O Que Somos E O Que Fazemos

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Acordei cheia de fome, levantei-me e fui andando até encontrar uma sala ampla toda corrida com janelas em vez de paredes onde se via a paisagem mais bonita das montanhas com picos brancos, bati com os pés em alguma coisa - ah aí  estas tu- a minha mala de viagem largada ao deus dará, abri-a, tirei de lá uma t-shirt larga e mais comprida  e fui à procura da cozinha encontrei-a logo ali gostei da amplitude do espaço aberto, da luminosidade da casa, ah frigorífico, lá dentro só do melhor, vou beber um batido de mirtilo, dará para repor energias e sentei-me ali no chão a olhar para aquela imensidão em paz, não dei por ele, que chegou perto de mim e sentou-se por trás agarrando-me a cintura. Beijando-me a cabeça.
-queres um pouco do teu batido de mirtilo, está fresquinho.
-sim, hum sabe bem. E então gostas da paisagem?
-É lindo Sam. Moras aqui?
-Siim foi a primeira coisa que comprei quando a vida começou a correr bem, aqui sinto que sou eu.
-Eu também a primeira coisa que comprei foi uma casa, porque será esta necessidade que o ser humano tem de ter uma casa?
-Julgo que é o sentimento de posse, de pertença a um lugar só nosso. Aquele apartamento dúplex de 126 milhões é a casinha singela a que te referes?
-ahahahhha, não o apartamento não é meu, é de Meghan Markle mulher de Harry, o príncipe, somos amigas há imenso tempo, ela dormiu muitos anos num quarto da minha casa, agora que é princesa e ganhou há uns anos o apartamento na Oceanic House disse-me que não admitia um não como resposta e mudou-me de malas e bagagens para ali, por enquanto serve-me, fica perto da Royal School e agora para a Ana também,  a minha casa comprei em Portugal no Alentejo, deverias gostar, é muito bonita a costa Alentejana, temos de combinar uns dias para irmos até lá no verão. Queres?
-Sim quero conhecer Portugal - disse a imitar o meu sotaque.
Fizemos panquecas, bebemos mais um batido a meias, enquanto  sentados no chão, encostada a ele falámos dos nossos eventos, eu teria ainda um bailado para fazer, o último em cima de um palco, no Japão em Julho  com Nemiah Kish e ele tinha a série para acabar de rodar, depois a divulgação pelos Estados Unidos este ano, por toda a Inglaterra, Escócia, teria ainda a divulgação de mais dois filmes já realizados, onde a maior parte da divulgação de um deles seria na África do Sul e o outro pelo velho continente, quem sabe não iria a Espanha ou mesmo Portugal.
-Muito trabalho Sam, ainda bem, eu também tenho um projecto em Portugal para uma escola de Ballet e tenho responsabilidades na Royal Ballet School, nunca fundei Ongs, nunca tive tempo, faço a minha parte ajudando o IPO em Portugal ou os médicos sem fronteiras entre outras associações, não conhecia as tuas, mas vou ajudar também, acho deveras importante, quem pode ser solidário, não caridade não gosto dessa palavra, solidariedade isso sim, tentar alcançar a equidade e a justiça no mundo, isso sim é importante.
- Concordo, tens toda a razão. - enquanto falávamos as nossas mãos iam passeando pelo corpo um do outro.
-E não devemos ter medo de emitir opinião se achamos que algo não está correto, não podemos andar na corda bamba da vida.
Sorriu ao meu ouvido - Sim tens razão, mas parecias a Caitriona a falar, ela está – me sempre a dizer que deveria ser mais interventivo, não é que não veja o que se passa, é apenas porque realmente não tenho tempo. – e deu-me um puxão para si - e agora menos tempo ainda, tenho uma portuguesa para satisfazer, em todos os sentidos.
-ah sim e esta portuguesa gosta de pessoas justas, honestas carinhosas e principalmente solidárias  - sorri-lhe, olhou-me com o sobrolho levantado, - sim tu és isso tudo. E lindo, ainda mais essa.
-Lindo? Achas que sou lindo?
A sério Heughan?  - Gargalhei – queres que eu diga? As tuas fãs dizem isso em todas as redes sociais, não te basta?
- É diferente se fores tu a dizer. - Disse ele, virei-me ajoelhada no chão beijei-lhe aqueles caracóis ruivos – és  lindo para mim, loiro, ruivo tanto me faz, sabes, amo-te!
-Sabes - disse agarrando-me a face e olhando-me nos olhos – também  te amo! – e ali mesmo fizemos amor mais uma vez com o sol que entrava pela vidraça a aquecer-nos. Com esta nova descoberta entre nós, o amor, o tão desejado amor.

A vida numa dança Where stories live. Discover now