Familia

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No domingo de manhã, Sam acordou-me com um beijo e o cheiro de café acabado de fazer, fazendo-me uma festa na cabeça disse-me:
-já que estamos em Glasgow, e é domingo poderíamos adiantar a visita à D. Chrissie, o que achas?
-a sério? Bem não sei, não achas cedo?
- Helena, ser agora ou daqui a uma semana tanto faz e a D. Chrissie gosta de ter os filhos ao domingo, Cirdan também lá vai estar hoje com a família.
- Ui! Todos ao mesmo tempo?
-Diz a mulher que me vai apresentar daqui a oito dias a uma família enorme ao mesmo tempo. – Ri-me.
-Sim, tens razão, muito mais assustador. OK então vamos a isso deixa-me tomar uma caneca de café e tomar um duche.
-Hum, hum ok toma o teu café eu já tomei, vou para o duche, espero lá por ti – e piscou-me o olho.
-Sam, és insaciável, parecemos coelhos.- Ri com vontade.
-hum, é o que se diz na tua terra? Aqui é mais como “fuck like a mink”, - riu-se imenso e disse – seja que expressão for é isso mesmo que quero fazer.. Hum, estou à tua espera não queres que vá para casa da minha mãe neste estado, pois não? – olhei para o estado e realmente precisávamos de fazer alguma coisa para resolver a questão, bebi o café e pulei da cama como se esta tivesse agulhas e antes de chegar ao poliban já estava agarrada e empoleirada nas suas costas mordiscando-lhe o pescoço.
Chegamos a casa de D. Chrissie e fomos recebidos por um jovem, que se abraçou a Sam – tio,  finalmente até parece que moras a km de distância, tenho um jogo novo para a play station que queria experimentar contigo, o meu pai diz que essas cenas são contigo ele não gosta, estava a ver que não aparecias e que o tinha de engatar a ele.
-Finn - abraçou-o de volta e beijou - o na face - tem sido uma correria a vida, tudo em cima umas coisas das outras, porque não foste à parada, foi giro.
-pois essa foi outra, o pai disse que tinha uma reunião e não me pode levar. A avó diz que não tem coração para ir assistir aos teus eventos, que as mulheres dão-lhe cabo dos nervos - deu uma gargalhada – e esta Sra. quem é?
-ah, é a Helena, mas vamos entrar que eu apresento-a a todos ao mesmo tempo, sim? - E lá entramos sentia-me nervosa, como iria Sam apresentar-me nunca definimos a nossa relação com palavras. Assim que entrei, numa sala ampla e cheia de luz Sam agarrou-me no cotovelo e dirigiu-me a uma sra pequena de cabelo castanho claro com um rosto super dócil.
- Mãe, trouxe companhia para o almoço espero que não te importes. - Agarrando-a num enorme abraço deu-lhe um beijo repenicado.
-Sam, por favor, sabes que os teus amigos e amigas são sempre bem vindos, há sempre lugar para mais um na nossa mesa, - dirigiu-se a mim dando-me dois beijos, - sê bem vinda querida, sou Chrissie, mãe de Sam e Cirdan. Entra por favor sente-te à vontade.
-Obrigada Chrissie, prazer sou Helena.
-Helena, a minha namorada. – sorri de leve, totalmente afogueada, namorada, gostei! E olhei para Sam, com carinho. Ele abraçou-me e deu-me um leve beijo nos lábios.
-ah! Mas que moça bonita traz este gaiato? Olá Helena sou Cirdan, o irmão mais velho desse miúdo. Muito gosto. – e beijou-me as faces. Está é Victoria a minha esposa e Finn já conheces. - beijei-os a todos sentindo-me um pouco tímida.
-Vem sentar-te um pouco aqui na sala de verão, está mais aconchegante vamos, enquanto se prepara o resto almoço  conta-nos um pouco sobre ti, bailarina clássica é isso? – perguntou Chrissie?
-Sim, é isso. – disse sorrindo.
-D. Chrissie – disse Sam- Helena ou Lena foi durante 20 anos  e é ainda a primma ballerina do Royal Ballet School, agora é professora lá, por enquanto. E é portuguesa.
-Portuguesa querida? Do país do vinho do Porto,.
-E do Cristiano Ronaldo, - disse Finn. – conheces o Cristiano?
-Sim, conheço estivemos juntos em vários eventos em Portugal sim, um grande jogador. Sorri-lhe, era afável o miúdo.
