nenhum brilho nos olhos — mas eu não sei como convence-la. 

— Você é o marido dela! 

— Ela me odeia — Ele suspirou — Sempre odiou, mas ela ama vocês, ela ama Bob, sua mãe está doente de amor por vocês, na verdade, ela sempre foi. 

— Não vai fazer nada? Nunca? Ela está nos matando. 

— Eu já morri por ela. 

O homem se levantou, seu corpo parecia vivo, mas se olhasse de perto novamente você notaria, ele já está morto a muito tempo. Seus olhos sem vida pareciam segui-lo. Seu corpo vivia pelo único motivo de fazer-la feliz, mas ele nunca conseguiu, nunca conseguiu fazer ela se sentir bem. 

— Algum dia ela vai me aceitar, pai? — A voz enforcada de Mat tentou alcança-lo. 

— Desculpa, mas acredito que nunca. 

Mathew sentou-se na cadeira e apoiou sua cabeça no balcão e fez o mesmo que o pai: ele chorou. 

***

Bom dia pessoal, espero que gostem. Eu poderia dizer que semana que vêm com certeza vai ter capitulo, mas estou numa fase da minha que eu nem sei se vou conseguir escrever. Peço muito o carinho de vocês. Ouçam a música é uma das mais lindas do meu amado Sam Smith, vocês vão adorar. 

Me digam o que acharam e falem para mim quem vai ser o corajoso a me encontrar na bienal esse ano, gente, eu amo a bienal e olha que eu só fui uma vez, dá última vez eu me perdi nos livros e passei por cada pequena estante que tinha. Só fui ser encontrada por meus amigos na hora da saída. Mas pensei em marcar com vocês da gente se encontrar na praça de alimentação. Vou estar lá toda feliz. Dia 06/09, o que acham? 

A primeira a comentar foi a @MarJackson2 que tava toda animada no capítulo passado até textão fez, e aí pessoal, o que acharam do dia a dia dessa família dos gêmeos? Só eu que toda vez que leio esse capítulo fico triste pelo Bob não estar vivo? Ele era um anjo gente. 

Vejo vocês na Bienal e se Deus quiser e minha criatividade quiser, até domingo! 

Olimpus Family IIWhere stories live. Discover now