- Adoro-o. – disse Finn. – e assim fluiu a conversa durante todo o almoço contando coisas da minha vida e a família de Sam a contarem coisas dele de antes de Sam ser famoso, situações engraçadas que o fizeram corar montes de vezes, gostei muito deles, totalmente acessíveis e muito simpáticos receberam-me com muito carinho. Quando passamos à sobremesa Chrissie perguntou-me se a ajudava a trazê-la para a mesa, levantei-me e fui atrás dela para a cozinha, não sem antes Sam me apertar a mão num gesto que dizia," paciência querida vai ao questionário" , com uma piscadela – e lá fui os restantes sorriam abertamente na mesa.
-Então Helena, Lena posso tratar-te assim? É mais fácil.
-Claro!
-Bem então conta-me lá, há três semanas ainda não tinha ouvido falar de ti.
-ah porque eu ainda não conhecia o Sam. Conhecemo-nos quando o príncipe Charles me convidou a acompanhá-lo aqui ao Conservatoire  e Sam também foi um dos convidados. foi um dos convidados.
-hum, o príncipe Charles grandes conhecimentos.
-um amigo.
-Bem e tu e Sam entenderam-se logo?
-sim, quer dizer sim mais ou menos, sim isso.
-Fico feliz-disse ela - Sam precisa de alguém com os pés na terra. Vem vamos comer este cheese cake que tem cara de estar delicioso, foi a Victoria que fez. – senti-me confusa com o pequeno Interrogatório já não tinha tanta certeza assim que gostassem assim tanto de mim. A tarde passou de forma agradável, não houve um  único gesto ou palavra que indicassem que não estavam felizes comigo, mas a sensação de que não era assim acompanhou-me durante o resto do tempo. No fim despedimo-nos e sentei-me no carro com um suspiro.
-o que foi? – perguntou Sam colocando uma mão na minha perna.
-hum, nada, está tudo bem.
-Não parece, estás com cara de caso, diz-me.
- não sei, pareceu-me que a tua mãe não ficou muito contente com a  minha presença.
-ahahah – riu-se Sam- não, não penses isso é apenas preocupação de mãe, a D. Chrissie olha para nós mesmo agora, como se fossemos ainda uns miúdos de calções, só isso. É natural não?
-É, talvez. – se calhar queriam outra para namorada de Sam.
Fomos para casa, e ao chegarmos descalcei-me e pus-me à vontade no sofá de olhos fechados doía-me um pouco a cabeça.
-Lena, que tens? Estás aborrecida? Não gosto de te ver assim. Aceitas um whisky?
-sim, obrigada. E não tenho nada dói-me um pouco a cabeça, só isso.- sentou-se ao meu lado puxou-me as pernas para o colo dele e massajou-me os pés muito pausadamente, subindo pelos meus tornozelos e baixando até aos meus pés novamente - Lena,  a única mulher que levei lá a casa foi Caitriona, como amiga não uma namorada, D. Chrissie meteu na cabeça que Caitriona e eu sempre tivemos alguma coisa, e tivemos como te contei, mas resolvemos em comum acordo terminar essa relação que já não tinha estrada para andar,  a minha mãe nunca aceitou muito bem, mas como qualquer pessoa sensata e a minha mãe é uma pessoa sensata, irá aceitar qualquer mulher que eu escolha, ela sabe que vai ser assim e podes crer que te vai tratar nas palmas das mãos da próxima vez que formos lá, não te preocupes é apenas como te disse há pouco, preocupação de mãe. – subiu as mãos pelas minhas pernas devagar, olhando-me nos olhos como que a perguntar se podia continuar com a exploração que estava a levar a cabo, deitei-me mais no sofá e agarrei-lhe nas mãos, subi-o por mim acima, peguei-lhe na cabeça, beijei-o e disse-lhe: deita-te aqui comigo, isso assim,- ajeitou-se a meu lado emaranhamos as pernas e dormimos agarrados um ao outro naquela cumplicidade de amantes.
Acordámos já estava escuro, fez-me um chá de camomila e levou-me ao colo para o quarto despiu-me deitou-me na cama e após se ter despido a ele, deitou-se comigo agarrando-me por trás abraçou-me e voltamos a dormir, a meio da noite procurou-me acariciando-me e levando-me naquele mundo de sonhos eróticos tão explícitos quanto sentidos. Dormi feliz.

A vida numa dança Where stories live. Discover now